Arquivos Algomais Saúde - Página 121 de 158 - Revista Algomais - a revista de Pernambuco

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Afinal, o óleo mineral presente na formulação de cosméticos é realmente um vilão?

Comumente encontrado nas formulações hidratantes, o petrolato, um dos derivados petróleo, é com certeza um dos componentes mais polêmicos do mercado cosmético. “O petrolato é geralmente encontrado nos produtos na forma de um de seus derivados, o óleo mineral, que possui vantagens em relação aos óleos vegetais, sendo assim preferido pelas empresas fabricantes de cosméticos. Isso por que, além de seu baixo custo, o óleo mineral não oxida tão facilmente quanto o vegetal e possui moléculas grandes demais para penetrarem na pele, logo é menos provável de causar alergias ou sensibilização da pele”, explica Lucas Portilho, consultor e pesquisador em Cosmetologia, farmacêutico e diretor científico da Consulfarma. Mas então por que a substância é vista como vilã? Segundo o pesquisador, o petrolato possui moléculas chamadas de hidrocarbonetos aromáticos, que, de acordo com estudos, estão relacionadas ao desenvolvimento do câncer. Porém, estes estudos se referem ao desenvolvimento da doença em trabalhadores que estão diretamente expostos ao petrolato não refinado. “A questão é que, em cosméticos, o petrolato já passou por um processo de refinamento. Dessa forma, é completamente seguro e até mesmo certificado por órgãos reguladores como ANVISA, FDA e Europe Comission”, afirma. “Entretanto, apesar da forma do petrolato presente nos cosméticos não favorecer o aparecimento de câncer, o óleo mineral é uma substância comedogênica, ou seja, pode obstruir os poros, facilitando o aparecimento de cravos.” Já para o meio ambiente, o óleo mineral é realmente um vilão. Isso por que é proveniente de uma fonte não renovável, isto é, que um dia vai se esgotar, diferentemente de um óleo vegetal extraído de uma semente produzida através de cultivo sustentável, que sempre estará disponível. “Além disso, após lavarmos o produto com óleo mineral, a substância, que não se mistura com a água e está presente em altas concentrações nos cosméticos, chega até os rios, o que gera um enorme gasto em sistemas de tratamentos para remover o petrolato da água”, alerta o especialista. Mas, afinal, o petrolato e seus derivados são eficazes quando se trata da hidratação da pele? “O óleo mineral é oclusivo, ou seja, impede a evaporação excessiva de água pela pele. Logo, hidratantes com a substância mantém a pele hidratada apenas até serem retirados, pois não atuarão em nenhuma das causas da pele seca, que pode ocorrer devido a diversos fatores, incluindo falta de proteínas que mantem a barreira cutânea intacta, afinamento da pele ou falta de ceramidas e aquaporinas”, completa Lucas. Então na hora de escolher entre cosméticos com óleo mineral ou vegetal é fácil. Apesar dos produtos com petrolato serem de baixo custo e, consequentemente mais baratos, o ideal é optar por aqueles que levem óleo vegetal na fórmula, pois assim o meio ambiente estará sendo preservado. “Já para identificar o uso de petrolato e seus derivados nos produtos basta observar a embalagem. Os ativos cosméticos são sempre descritos no rótulo através de uma nomenclatura internacional chamada de INCI (International Nomenclature of Cosmetic Ingredients). Então se você encontrar nomes como Paraffinum Liquidum, Mineral OIl ou Microcrystalline Wax na embalagem de um produto é porque ele conta com petrolato em sua fórmula”, finaliza Lucas Portilho. FONTE: Lucas Portilho - Consultor e pesquisador em Cosmetologia, farmacêutico e diretor científico da Consulfarma e Pesquisador em Fotoproteção na Unicamp. Especialista em formulações dermocosméticas e em filtros solares. Diretor das Pós-Graduações do Instituto de Cosmetologia e Ciências da Pele Educacional, Hi Nutrition Educacional e Departamento de Desenvolvimento de Novas fórmulas. Atuou como Coordenador de Desenvolvimento de produtos na Natura Cosméticos e como gerente de P&D na AdaTina Cosméticos. Possui 17 anos de experiência na área farmacêutica e cosmética. Professor e Coordenador dos cursos de Pós-Graduação com MBA do Instituto de Cosmetologia e Ciências da Pele Educacional. Coordena Estágios Internacionais em Desenvolvimento de Cosméticos na Itália, França, Mônaco e Espanha. Atua em desenvolvimento de formulações para mercado Brasileiro, Europeu e América Latina.

