HQ: Das bancas para a web – Revista Algomais – a revista de Pernambuco

HQ: Das bancas para a web

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Até pouco tempo, aficionados em HQ compravam gibis em bancas de jornais. Mas nos últimos anos eles migraram para o universo on-line, onde boa parte deles são vendidos. Apesar disso, Luciano Félix percebe que sites de vendas têm investido na comercialização pela web dos livros e editoras comercializam revistas de quadrinhos nas livrarias. “Quando a venda não acontece dessa forma, os quadrinistas independentes vendem por encomenda. O cliente solicita a obra e enviamos para a casa dele”, explica Félix.

Para Thiago Modenesi falta visão comercial das bancas e livrarias. “O mercado que precisa ser abastecido é o das lojas, o problema está na distribuição, pois temos grandes produções locais e nacionais”, enfatiza. Ele baseia sua opinião no fato de o leitor de HQ estar na faixa dos 40 anos, um público que na adolescência tinha o costume de ler e mantém esse hábito. “Como as lojas estão focadas em atrair um perfil mais jovem, tendem a não dar tanta ênfase para esse tipo de produção”, lamenta. Por isso, boa parte das vendas acaba sendo impulsionada pelo crowdfundings. O leitor também tem acesso ao conteúdo do HQ por aplicativos, como o Social Comics.

Luciano Félix é reticente quanto ao mercado de quadrinhos em Pernambuco devido à falta de interesse em contratar e incentivar artistas locais para esse tipo de produção. “A demanda existe esporadicamente e boa parte vem de fora do Brasil”. Os quadrinhos ainda hoje não recebem uma linha de incentivo, porque não existe uma categoria específica para HQ nos editais de cultura do Estado.

Thony Silas aponta a concorrência com o mercado de games, jogos de RPG e séries do Netflix como outro obstáculo. “Eles oferecem grande variedade de entretenimento, são bem mais visuais e animados. Já os quadrinhos são introspectivos, é necessário se dedicar exclusivamente àquela leitura”, compara.

Com o intuito de partilhar experiências e buscar alternativas inovadoras para melhorar o mercado foi criada a Usina Coletiva, grupo independente organizado por artistas. “Agregamos um bom número de quadrinistas, ilustradores, roteiristas, produtores, divulgadores e até entusiastas. Além de mim, a usina tem como integrante a presença de Eron Villar (roteirista de A Noiva), André Balaio, Roberto Beltrão (Recife Assombrado), Roberta Cirne, entre outros”, conta Félix. O coletivo participa de eventos geeks.

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