Algomais Saúde - Página: 139 - Revista Algomais - a revista de Pernambuco

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Congresso regional de endocrinologia terá mais de 80 palestras

Entre os dias 7 e 9 de junho, o hotel Summerville, em Muro Alto, a 50 km do Recife, vai sediar o EndoRecife 2018, promovido pela Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM-PE). Endocrinologistas e profissionais de saúde de outras especialidades - do Brasil e do exterior – vão discutir novidades no diagnóstico, tratamento e pesquisas da área. O EndoRecife é um dos principais congressos médicos regionais do país, deve reunir mais de 600 participantes e será realizado pelo 21º ano consecutivo. A direção da regional da SBEM em Pernambuco, liderada pelo endocrinologista Fabio Moura, escolheu o também endocrinologista Luiz Griz como presidente do congresso, emprestando a sua experiência para a realização deste importante evento científico. Durante três dias, vão ser apresentados temas como diabetes, osteoporose, câncer de tireoide, transtornos endocrinológicos na gestação, obesidade, reposição hormonal na menopausa, síndrome metabólica, entre outros, em mais de 80 palestras. A programação contará com a participação de médicos brasileiros e vários de destaque internacional, entre eles Michael Lewiecki, do New Mexico Bone Ressearch Centers (Albuquerque, EUA), George Grunberger, professor da Wayne State University School of Medicine (Detroit, EUA) e presidente eleito do American College of Endocrinology, e Oscar Bruno, professor da Universidad de Buenos Aires. No primeiro dia do encontro, haverá um curso pré-congresso sobre a Medicina do Estilo de Vida, tem apresentações sobre jejum intermitente, dieta sem glúten e sem lactose, dieta cetogênica, uso de suplementos alimentares para perda de peso, além da prática de exercícios físicos para a perda de peso. “Estamos sempre oferecendo novidades e uma renovação no EndoRecife. O curso pré-congresso é um exemplo, porque tem foco em um tema e traz uma discussão atualizada tanto para congressistas quanto para quem pretende fazer uma imersão apenas no assunto escolhido. Foi um acerto que estamos repetindo, acrescentando mais tempo ao evento”, afirma o presidente da SBEM-PE, Fabio Moura. As inscrições são feitas pelo site www.endocrinologiape.com.br, onde pode ser conferida a extensa programação científica.

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Núcleo de Pesquisa em Inovação Terapêutica Suely Galdino da UFPE recebe carta patente da molécula GQ-16

O Núcleo de Pesquisa em Inovação Terapêutica Suely Galdino (Nupit-SG) da UFPE recebeu recentemente, do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), a carta patente da molécula GQ-16, com vigência até 2028. O composto mostrou-se eficaz para o tratamento da diabetes, e estudos em andamento no Brasil e no exterior evidenciam sua importância para o tratamento de outras doenças de alta incidência. Este produto está sendo comercializado mundialmente por 20 empresas nos Estados Unidos, Europa, China e Japão para fins de pesquisa. No mês de junho, o Nupit-SG/UFPE receberá a visita de executivos da Coreia do Sul. Na ocasião, será discutida a inserção do GQ-16 em novos mercados. O grupo da UFPE também possui outras cooperações com empresas e centros de pesquisa sul-coreanos. O núcleo tem como eixo principal a busca de moléculas bioativas, tanto de fontes naturais quanto de produtos sintéticos, para o tratamento de doenças autoimunes e câncer. No âmbito da pesquisa translacional o grupo dialoga com as pesquisas clínica e pré-clinica e as pesquisas-ação de cunho social. Os professores líderes do núcleo são: Moacyr Jesus Barreto de Melo Rêgo (Departamento de Bioquímica) e Ivan da Rocha Pitta (Departamento de Antibióticos).

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Descobertas sobre zika e outras arboviroses prestes a sair do laboratório

