Casarão na Mata Sul, citado por Dom Pedro II em diário, recebe obras de restauração

Restauração da propriedade tombada na zona rural de Rio Formoso reafirma a vocação da região para a preservação do patrimônio histórico.

Na Zona da Mata de Pernambuco, surge uma nova vocação econômica e cultural como alternativa à monocultura da cana-de-açúcar. O resgate do patrimônio histórico ganha destaque, recebendo maior atenção de proprietários e do Poder Público como fonte geradora de atividade econômica, cultural e educacional. Um exemplo é o casarão do engenho Machado, localizado em Rio Formoso (Mata Sul), a 80 quilômetros do Recife, que está passando por um processo profundo de restauro para recuperar seus traços originais, remontando ao século 19, com registros da visita do imperador d. Pedro II em 1859.

Reconhecido pela Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe) com o tombamento em 1979, o imóvel estava em lento processo de deterioração. Adquirido em 2007 por Francisco Julião de Oliveira Sobrinho, o juiz de Direito iniciou o projeto de restauração, contemplando a estrutura fundamental e, posteriormente, a parte interna com assoalhos e janelas. Após sua morte em 2016, a família continuou o projeto, aprovando em 2018 parte do restauro pelo Funcultura da Fundarpe, recebendo recursos públicos para a restauração. Em contrapartida, abriram a edificação para visitação de alunos de escolas públicas e realizaram oficinas sobre preservação do patrimônio histórico. A casa, em arquitetura colonial típica, agora passa por um processo gradativo de avanço na restauração, recuperando não apenas suas paredes, mas também seu valor histórico e cultural.

VISITAÇÃO

Após a conclusão da fixação do piso e assoalho em madeira, preservando suas características originais, a edificação abriu suas portas para receber a primeira visita de estudantes da rede pública. No final de novembro, 70 alunos da escola municipal Pedro de Albuquerque, de Rio Formoso, desfrutaram de uma manhã enriquecedora com uma aula de campo de história sobre o imóvel. Durante a visita, os alunos puderam explorar as características arquitetônicas do casarão e aprender sobre a significativa passagem de d. Pedro II pelo local, como registrado em seu diário “Viagem a Pernambuco”: “De tarde fui ao alto da Fazenda Machado (…) donde se vê a barra do Rio Formoso com o célebre reduto (…) mostrando-me a direção do rio ou gamboa e do canal, que reúne os rios Formoso e Sirinhaém” (páginas 118 e 119).

“Esse projeto vai além da questão da recuperação do imóvel histórico, que, por si só, é muito importante: é um projeto que busca integrá-lo à comunidade, seja pela visitação dos estudantes, seja pelo curso de preservação do patrimônio, como também tem potencial para exploração como ponto turístico e cultural”, explica a arquiteta Maryanne Oliveira, responsável técnica pelo projeto de restauro e filha do idealizador do restauro.

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