Carbono Zero, Hidrogênio Verde, Energia Nuclear e Biomassa (por Luíz Otávio Koblitz) - Revista Algomais - a revista de Pernambuco
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Carbono Zero, Hidrogênio Verde, Energia Nuclear e Biomassa (por Luíz Otávio Koblitz)

No próximo sábado 15 de abril, as últimas três usinas nucleares da Alemanha vão parar. Já foram 19 usinas. A mim parece uma decisão totalmente equivocada, atendendo a grupos verdes radicais, que querem carbono zero, mas sem nuclear.


O resultado é ficar com 33% de carvão e 21% de gás natural. As usinas a carvão emitem 0,82 ton CO2/MWh. Os ciclos combinados a gás natural 0,39 ton CO2/MWh. Os outros 46% são renováveis: eólica, hidro, solar e biomassa. Pela ordem, da mais importante para a menos, que é a biomassa com menos de 2%. O consumo do país é cerca de 80% do Brasil, 560 TWh/ano. Durante o verão, muito sol e dias enormes, a Alemanha paga em média aos países vizinhos, 40 Euros/MWh, para que eles possam consumir os excedentes solares durante umas 4 horas por dia. É claro que no balanço final, a solar ela consumiu e a fóssil foi vendida. Já no inverno, compram energia, notadamente nuclear da França.

Agenda TGI


Essa fome por hidrogênio verde se explica pela aparente falta de opção, apesar das dúvidas de preço, transporte e do uso do hidrogênio em turbinas a gás, pois atualmente o limite é de 50% H2 e 50% CH4. A solar e eólica, são sempre limitadas pela intermitência, precisando se apoiarem em parte na queima de diesel ou gás natural.
É preciso considerar também a biomassa importada, para no início queimar juntamente com o carvão, e gradativamente ao longo dos anos, substitui-lo. São duas vantagens a serem consideradas:


1- As usinas geradoras estão prontas, necessitando de pequenas adaptações;
2- As novas florestas plantadas irão sequestrar carbono.
Em 2022 o mundo gerou 12% com solar + eólica; a União Europeia 22%, a Alemanha 32% e o Brasil 15,9%. Suprir os vazios criados pela intermitência dessas fontes, tem custos elevados!
Ainda em 2022, o percentual de geração de energia elétrica renovável foi:
Brasil 87,5%; OCDE 30,1%; Mundo 28,1%.
Se considerarmos também a nuclear, que não é renovável, mas não emite CO2, fica:
Brasil 89,6%; OCDE 48,5%; Mundo 38,4%
Brasil: 63,8% Hidro + 11,6% Eólica + 7,8% biomassa + 4,3% solar + 2,1% nuclear = 89,6%.
Vejam a importância da energia nuclear, sobretudo para países que têm muito pouca hidrelétrica e menos ainda a biomassa. Enquanto a OCDE aumentou em 61% a geração com fontes não emissoras de CO2, o Mundo 37%.
Hoje muitos explicam como se deu a queda do Império Romano!

*Luíz Otávio Koblitz é engenheiro eletricista e fundador há 48 anos da Koblitz Energia.

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