Pernambuco ganha 22 mil hectares protegidos de Caatinga – Revista Algomais – a revista de Pernambuco

Pernambuco ganha 22 mil hectares protegidos de Caatinga

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O Sertão pernambucano ganhou mais 22 mil hectares de área protegida do bioma Caatinga. Nesta quarta-feira (05), o governador Paulo Câmara criou duas novas Unidades de Conservação: Serras Caatingueiras (entre Salgueiro e Cabrobó), e Serra do Giz (divisa de Afogados da Ingazeira e Carnaíba). O ato, que aconteceu no Parque de Dois Irmãos, na Zona Norte de Recife, marcou a comemoração pelo Dia Mundial do Meio Ambiente e garantiu a conservação de importantes espécies de flora e fauna ameaçadas de extinção. No mesmo ato, foram assinadas a ordem de serviço para construção de um novo laboratório de análise de qualidade da água para CPRH e o decreto de corredores ecológicos na APA Aldeia-Beberibe. Também foi entregue a sede da Unidade Gestora do Parque.

“Pernambuco teve um processo muito forte de industrialização, necessário porque estávamos atrasados. Mas, fizemos isso garantindo que o desenvolvimento fosse sustentável, tanto nos aspectos sociais como na proteção do meio ambiente. Garantimos que houvesse as devidas compensações ambientais. É com esse olhar que vamos continuar a fazer isso em todo o Estado. Não vamos admitir que retrocessos na área do meio ambiente, ameaças de alteração de legislação, ameaças de posturas e pensamentos, cheguem a Pernambuco e atinjam a preservação das nossas reservas e do nosso meio ambiente”, afirmou o governador Paulo Câmara.

As novas UCs fazem parte da categoria de Refúgio de Vida Silvestre (RVS), que prevê a proteção integral do ambiente com o objetivo de assegurar condições de existência ou reprodução de espécies da flora local e da fauna residente e migratória. “Pernambuco tem mais de 90% do seu território suscetível a processos de desertificação por se tratar de áreas de clima semiárido. A preservação dessas UCs no Bioma Caatinga permite que os recursos da compensação ambiental possam ser usados nos cuidados desse conjunto de 22 mil hectares e ajudar a frear os efeitos das mudanças climáticas que tanto afetam essa região”, disse o secretário de Meio Ambiente e Sustentabilidade, José Bertotti.

Localizado entre as cidades Salgueiro e Cabrobó, o Refúgio de Vida Silvestre Serras Caatingueiras conta com uma área de 21,6 mil hectares, abrigando mais de 420 espécies de plantas e 240 de animais (mamíferos, aves, anfíbios e répteis). Na composição da flora, segundo levantamento feito pela Univasf, existem 36 espécies de vegetação endêmicas da Caatinga. Destaque para a “cascudo” (Handroanthus spongiosus), presente na lista de espécies ameaçadas do Ministério do Meio Ambiente (MMA), na categoria em perigo de extinção. O local também possui uma rica fauna composta por 39 tipos de mamíferos, 202 de aves e 45 de répteis e anfíbios. Desses, seis mamíferos constam na lista de ameaçadas de extinção, como a onça-parda (Puma concolor) e ogato-vermelho (Puma yagouaroundi), ambos na categoria vulnerável.

Já o RVS Serra do Giz abrange uma área de divisa dos municípios de Afogados da Ingazeira e Carnaíba. A UC tem 310,2 hectares e possui uma significativa composição de flora e fauna da Caatinga, bioma exclusivamente brasileiro. Segundo o levantamento florístico da área, há 66 espécies de 19 famílias botânicas na localidade. Chama a atenção a Aroeira do sertão (Myracrodruon urundeuva), que está elencada na lista de ameaçadas do MMA. A região ainda dispõe de fauna expressiva, com 116 espécies de animais elencadas em estudos. Entre eles, está o gato-do-mato (Leopardus tigrinus), que corre risco de extinção.

Laboratório da CPRH – Com um investimento previsto de R$ 3,4 milhões, a nova unidade de análises laboratoriais da Agência Estadual de Meio Ambiente (CPRH) será construída no bairro de Dois Irmãos, Zona Norte do Recife. A previsão de entrega é de oito meses – ou seja , no primeiro semestre de 2020. A assinatura fez parte da programação conjunta comemorativa ao Dia Mundial do Meio Ambiente – 5 de Junho. A gestão do contrato é da Secretaria de Infraestrutura e Recursos Hídricos.

Criado há 52 anos, o Laboratório funciona hoje na sede da CPRH, Casa Forte, numa área de 500 m². A nova unidade será construída em terreno cedido pela Compesa, na Praça Farias Neves, ao lado do Parque de Dois Irmãos. Terá quase o dobro de área e, com novos serviços, a expectativa é que traga novas receitas para o Estado. Contratada a partir de licitação pública nacional, a empresa Pollux Construções Ltda. será a responsável pela obra.

“Será um investimento importante, inclusive para futura acreditação do Laboratório junto à Coordenadoria Geral de Acreditação do Inmetro. Busca-se otimizar as metodologias já existentes nas análises, implantar novas metodologias e investir na melhoria do nosso Sistema de Gestão de Qualidade (SGQ), visando essa futura acreditação”, destaca o presidente da CPRH, Djalma Paes.

O Laboratório da CPRH realiza o monitoramento da qualidade dos rios do Estado, dos reservatórios (em convênio com a Apac), análises que subsidiam o trabalho de fiscalização e licenciamento da Agência, e o monitoramento da balneabilidade de praias do Estado. Com a nova unidade, a agência voltará a atender demandas do público externo, gerando receita com análises de água bruta e de efluentes, principalmente para consumo (água de poço, caixas d’água), atendendo, por exemplo, conjuntos condominiais.

Corredor ecológico – No evento, ainda aconteceu a assinatura do decreto de criação de áreas de corredor ecológico na APA Aldeia-Beberibe. Também foi entregue a nova sede da Unidade Gestora do Parque Estadual de Dois irmãos que possui uma área de 1.300 m2, distribuído em dois pavimentos e um terraço. O prédio da Unidade Gestora faz parte da primeira etapa de requalificação do Parque de Dois irmãos, que ainda prevê a construção dos setores de veterinária, biologia, quarentena, nutrição e clínica.

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