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Workshop gratuito sobre Análise de Risco em Radioterapia abre inscrições

O Grupo Oncoclínicas Radioterapia Recife realiza o 2º Workshop sobre Análise de Risco em Radioterapia e o Sistema SEVRRA-BR. O evento é gratuito e acontece nos dias 26 e 27 de abril, na sede da clínica, em Boa Viagem. O workshop é destinado a radio-oncologistas, físicos médicos, dosimetristas, técnicos, tecnólogos e enfermeiros atuantes em Radioterapia. As inscrições estão abertas e podem ser feitas através do link: http://oncoclinicas.actonservice.com/acton/fs/blocks/showLandingPage/a/26348/p/p-003d/t/page/fm/0?sid=TV2:iiWwwET1q Serão mais de 15 palestras, com assuntos variados, ministradas por profissionais de todo Brasil, incluindo a Dra. Tatiana Midori, física médica do Hospital Sírio Libanês, em São Paulo. “O nosso objetivo é identificar e avaliar os riscos nos sistemas utilizados, diminuir as falhas e discutir, cada vez mais, ações de melhoria”, explica o radio-oncologista Felipe Coelho Leite. O workshop conta com o apoio da Comissão Nacional de Energia Nuclear, uma autarquia federal vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações. Serviço: Workshop sobre Análise de Risco em Radioterapia Quando: 26 e 27 de abril Onde: Av. Conselheiro Aguiar, 2350 – Boa Viagem

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Semana da Tontura é comemorada no Recife com evento aberto ao público

A tontura é um problema bastante comum e precisa ser investigado sempre que surgem os primeiros sintomas. De acordo com a Organização Mundial da Saúde, cerca de 30% da população do planeta é afetada por problemas de tontura, na maioria das vezes ocasionado por complicações no labirinto. No próximo dia 25 de abril, das 7h às 11h, em comemoração à Semana da Tontura, que acontece do dia 22 a 26, o Parque 13 de Maio, na área central do Recife, vai receber especialistas para atendimentos gratuitos à população. O objetivo é esclarecer dúvidas e orientações. O evento é promovido pelo departamento de otoneurologia da ABORL-CCF Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial. Segundo a otorrinolaringologista Lívia Noleto, especialista em zumbido e otoneurologia pela Universidade de São Paulo (USP), mestre em otorrinolaringologia pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) e membro do departamento de otoneurologia da Sociedade Brasileira de Otorrinolaringologia (ABORLCCF), as tonturas e doenças de labirinto podem ocorrer por vários fatores. “Ao sentir tonturas, as pessoas já creditam esse sintoma a uma labirintite, mas isso precisa ser desmistificado. Afinal, existem diferentes doenças de labirinto” – explica a médica. Para o evento, que vai acontecer paralelamente em várias capitais do Brasil, vai servir como um alerta para o público, esclarecendo dúvidas e orientando os pacientes de acordo com cada necessidade específica. Na Capital Pernambucana, o principal evento será realizado no dia 25 de abril, no Parque 13 de Maio. “O evento é gratuito e aberto ao público. Vamos reunir especialistas e quem for diagnosticado com alguma doença de labirinto, será encaminhado para o serviço público de saúde”, explica Noleto. Serviço Semana Nacional da Tontura Dia 25 de abril, das 7h às 11h Local: Parque 13 de Maio

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Diabetes e Páscoa: uma combinação possível?

