Uma pesquisa recente mostrou que brincar ao ar livre não é apenas bom para a saúde das crianças, mas também incentiva a criatividade, as habilidades sociais e a resiliência. Os resultados, publicados no International Journal of Environmental Research and Public Health descobriu que as crianças que participam de atividades físicas, como escaladas e saltos, jogos em grupo e atividades de exploração sozinhas apresentam maior saúde física e social.
Segundo os pesquisadores, os ambientes de brincadeira onde as crianças “podem correr riscos” aumentam o tempo de jogo, as interações sociais, a criatividade e a resiliência. Os resultados positivos refletem a importância de apoiar as crianças nas oportunidades de se arriscarem ao ar livre como um meio de promover a saúde e um estilo de vida ativo.
“Playgrounds que oferecem elementos naturais como árvores e plantas, mudanças de altura e liberdade para que as crianças se envolvam em atividades de sua própria escolha têm impactos positivos na saúde, comportamento e desenvolvimento social. Esses espaços dão às crianças a chance de aprender sobre o risco e aprender sobre seus próprios limites”, afirma o pediatra e homeopata Moises Chencinski.
Excesso de supervisão
Preocupações com a segurança, como ferimentos, foram apontadas pelos autores do estudo como a principal razão para limitar o acesso das crianças às brincadeiras ao ar livre. Os pesquisadores descobriram que os padrões de segurança dos playgrounds e o excesso de supervisão impedem as crianças de se envolver em atividades arriscadas.
“Monitorar as atividades das crianças pode ser uma abordagem mais apropriada do que a supervisão ativa, particularmente para crianças mais velhas. Considerar políticas, práticas e abordagens ambientais voltadas para o ar livre, onde haja equilíbrio entre segurança e os resultados positivos para a saúde das crianças é o mais recomendado”, orienta Chencinski, que é membro do Departamento de Pediatria Ambulatorial e Cuidados Primários da Sociedade de Pediatria de São Paulo.