Os surtos de zika, chicungunha e dengue nos últimos anos fizeram despertar a atenção de pesquisadores para a necessidade de investigar novas formas de prevenir e combater as arboviroses. Órgãos como a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e a Secretaria de Saúde do Recife desenvolvem novas pesquisas na área. Confira a seguir o que os estudos mais recentes revelam. Remédio Pesquisas realizadas por cientistas da Universidade da Califórnia, tendo um brasileiro à frente do estudo, Alysson R. Muotri, constatou que a cloroquina, medicamento usado no tratamento da malária, pode impedir transmissão do vírus zika da grávida para o feto, evitando assim que os bebês nasçam com microcefalia. Segundo o infectologista do Hospital Esperança Recife, Moacir Jucá, a análise realizada in vitro mostra que a cloroquina defendeu dos ataques do vírus os minicérebros humanos – estruturas formadas por células-tronco que se aproximam da formação de um cérebro desenvolvido. Em seguida, os testes foram realizados com camundongos, que também responderam positivamente ao medicamento. “As fêmeas grávidas tratadas com cloroquina se tornaram imunes à doença, e tiveram filhotes saudáveis, mesmo após serem expostas ao vírus”, conta Jucá. Entretanto, o coordenador do serviço de infectologia do Hospital das Clínicas da UFPE, Paulo Sérgio Araújo, afirma que ainda é cedo para garantir a eficácia da droga. “Mulheres grávidas, por exemplo, não deveriam usar a substância porque acarreta risco ao feto, por isso, o tratamento requer mais estudos”, alerta. Até pouco tempo acreditava-se que as únicas formas de transmissão da zika se dava pela picada do mosquito, e da gestante para o filho e por meio do aleitamento materno. Entretanto, um estudo intitulado “Zika Bra”, fomentado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) em parceria com a Fiocruz, investiga a forma de transmissão da doença via sexual e a possibilidade de contágio por outros fluídos biológicos, como lágrima, saliva, suor e sêmen, sendo a última já relatada em artigos, mas ainda sem força científica. “Por isso, são necessários estudos mais desenhados, como o que estamos desenvolvendo, com o número maior de pessoas participando, além das cinco identificadas na região”, ressalta Araújo, que é coordenador da pesquisa. Iniciado no segundo semestre de 2017, o estudo está sendo realizado em Manaus, no Rio de Janeiro e no Recife, onde são investigados moradores próximos ao HC, centro em que se desenvolvem as análises. Síndrome de Guillain-Barré O resultado de um estudo intitulado Quadro neurológico associado a Zika Vírus, coordenado por Lucia Brito e Fátima Militão, desenvolvido pela Fiocruz em parceria com o Hospital da Restauração, está prestes a ser publicado. A pesquisa vai divulgar números significativos de pacientes acometidos por zika e chicungunha que desenvolveram sintomas relacionados à Síndrome de Guillain-Barré (SGB). Trata-se de uma doença neurológica em que há uma produção desordenada de anticorpos que atacam os nervos periféricos, fazendo com que o impulso nervoso seja transmitido de forma lenta, causando fraqueza muscular e paralisia. “O número de pacientes analisados foram mais de 200”, informa o pesquisador e colaborador da Fiocruz Pernambuco, Carlos Brito. O intuito principal desta iniciativa é alertar os especialistas e a população que o quadro neurológico da SGB, relacionado a chicungunha e Zika, é mais frequente do que se imagina. “Inclusive, no caso da chicungunha, a doença pode ser tão grave quanto a zika e, em alguns casos, em uma proporção até maior”, esclarece Brito. Embora seja uma doença pouco conhecida pelos pernambucanos, quatro casos de pacientes com Guillain-Barré foram confirmados pela Universidade Federal de Pernambuco. Brito acredita que os resultados ajudarão a criar protocolos no tratamento de pacientes e melhorar os diagnósticos. Vale lembrar que o Ministério da Saúde já havia confirmado a ligação do Zika vírus com a SGB, depois de alguns estudos realizados pela UFPE, no qual foi observado que dos seis pacientes com sintomas neurológicos, quatro foram confirmados com a síndrome. Em breve, novas vacinas Já existe vacina para dengue desde a metade de 2016, entretanto, ela é oferecida apenas em consultórios particulares e tem eficácia de 66%. “O Programa Nacional de Imunização considera que não é custo-efetivo, logo ele não oferece a vacina nos postos de saúde, com exceção do Estado do Paraná, que implantou ano retrasado”, conta Paulo Araújo. A vacina é indicada para crianças a partir de 9 anos de idade, adolescentes e adultos até 45 anos. A boa notícia é que existe uma vacina contra a dengue desenvolvida pelo Instituto Butantan, em São Paulo, em parceria com os Institutos Nacionais de Saúde dos Estados Unidos (NIH), que se tiver comprovada a sua eficácia será distribuída gratuitamente. Ela está em fase de teste, sendo aplicada em 16 centros pelo Brasil, entre eles a Fiocruz no Recife. Vem sendo aplicada em pacientes de 2 a 60 anos e o bairro eleito para receber o teste no Recife foi Iputinga. Araújo explica que essa vacina é produzida com vírus inativado, ou seja, que está enfraquecido. “Se os resultados encaminharem para comprovar sua eficácia será uma arma contra a doença”, destaca. O estudo vai abranger 17 mil pessoas. Em Pernambuco a mostra é estimada em 1.200 pacientes e, por enquanto, já foram inseridas mais de 900 pessoas. A previsão é que, se tudo der certo, a novidade seja aprovada no prazo de três a cinco anos. Uma vacina experimental contra a infecção pelo vírus zika também está sendo estudada. Apesar de ter sido testada em humanos e aprovada por comitês de ética nacionais e internacionais, ela precisa ainda ser avaliada em um novo grupo de pessoas. “A finalidade é estudar novos dados sobre a sua eficácia e segurança no organismo de pessoas sadias. Por enquanto, é tudo ainda muito incipiente”, justifica Jucá. MOSQUITOS ESTÉREIS Uma das estratégias utilizada pela Secretária de Saúde do Recife para combater o Aedes Aegypti é o uso das ovitrampas, armadilhas com água que simulam um criadouro. Por conterem larvicida, os ovos colocados pelo mosquito fêmea não se desenvolvem. “As aplicações das ovitrampas nos ajudam a dar um diagnóstico mais preciso da frequência e quantidade de vetores do Aedes nas comunidades”, explica Jailson Correia, secretário de Saúde