Muitos associam o diabetes ao consumo de doces – ao receber o diagnóstico da doença, é comum que as pessoas automaticamente pensem que terão que abrir mão de alimentos prazerosos, como o chocolate. Inclusive em datas comemorativas como a Páscoa, em que o doce se faz tão presente. Porém, quem tem diabetes realmente não pode consumir chocolate? A nutricionista Tarcila Ferraz de Campos, vice-presidente do Departamento de Nutrição da Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), orienta que, desde que o consumo seja realizado dentro da quantidade de carboidratos diária permitida, a pessoa com diabetes não precisa abrir mão do doce. “Para comer chocolate, é necessário apenas ter o controle da quantidade de carboidratos diária permitida. Além disso, a pessoa com diabetes pode procurar amenizar os efeitos do chocolate sobre a glicemia consumindo o produto após a refeição, como sobremesa. A presença de outros nutrientes, inclusive das fibras, faz com que a absorção não seja tão imediata e não eleve tão bruscamente a glicemia”, afirma. De acordo com a nutricionista, o chocolate diet, vendido com uma opção para quem precisa reduzir a ingestão de açúcar, pode não ser uma alternativa tão saudável assim para quem tem diabetes. “Ele tem praticamente a mesma quantidade de carboidrato de um chocolate tradicional e, algumas vezes, tem mais gorduras e consequentemente mais calorias. Pela falta da sacarose (açúcar) na formulação, a indústria acrescenta outros tipos de carboidratos e gordura para dar sabor. Para checar se a troca do chocolate normal pelo diet vale a pena, é preciso avaliar o rótulo do chocolate selecionado”, explica. Algumas alternativas, como a alfarroba e o chocolate amargo, podem garantir uma Páscoa saudável e, ainda assim, saborosa. “A alfarroba, por exemplo, tem sido utilizada como substituto do cacau para intolerantes à lactose ou celíacos. Apesar de ter sabor similar ao do chocolate amargo, trata-se de uma vagem que, após torrada e moída, resulta em uma farinha e pode ser utilizada em produtos que se assemelham ao cacau. Já o chocolate amargo é o mais rico em antioxidantes, porque tem mais massa de cacau e menos manteiga de cacau. Como o próprio nome diz, é amargo ao paladar, pois possui reduzido teor de açúcar”. Independentemente da opção escolhida, o importante é levar em conta a quantidade de carboidratos diária permitida e, dessa forma, se deliciar com o que a Páscoa tem a oferecer. “Opte pelas opções mais saudáveis e aproveite esse momento em família. Não deixe de tomar seus medicamentos e/ou insulina e mantenha a monitorização da glicemia para entender como ela se comporta nesses dias em que fazemos uso de alimentos diferenciados”, finaliza Tarcila.

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Educação do futuro em debate

