Palestrante da Conferência dos Guararapes aponta a importância de infraestrutura, regulação e qualificação profissional para impulsionar o desenvolvimento da IA no país.
O avanço da inteligência artificial (IA) no Brasil vem transformando setores importantes, mas o debate sobre suas aplicações ainda está restrito a um espectro limitado de ferramentas, segundo o professor Carmelo Bastos Filho, um dos palestrantes da Conferência Internacional dos Guararapes. "A discussão na sociedade brasileira tem sido, às vezes, limitada a algumas ferramentas produzidas por grandes empresas de tecnologia, como as usadas em redes sociais, mas isso não cobre todas as potencialidades da IA", afirmou o professor. Ele acredita que é necessário expandir o foco para outras áreas, como a indústria e o agronegócio, onde a IA pode gerar um impacto muito maior.
Durante o evento promovido pelo IPERID, Carmelo discutirá as várias facetas da IA que podem contribuir para o aumento da produtividade no Brasil. Ele argumenta que o país precisa de infraestrutura própria para desenvolver soluções nacionais que sejam adequadas às suas necessidades. "Precisamos de investimentos que possibilitem a criação de modelos genuinamente brasileiros, pois ainda estamos muito dependentes das infraestruturas oferecidas por grandes empresas internacionais," afirmou. Isso, segundo ele, é crucial para que o Brasil possa acompanhar as transformações econômicas globais.
O professor também destacou que a formação de pessoas capacitadas é um dos principais desafios para o desenvolvimento da IA no Brasil. "O Brasil lançou um plano de inteligência artificial que prevê R$23 bilhões em investimentos nos próximos quatro anos, mas para avançarmos nessa pauta, será essencial formar profissionais em diversos níveis, desde o aspecto técnico até especialistas em problemas complexos," comentou. Ele enfatiza que apenas com mão de obra qualificada será possível criar ferramentas sofisticadas capazes de transformar a economia do país.
Carmelo reconhece que a IA também apresenta riscos, como ocorre com toda tecnologia disruptiva. "Assim como a energia nuclear e a internet, a IA pode ser usada tanto para o bem quanto para o mal. Por isso, é fundamental que haja um processo de regulação, que garanta o uso ético e a proteção dos dados," defendeu o professor. Ele acredita que uma legislação robusta é essencial para minimizar os impactos negativos e maximizar os benefícios dessa tecnologia.
A II Conferência Internacional dos Guararapes, promovida pelo IPERID e IBREI, será realizada no dia 8 de outubro de 2024, com o tema "Inteligência Artificial – Novos Horizontes em Negócios e Geopolítica." O evento contará com palestras de especialistas como Carmelo Bastos Filho e Fernando Araujo-Moreira, discutindo o futuro da IA no Brasil. As inscrições estão abertas no site do IPERID.
Sobre o palestrante:
Carmelo Bastos é professor da UPE desde 2004, livre docente pela UPE e está como Pró-reitor de pós-graduação, pesquisa e inovação da UPE. Foi Diretor de Ambientes de Inovação e Formação Superior na SECTI entre 2020 e 2022, e Cientista-chefe do Parqtel entre 2015 e 2020. É Membro sênior do IEEE, presidente do conselho do ISI-TICs SENAI e secretário executivo do Fórum Nacional de Pró-reitores de Pós-graduação e pesquisa. É bolsista de Produtividade em Pesquisa do CNPq desde 2008 e coordenou vários projetos de pesquisa e inovação.
Serviço:
- Evento: II Conferência Internacional dos Guararapes
- Data: 8 de outubro
- Horário: Manhã
- Formato: Híbrido
- Local: Transmissão pela plataforma IBREI
- Inscrição: Gratuita
- Mais informações e inscrições: https://bit.ly/IIconferenciaintdosguararapes
- no site oficial do IPERID e do IBREI.
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