O PhD em Educação Matemática e professor da UFPE, Luciano Meira, conduziu o seminário promovido pela Algomais sobre educação digital. Mais que falar sobre o impacto que as inovações tecnológicas podem trazer para a escola, o debate tratou sobre um novo paradigma do processo de aprendizagem. Meira abriu o seminário com a sentença: “A aula faliu”, fazendo referência ao modelo tradicional de ensino nas escolas brasileiras. Participaram do evento professores, gestores e alunos das redes pública e privada de Pernambuco.
“Como metáfora, o nosso modelo de aprendizagem faliu. Essa organização onde as pessoas pensam estar transmitindo conhecimento e outras absorvendo para reter a aprendizagem foi construída no século 19, que vieram da biologia da época. Construída sob uma pedagogia do século 19, com base nas ideias que circulavam na época. A ideia é detonar isso, ver o que sobra e construir outras coisas no lugar. Isso não é para abandonar a escola. O que não funciona é a aula. Ela é que faliu, a escola não”, afirmou Meira.
O seminário foi bastante interativo, com participação ativa dos alunos, professores e gestores presentes. O especialista indicou quatro eixos para reflexão sobre a escola do futuro: os cenários (ambientes e artefatos de aprendizagem), as experiências (com aprendizagens imersivas), as redes (compartilhamento de práticas) e as pessoas (formação inovadora).
Nas intervenções de professores e diretores foi explicitado que já existem inúmeras experiências da construção de uma escola que dialoga mais com o aluno deste século, mas que também persistem dificuldades para as transformações que estão por vir. Os docentes falaram das dificuldades de trabalhar de forma inovadora a partir de uma Base Nacional Curricular Comum engessada e desatualizada. A competitividade para aprovação no ensino superior é outro elemento de pressão sobre a direção das escolas que foi sinalizado como um elemento que dificulta alguns processos de transformação nos métodos de ensino. A formação acadêmica dos professores foi apresentado como outro gargalo que não contribui para a reflexão sobre a escola do futuro.
Na provocação feita aos alunos foi exposto que há um processo de aprendizagem paralela à sala de aula (nas redes sociais e youtube, por exemplo).
Você pode conferir o conteúdo desse seminário nas próximas edições da Revista Algomais. Aguardem!