Novas tecnologias, como realidade virtual e aumentada, estão revolucionando o tratamento de pacientes e o ensino da medicina e de outras profissões da área de saúde. O assunto tem impactado o cotidiano de centros médicos e universidades de ponta e será debatido na 2ª edição do Cidades Algomais FPS. O tema central será A Educação do Futuro – Inovação e Tecnologia na Formação de Profissionais de Saúde. Realizado pela Algomais e CBN Recife, o evento será dia 6 de maio, no Teatro RioMar, conta com patrocínio da Faculdade Pernambucana de Saúde e apoio da Rádio Globo Recife, Hotéis Pernambuco e Luck Viagens. “Vamos trazer especialistas renomados que vão abordar quais as novas tecnologias adotadas para aprimorar o aprendizado dos estudantes e dos profissionais de saúde”, informa a coordenadora do Cidades Algomais Mariana de Melo. “Também será discutido o impacto que as novas tecnologias têm no ensino e na prática dessas profissões e as estratégias de aprendizado utilizadas”, detalha. Destinado a profissionais, estudantes e docentes das áreas de saúde e de tecnologia aplicada à saúde, o CAM FPS 2019 terá entre os palestrantes Romero Tori, professor Livre-docente da Escola Politécnica da USP (Universidade de São Paulo), onde coordena o Laboratório de Tecnologias Interativas. É autor do livro Educação sem Distância. Tori vai abordar como as chamadas mídias imersivas (realidade virtual, vídeo imersivo e realidade aumentada) permitem estratégias didáticas inovadoras, interativas, motivantes e lúdicas, com baixo custo. Outros palestrantes são Luiz Candreva, futurista do Hub São Paulo, Lília Porto, idealizadora e curadora do site O Futuro das Coisas, e Brena Melo, obstetra e docente da FPS. Os participantes do CAM FPS 2019 terão ainda a oportunidade de assistir ao pitch da startup Prol Educa e conhecer o vencedor da Startup Weekend Health Recife 2019. Trata-se de um evento onde grupos formados por profissionais das áreas de negócios, design, TI e saúde vão se reunir, durante três dias, para desenvolver projetos de inovação para o tratamento e diagnóstico de pacientes. O ganhador fará no Cidades Algomais FPS um pitch, termo utilizado pelas startups para designar uma apresentação rápida de um produto ou um negócio. Serviço: Cidades Algomais – FPS, dia 6 de maio de 2019, no Teatro RioMar, (Av, República do Líbano, 251, Pina, Recife), às 18h30. Ingressos: www.cidadesalgomais.com.

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Atividade física é liberada para grávidas com cuidados e acompanhamento profissional

Como já diziam nossas avós, “gravidez não é doença”. Ao passar por uma gestação saudável, sem riscos, a mulher pode, e deve, praticar atividades físicas, desde que tenha a liberação do seu médico e o acompanhamento de um profissional especializado. “O ideal é que a gestante já faça exercício antes de engravidar. Nestes casos, praticamente todas as modalidades podem ser mantidas na rotina, desde que com alguns cuidados especiais, e outras podem ser incorporadas em diferentes fases da gravidez”, explica Rogério Franze, coordenador da Academia Ecológica Ecofit (www.ecofit.com.br). As atividades físicas trazem para a gravidez benefícios como melhora da respiração e das dores nas costas, diminuição do inchaço, fortalecimento da musculatura para o trabalho de parto e redução do risco de pré-eclâmpsia (pressão alta). A partir do terceiro mês, com liberação médica, a mulher já pode iniciar o trabalho de fortalecimento do assoalho pélvico, adaptando o corpo para o crescimento do útero e para a pressão que ele receberá nos próximos meses. “Na Ecofit, proporcionamos às alunas grávidas um leque completo de atividades para todas as fases da gestação, com profissionais capacitados e máxima segurança. Além das atividades que elas geralmente procuram, como natação, alongamento, hidroginástica, yoga e pilates, oferecemos aulas de dança, acqua yoga e musculação, com treinos pensados especialmente para elas”, comenta o especialista. Para as gestantes, a principal recomendação é não praticar atividades sem controle. Os exercícios de alta intensidade e impacto não são recomendados. O acompanhamento profissional é importante para impor limites, como, por exemplo: a natação é permitida, mas o nado borboleta e o treino de explosão devem ser evitados; a grávida pode praticar spinning, mas sem exceder a carga e sempre atenta à frequência cardíaca. “O ritmo de treino deve mudar com o avanço da gravidez. Deve-se tomar cuidado com saltos, mudanças bruscas de direção e elevação da frequência cardíaca. Se a gestante era sedentária e quer começar a fazer exercícios durante a gravidez, são fundamentais uma avaliação inicial e um acompanhamento que priorize atividades mais leves”, diz Rogério.

