Além do câncer de próstata, outra enfermidade urológica que acomete até 80% dos homens é a hiperplasia prostática benigna (HPB). Popularmente conhecida como próstata crescida, a doença é caracterizada pelo crescimento não canceroso da glândula masculina, que comprime a uretra, obstrui o fluxo de urina e pode levar a infecções e insuficiência renal. A causa ainda é desconhecida, mas pode estar relacionada a alterações hormonais que acontecem a partir dos 45 anos. Entre os sintomas recorrentes, estão a dificuldade para urinar, ardência, diminuição da intensidade do jato, incontinência urinária, noctúria (quando a pessoa acorda diversas vezes à noite para ir ao banheiro) e até sangramento. O diagnóstico é feito através do exame do toque retal e ultrassonografia para avaliar o tamanho da glândula.
Segundo o urologista Guilherme Maia, do Hospital Santa Joana, há três formas de tratamento para a doença. São elas: os medicamentos, as cirurgias tradicionais no corte e as cirurgias sem cortes que são feitas pelo canal da uretra, podendo ser a ressecção da próstata ou a operação com o revolucionário Greenlight. Também conhecido como laser verde, a tecnologia já é usada em 95% das cirurgias de HPB nos Estados Unidos e na Europa. Sua versão mais atual, a XPS, chegou ao Brasil no início do ano passado.
“O laser verde atualmente é a melhor opção de tratamento porque ele garante menos complicações, não existem incisões no corpo e, assim, não há sangramento”, explica. Por isso, a operação também pode ser realizada em pacientes que têm problemas cardíacos e que tomam remédios anticoagulantes, sem a necessidade de suspendê-los. Outro benefício é quanto à recuperação no pós-operatório. “Na cirurgia tradicional, o paciente fica de 4 a 7 dias com sonda. Com o laser, esse tempo cai para apenas um dia e depois ele já pode ir para casa”, revela Maia. É importante lembrar que o procedimento não interfere na potência sexual, nem na função erétil do homem.
A cirurgia – Por meio de um aparelho com câmera inserido na uretra, o laser emite ondas de faixa verde no tecido da próstata. As ondas reagem com a oxiemoglobina presente no sangue e vaporizam o excesso de tecido com altas temperaturas sem causar sangramentos.
Por enquanto, o Greenlight está disponível apenas na rede privada com cobertura de alguns planos de saúde. Mas, graças aos seus benefícios e ao resultado eficaz, é provável que ele seja absorvido mais amplamente em breve. A Boston Scientific, atual empresa detentora do laser, já divulgou que pretender reduzir até pela metade do valor da fibra para os hospitais e convênios.