Agricultura urbana resiste em Petrolina

*Por Rafael Dantas, repórter da Revista Algomais

Petrolina tem pelo menos 5 hectares de agricultura urbana em atividade. A extensão é equivalente a 6 campos de futebol. A plantação dentro da cidade é uma característica antiga do município, de acordo com Helder Ribeiro Freitas, professor do Colegiado de Engenharia Agronômica e do programa de pós-graduação em Agroecologia e Desenvolvimento Territorial da Univasf.

“As principais experiências de Petrolina são com as hortas comunitárias, não são no quintal das casas, embora devam haver também. Apesar da pandemia, elas continuam. Aqui tem hortas que iniciaram sua produtividade nos anos 80, ou seja, já possuem de 30 a 40 anos de atividade. A maioria não são iniciativas recentes”, conta o pesquisador.

As hortas estão espalhadas pela cidade, em propostas e públicos diferentes também. “Tem horta no centro, horta na periferia, tem horta em todos os ambientes. As hortas do centro ao longo do tem enfrentado pressão pela valorização dos espaços. Já tivemos o caso de uma bem antiga que acabou sendo bem extinta. Tentaram promover uma mudança de lugar, mas não funcionou.  Foi feita uma reimplantação, mas a maioria deixou de trabalhar. No entanto, a maioria dessas hortas não parou na pandemia”. O pesquisador explica que a maioria está situada em terrenos públicos e até em escolas.

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Helder Freitas destaca a importância social das hortas comunitárias e a longevidade dessa atividade em Petrolina.

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Com a pandemia, apesar das dificuldades na assistência técnica e no acompanhamento de profissionais que davam apoio a essas iniciativas, a necessidade de produção de alimentos e geração de renda foi o combustível para mantê-las ativas. Helder conta que muitos desses produtos, além de servir para o autoconsumo das famílias produtoras, tem chegado também aos supermercados e quitandas.  “Elas são importantes para a gerança de renda, emprego e também para o abastecimento da cidade. Hoje, todos os supermercados tem uma gôndola de produtos orgânicos, além das próprias feiras orgânicas de Petrolina e Juazeiros”.

Além do esforço das próprias famílias produtoras, que é a principal coluna da agricultura urbana, na experiência de Petrolina, essas iniciativas de cunho comunitário por vários momentos tiveram incentivo do poder público, devido a sua importância social. “Sempre houve algum viés de uma iniciativa pública. Seja da escola, de alguns vereadores, líderes comunitários, associações de bairro. A agricultura urbana aqui tem muito haver com as fragilidades sociais. Isso foi mobilizando a comunidade, os agentes políticos e gestores públicos”, afirma Helder Ribeiro.

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