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Mitos e Verdades sobre Osteoporose

A osteoporose é uma patologia que acelera a perda de massa óssea, deixando os ossos mais frágeis e porosos. Ela costuma surgir na terceira idade e provoca a diminuição da absorção de minerais e de cálcio. Com isso, os riscos de fraturas aumentam, principalmente no quadril, costela e colo do fêmur. De acordo com a Fundação Internacional da Osteoporose, a doença atinge 10 milhões de brasileiros e deve crescer 32% até 2050 no país. Há muitas dúvidas sobre as causas e tratamentos da doença. Por isso, convidamos o Dr. Levi Jales Neto, reumatologista na Rede de Hospitais São Camilo de SP, para esclarecer o que é MITO e o que é VERDADE. Confira: 1. MITO ou VERDADE: apenas as mulheres desenvolvem a patologia. MITO. Homens também têm osteoporose, sendo prevalente após os 70 anos. Segundo a Fundação Internacional da Osteoporose, uma em cada três mulheres acima de 50 anos terá osteoporose. Entre os homens, o índice é de um em cinco. A chance entre as mulheres é maior por causa da diminuição de alguns hormônios após menopausa. 2. MITO ou VERDADE: apenas os laticínios são fontes boas de cálcio. MITO. Existe cálcio também de origem vegetal. Como nozes, sementes, alho e vegetais de folha verde escura. É importante a consulta com o nutricionista para adaptar fontes variadas de cálcio no cardápio. 3. MITO ou VERDADE: hábitos alimentares ruins na infância podem influenciar no surgimento da doença. VERDADE. A massa óssea é formada na infância e adolescência e necessita do cálcio e da vitamina D para sua formação, geralmente proveniente de uma dieta equilibrada e exposição solar. 4. MITO ou VERDADE: é arriscado praticar atividades físicas quando há o diagnóstico da doença. MITO. Somente as atividades de elevado impacto e atividades com flexão da coluna podem aumentar a incidência de fratura. 5. MITO ou VERDADE: osteoporose pode ser uma doença silenciosa. VERDADE. A maioria dos casos de osteoporose só é diagnosticada após a fratura, porque não apresentam sintomas. Por isso, é necessária a investigação com densitometria óssea durante os exames anuais para tratarmos preventivamente. 6. MITO ou VERDADE: osteoporose não possui cura e tratamento. MITO. Apesar de não haver cura, existem diversos tratamentos incluindo medicamentos e medidas não medicamentosas. O tratamento depende de cada paciente, por isso é fundamental acompanhamento médico. 7. MITO ou VERDADE: a principal forma de prevenção é ter uma alimentação equilibrada e praticar exercícios físicos VERDADE. Diversos estudos comprovam essas medidas como prevenção. Por isso é fundamental a inclusão de alimentos ricos em cálcio na dieta, além de manter uma alimentação equilibrada. Já a atividade física exerce pressão sob o tecido ósseo, estimulando sua formação e rigidez. Sem contar o desenvolvimento do reflexo e equilíbrio, prevenindo quedas.

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Dor nas costas: quanto antes tratar, menos chances de cronificar

