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Rafael Dantas

“Entre as reformas, a tributária está no centro da agenda econômica em 2023”

Bernardo Peixoto, presidente do Sistema Fecomércio/Sesc/Senac, foi um dos entrevistados da edição da Algomais que circula neste final de semana sobre os impactos do 8 de janeiro na agenda econômica de 2023. Ele considera que a reforma tributária deve ser a prioridade do primeiro ano de gestão do Governo Lula, mas avalia que é preciso criar um entrosamento entre os poderes para avançar nessa questão sensível ao desenvolvimento econômico do País.

Que tipo de impactos os atos do último domingo podem afetar na retomada da economia em 2023? A instabilidade política pode criar efeitos indesejados, como aumento de juros e fuga de investimentos do País?

Do ponto de vista econômico, embora os impactos diretos sejam de difícil mensuração, os atos ocorridos recentemente em Brasília tumultuam o ambiente político-institucional, reduzindo a previsibilidade sobre os rumos da economia brasileira e desestimulando investimentos que seriam fundamentais para alavancar o nível de atividade do País após anos sucessivos de baixo crescimento.

A maior atenção do Governo Federal a esse fator mais extremo da política pode atrasar a aprovação de reformas, que são esperadas pelos atores econômicos, como a tributária?

As reformas esperadas para o ano de 2023 demandarão um nível elevado de entrosamento nas ações entre o Executivo Federal, governadores e o parlamento. Atos como os ocorridos no dia 08 de janeiro no Distrito Federal desviam o foco político e os esforços que deveriam ser canalizados para dar andamento a essas reformas. O recente anúncio de medidas econômicas pelo Ministério da Fazenda foi uma sinalização importante em prol da agenda econômica.

Que pautas devem ser prioridade na agenda econômica nacional e local em 2023?
Entre as reformas, a tributária está no centro da agenda econômica, justamente por ser um grande entrave ao crescimento do Brasil. O desafio é construir uma reforma que não signifique um novo aumento de impostos, pois nenhum setor da economia suporta mais carga tributária. Seria importante aproveitar o ambiente de negociação típico do início dos mandatos em ambas as esferas de poder para tocar a reforma tributária concomitantemente à reforma administrativa.

Diante do fim do teto de gastos, a discussão em torno de uma nova âncora fiscal será de igual importância, até mesmo para que haja alinhamento com o Banco Central na tarefa de conter a inflação.

(Foto: Maker Mídia)

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