Câncer de boca: um motivo para deixar de fumar - Revista Algomais - a revista de Pernambuco

Câncer de boca: um motivo para deixar de fumar

Rafael Dantas

Devido à presença da nicotina, que causa grande dependência química aos fumantes, largar o cigarro é uma missão quase sempre muito difícil. Entretanto a manutenção dessa prática é responsável por causar uma série de problemas de saúde, principalmente na boca e na garganta: dentes manchados, doenças nas gengivas e até câncer de boca. Por isso, médicos fazem um alerta sobre os riscos e as consequências do tabagismo neste mês de agosto, quando se celebra o Dia Nacional de Combate ao Fumo (29/08).

De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), o câncer de boca está entre os dez tumores mais comuns do Brasil e estima-se que 90% dos casos sejam causados pelo consumo do tabaco. Ainda segundo o INCA, até 2022 o Brasil deve diagnosticar mais de 15mil casos de câncer de boca, sendo mais de 11mil deles em homens. Segundo o Ministério da Saúde, a doença afeta mais os homens, que representam mais de 76% dos casos. Geralmente o câncer de boca aparece a partir dos 40 anos de idade neles. Entre os sintomas podem ter lesões dentro da boca ou nos lábios que não cicatrizam por mais de 15 dias, manchas vermelhas ou brancas, rouquidão sem motivo aparente e caroços no pescoço. Nos casos mais avançados, torna-se difícil a mastigação e também engolir alimentos, a fala fica prejudicada e há sempre uma sensação de que há algo preso na garganta.

Agenda TGI

De acordo André Raposo, que é cirurgião de Cabeça e Pescoço (especialidade da medicina responsável pela avaliação do câncer de boca e pela retirada do tumor), evitar ou abandonar o cigarro é a melhor forma de reduzir o risco para esse tipo de câncer e de uma série de outros problemas de saúde. “Muitas vezes é uma tarefa difícil, demanda muita força de vontade, por causa da dependência da nicotina, mas aqueles que conseguem deixar o tabagismo de lado reduzem muito as possibilidades de desenvolver um câncer de boca e orofaringe no futuro”. Quando não é mais possível evitar, o tratamento na maioria das vezes é cirúrgico, para as lesões pequenas e grandes. A avaliação do tumor é feita pelo cirurgião de Cabeça e Pescoço e é associada a exames complementares.

TABAGISMO E COVID-19
Neste momento da pandemia da Covid-19, preocupa a relação entre o tabagismo e os casos mais graves da doença, já que as substâncias presentes no cigarro comprometem grande parte dos pulmões, tão necessários durante a infecção do novo coronavírus. Além disso, já é sabido que tanto o cigarro comum quanto o eletrônico aumentam a gravidade das infecções pulmonares. O risco do tabagismo para a Covid-19 é ainda maior porque o cigarro pode afetar também o sistema cardiovascular, outra região do corpo que também é afetada pelo coronavírus, já que ele é considerado cardiotóxico. De acordo com o INCA, no Brasil, os fumantes têm 45% mais chances de apresentar complicações da Covid-19 do que não fumantes.

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