As costas, mais especificamente a coluna vertebral, têm uma missão de grande importância para a sustentação da nossa estrutura corporal, ignorada pela grande maioria da população até que ela passe a reclamar seu mau uso por meio de um quadro doloroso. E isso ocorre com frequência, mais precisamente em cerca de oito a cada dez pessoas ao longo da vida. “Não obstante, mesmo quando as costas doem, é comum ela ser “tratada” com automedicação paliativa, que não resolve o problema, tornando as disfunções crônicas e mais difíceis as soluções efetivas”, é o que explica o neurocirurgião mestre pela UNIFESP, com mais de 20 anos de atuação em doenças da coluna, Dr. Alexandre Elias. Ele comenta que grande parte das dores da coluna é causada por processos inflamatórios e degenerativos, que por sua vez ocorrem como consequência de maus hábitos, a exemplo da má postura, traumas e excesso de peso – tanto o corporal como de sobrecargas em geral, entre outros. “Estes fatores comumente se somam às condições de predisposição genética, e muitas vezes o indivíduo nem sequer sabe que tem, que vão se agravando no dia a dia e pesando, literalmente, nas costas”. Por isso, prestar atenção aos quadros de dor, sua persistência e em que situações eles mais ocorrem é importante para definir a hora de agendar uma consulta médica, antes mesmo de insistir com medicações analgésicas que apenas vão atuar no sintoma, sem tratar a causa. A identificação da doença começa a partir de um bom relato individual com histórico familiar, atividades executadas e relações delas com crises de dor, aliando também alguns exames visuais. “Hoje se tem apresentado muito, em congressos nacionais e internacionais, a importância do exame do balanço sagital, em que o paciente é analisado pelo alinhamento de sua postura em pé a partir do início do tronco cervical até a região lombar”, explica Dr. Alexandre, que complementa: “É a partir desta base que se tem um melhor guia para o pedido de exames de imagem complementares e procedimentos operatórios, quando necessários”. O tratamento O tratamento tende a ser mais efetivo quanto mais cedo a disfunção for identificada. Neste sentido, remédios bem indicados devem responder com melhores efeitos, somados a adesão de terapias físicas de reabilitação postural, prática de atividades físicas de fortalecimento da coluna e alimentação adequada – não apenas para a melhor nutrição como para a manutenção do bom peso corporal. “Em quadros iniciais de lombalgia por processos degenerativos, por exemplo, são indicados analgésicos e anti-inflamatórios específicos, mas nos casos crônicos eles já não têm o mesmo efeito, a ponto de o paciente precisar de prescrição de opioides (às vezes até injetáveis na estrutura da coluna). A Toxina botulínica A e o CBD, derivado do canabidiol, também tem se inserido na linha de tratamento dos casos crônicos para o atuar no sintoma doloroso”, relata o médico. Mas quando nada mais alivia a dor e ela se torna incapacitante, é preciso considerar os procedimentos operatórios. Os casos mais frequentes são de hérnia de disco, em pacientes jovens, e estenose de canal lombar em pacientes acima dos 50 anos. A maior parte das indicações de cirurgias para diversas doenças da coluna se baseia em técnicas minimamente invasivas, tendo inúmeros benefícios para a melhor reabilitação do paciente. “O importante a considerar, dentro do arsenal de possibilidades de tratamento, é que quase sempre é possível melhorar o quadro de dor do paciente, independentemente da sua doença. Mas quanto antes ele procurar ajuda e aderir ao conjunto de terapias propostas, melhores serão os resultados”, pontua o especialista.

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Abril Marrom é o mês de prevenção e combate às causas da cegueira também nos animais

