Ao longo dos tempos, a estética das moradias expressa muito do seu povo. No Nordeste, peculiares construções – que vão da palha à taipa, à madeira, tijolo e alvernaria – relevam detalhes da identidade cultural e lançam olhar sobre típicas questões cotidianas No Recife, exposição fotográfica inédita do Conselho de Arquitetura e Urbanismo (CAU/PE) retrata a riqueza desse patrimônio regional. A mostra acontece de 26 de outubro a 29 de novembro, no Museu do Estado de Pernambuco. A abertura para convidados será na quarta-feira (25), às 19h.
A exposição “Cidades do Nordeste: do Pote à Rua – Métodos Construtivos Tradicionais”, é uma prévia de publicação homônima que será lançada pelo Conselho, junto com a Companhia Editora de Pernambuco, no mês de novembro, trazendo a público pesquisa inédita finalizada em 1978 por equipe liderada pelas arquitetas e urbanistas Liana Mesquita e Neide Mota. O trabalho inaugura o projeto Memória Urbana do CAU/PE e se volta ao problema da habitação, resgatando sistemas construtivos tradicionais de baixo custo e baixo impacto, que correm o risco de desaparecer.
Os detalhes dessas cenas urbanas nordestinas, que vão dos utensílios domésticos fabricados artesanalmente até paisagens típicas, serão apresentados ao público por meio de 64 fotografias de autoria de Ivone da Silva Salsa, integrante da equipe da pesquisa. Em preto e branco, as imagens apresentam texturas, recortes e panoramas responsáveis por construir imagens da chamada arquitetura vernacular nos estados de Pernambuco, da Paraíba e de Alagoas.
“Com a exposição e com a publicação do livro, buscamos inspirar os profissionais contemporâneos para atender uma população que permanece até hoje habitando em condições desfavoráveis”, explica a coordenadora da Comissão de Ensino, Formação e Exercício Profissional, Cláudia Torres, destacando a função social estratégica da arquitetura e do urbanismo. “O projeto Memórias Urbanas deve integrar experiências significativas para estruturar políticas públicas urbanas transformadoras da cidade que todos nós precisamos”, conclui.