Você sabia que os animais de estimação também podem ter problemas de visão e precisam visitar um oftalmologista veterinário? Neste Abril Marrom, o tema ganha ainda mais relevância diante do desconhecimento da população. Vale ressaltar que a cegueira em animais, principalmente em cachorros, é algo comum e normalmente ocorre devido à velhice, contudo, ela também pode aparecer em decorrência de doenças oculares de diversas ordens. De acordo com a Dra. Carinne Liessi, oftalmologista veterinária do Instituto Veterinário de Imagem (IVI), a prevenção passa por entender quais sinais apresentam um pet que perdeu ou está perdendo a visão. Confira o que ela tem a dizer sobre isso, e na sequência, como melhorar a qualidade de vida do animal que apresentar esse problema: O que causa cegueira? A cegueira pela catarata é uma das causas mais comuns de perda de visão. Existem também outras patologias como problemas na retina, nervo óptico e traumatismos oculares. Como identificar o início da cegueira ou de doenças oculares? Quando a cegueira é bilateral e de surgimento rápido, os animais começam a colidir com os objetos ou não acham os brinquedinhos pela casa. Quando a cegueira é gradual, a dificuldade pode ser observada em passeios fora do ambiente de costume do cão. Ele pode tropeçar em guias ou bater em árvores no meio do caminho. Quais os tipos de tratamento e quanto tempo duram? O tratamento depende da causa. Por exemplo, se a catarata for secundária, hoje em dia é rotineira a cirurgia e implantação de lente intraocular e, assim, o paciente recupera a visão e a qualidade de vida. Se o caso for um descolamento de retina, é necessário identificar se o paciente tem pressão arterial ou algum outro problema sistêmico. Meu pet está cego. O que posso fazer para ajudá-lo? O médico veterinário oftalmologista vai ajudá-lo com orientações sobre manejo e cuidado não só com os olhos, mas com todas as partes do corpo do paciente. Existem viseiras de proteção, adestramento para animais cegos e análise comportamental do paciente e da família. Dicas para adaptação do seu pet após a perda da visão - Mantenha os potes de água e ração sempre no mesmo local. - Evite mudar móveis e objetos de lugar. - Ao passear com ele, utilize uma guia curta, assim ele ficará mais próximo de você e se sentirá mais seguro. - Use sua voz para guiá-lo dentro de casa, além de brinquedos que produzam ruídos. Além dessas dicas, há também uma coleira específica para cães cegos. Ela faz uma espécie de barreira ao redor da cabeça do cachorro, evitando que ele esbarre em algum objeto que possa machucá-lo. Dra. Carinne Liessi Brunato Com especialização em Oftalmologia Veterinária pela Anclivepa SP, atua na área de Ultrassonografia Ocular no IVI. É graduada em medicina veterinária pela Universidade de Guarulhos e possui pós-graduação lato sensu em cirurgia pela Universidade de Santo Amaro, onde também fez residência em Clínica Cirúrgica de pequenos animais.

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Biossensor detecta glúten na dieta de celíacos

Por Elton Alisson  |  Agência FAPESP As pessoas com doença celíaca enfrentam o desafio de assegurar que suas dietas sejam totalmente isentas de glúten, proteína presente em cereais como trigo, centeio, cevada e malte. Isso porque, além de o nutriente integrar várias matrizes de alimentos, em diferentes formas e proporções, mesmo os produtos declarados livres de glúten podem apresentar contaminação cruzada e provocar reações no organismo. Um biossensor óptico em escala nanométrica (da bilionésima parte do metro), desenvolvido por pesquisadores do Instituto Catalão de Nanociência e Nanotecnologia (ICN2), da Universidade Autônoma de Barcelona, na Espanha, pode ajudar os celíacos a evitar consumir glúten inadvertidamente. O dispositivo é capaz de detectar em uma amostra de urina a presença de um dos principais peptídeos do glúten após o consumo de um alimento contendo a proteína mesmo em quantidades irrisórias, de forma simples e altamente sensível. O novo método, que funciona como um teste de gravidez vendido em farmácia, foi desenvolvido pelo grupo de Nanobiossensores e Aplicações Bioanalíticas do ICN2, coordenado por Laura Lechuga. Os resultados foram apresentados pela pesquisadora durante a Escola São Paulo de Ciência Avançada em Tópicos Modernos em Biofotônica. Apoiado pela FAPESP, na modalidade Escola São Paulo de Ciência Avançada, o evento ocorreu entre os dias 20 e 29 de março no Instituto de Física de São Carlos da Universidade de São Paulo (IFSC-USP). “O sensor pode ser especialmente útil para monitorar a dieta de crianças com doença celíaca, cujos pais não conseguem ter controle sobre o que comem fora de casa. Com apenas algumas gotas de urina, o dispositivo é capaz de detectar rapidamente se a pessoa ingeriu a proteína em um determinado dia. Desse modo, é possível evitar consumir novamente o alimento suspeito de ter sido a fonte do nutriente”, disse Lechuga à Agência FAPESP. O biossensor é baseado no princípio de ressonância de plásmons de superfície (SPR, na sigla em inglês). Por esse método, a quantificação da substância de interesse é feita por medidas do índice de refração (desvio angular da luz), quantidade de luz absorvida, propriedades fluorescentes das moléculas analisadas ou meio de transdução químico-óptico – que “traduz” o sinal químico em óptico. Graças a um detector óptico, o dispositivo é capaz de identificar e quantificar o peptídeo 33-mer α-2-gliadina, considerado o mais reativo do glúten. “Um dos subprodutos resultantes do metabolismo do glúten é esse peptídeo resistente ao processo de digestão e detectável na urina e nas fezes”, explicou Lechuga. A fim de avaliar o desempenho do biossensor em termos de sensibilidade, seletividade e reprodutibilidade, os pesquisadores fizeram um estudo com 44 pacientes celíacos que seguiam uma dieta isenta de glúten há, pelo menos, dois anos. Os pacientes foram classificados no início da pesquisa como assintomáticos ou sintomáticos por meio de um questionário de escala de sintomas gastrointestinais. A presença do glúten na dieta foi avaliada também com um questionário sobre os alimentos ingeridos nos dias anteriores e com um exame para detectar a presença do peptídeo 33-mer α-2-gliadina em amostras de urina. Os resultados dos testes indicaram que 25% dos pacientes tiveram pelo menos um resultado positivo para o peptídeo 33-mer α-2-gliadina, sendo 39% assintomáticos e 15,8% sintomáticos. “Constatamos que o biossensor é capaz de detectar o consumo inadvertido de glúten por pessoas celíacas que seguem uma dieta isenta dessa proteína há bastante tempo, independentemente de apresentarem sintomas da doença celíaca”, disse Lechuga. O dispositivo foi capaz de detectar a presença do peptídeo 33-mer α-2-gliadina em amostras de urina com um limite mínimo de 0,33 nanograma por mililitro (mL). “Demostramos que essa técnica que desenvolvemos pode se traduzir em uma oportunidade para o desenvolvimento de testes point of care [usados no local do atendimento, como em domicílio] para um monitoramento eficiente, simples e preciso da dieta e para o acompanhamento de pessoas com doença celíaca”, afirmou Lechuga. Parceria com empresas Alguns outros biossensores desenvolvidos pelo grupo de Lechuga na Espanha devem chegar em breve ao mercado por meio de empresas fabricantes de equipamentos e dispositivos médicos. Um deles é um biossensor para monitorar a dose de anticoagulante usada por pacientes com doenças cardiovasculares ou trombose. Também baseado no método SPR, o dispositivo é composto por nanoestruturas de ouro que detectam, a partir de uma amostra de sangue, se a dose do medicamento anticoagulante consumida pelo paciente é a adequada. Se estiver baixa, por exemplo, o paciente corre o risco de coagulação do sangue; se estiver muito acima do limite recomendado, pode desencadear hemorragias internas.“Já conversamos com algumas empresas multinacionais que se interessaram em produzir e comercializar o dispositivo, que funciona como um teste de glicose usado por diabéticos”, comparou Lechuga. “Com apenas algumas gotas de sangue, o biossensor é capaz de detectar se a dose do medicamento que o paciente tomou foi suficiente ou excessiva e, dessa forma, permite administrar melhor a dose”, disse. Outros biossensores desenvolvidos pelos pesquisadores nos últimos anos são voltados para detecção precoce de câncer de pulmão e de ovário, além de dispositivos para analisar a contaminação de água. “Uma das vantagens dos biossensores ópticos, como os que temos desenvolvido, é que eles são muito mais sensíveis do que os fotônicos e os eletroquímicos. Esses dispositivos são capazes de detectar compostos de interesse em baixíssimas quantidades de amostras de materiais, como células”, explicou Lechuga.

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