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Música, remédio prazeroso

Desde antes de Cristo, a música já era utilizada para acalmar espíritos. Hoje, ela vem sendo aplicada para fins terapêuticos em hospitais e clínicas. Profissionais como o pediatra, músico e compositor Fernando Azevedo têm constatado na prática os bons resultados dos sons musicais para os pacientes. Juntamente com outros dez médicos de especialidades diferentes, Azevedo canta e toca para pessoas que estão hospitalizadas. “Levamos um ‘cardápio’ de música clássica à MPB para elevar o estímulo das pessoas que estão nos leitos", relata o médico e músico. Ele e seus colegas já se apresentaram no Hospital Otávio de Freiras, no Imip e no Hospital Universitário Oswaldo Cruz, onde a Orquestra de Médicos do Recife foi criada. “Percebo que todos ficam mais felizes e estimulados com a melodia. Não é apenas o medicamento que trata um paciente enfermo”, assegura. Para ele, a música consegue esse efeito por atingir as pessoas de forma lúdica, aliviando-as um pouco daquela realidade estressante em que se encontram num hospital. E é fácil entender como acontece esse efeito. Segundo a médica intensivista Cláudia Ângela Vilela de Almeida, a música libera endorfina, substância produzida pelo cérebro responsável por proporcionar a sensação de felicidade, humor, bem-estar e prazer; e diminui a produção de cortisol, hormônio liberado pelo nosso organismo quando estamos em situação de estresse. “A música também melhora a imunidade, principalmente quando o paciente está na UTI, pois ele fica mais calmo, diminui ansiedade, a incidência de delírio e, assim, melhora a qualidade do sono”, justifica Cláudia. A intensivista coordena o projeto de extensão Música para o Coração e a Alma, do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Pernambuco (HC-UFPE). No projeto alunos e profissionais do Departamento de Música do Centro de Artes e Comunicação e de outros setores da universidade, além de funcionários do hospital, músicos convidados e corais se apresentam para os pacientes internados. Durante um período de 30 minutos a duas horas, eles cantam e tocam à beira dos leitos. No repertório estão presentes estilos musicais dos mais variados, desde músicas espirituais a marchinhas de Carnaval. “Às vezes eles passam muito tempo deitados, por essa razão ficam deprimidos e isso mexe também com familiares que os acompanham no hospital. A necessidade de algo que os conforte e torne a visita dos parentes agradável é imensa”, justifica Cláudia. O projeto que surgiu com o objetivo principal de promover por meio da música a humanização da assistência à saúde no HC-UFPE, especificamente na UTI, já tomou proporções maiores e passou a ser executado em outros departamentos. MEMÓRIA Sons musicais também são empregados na estimulação cognitiva. "Estudos comprovam que a música vem sendo cada vez mais utilizada em pacientes com doenças neurodegenerativas, como Alzheimer, Parkinson, demência senil e hiperatividade, por estimular as áreas emocional e motora", explica Vânia Ribeiro, psicopedagoga e sócia da clínica Amigos da Memória. A música é utilizada no espaço para estimular seus alunos com ou sem doenças neurodegenerativas a recordar. "Pesquisadores como Weinstein (que publicou artigo sobre o tema na Archives of Neurology), mostram ser possível trabalhar a canção com idosos com demência porque a percepção, a sensibilidade, a emoção e a memória para a música podem permanecer por muito mais tempo do que as outras formas de memória", ressalta a fonoaudióloga Lúcia Liberal também sócia do espaço. Escutar uma música que costumava ouvir numa determinada época pode ser uma forma de um indivíduo exercitar a memória e lembrar-se de seu passado. "A música é positivamente aplicada no resgate da história de vida dos alunos, uma vez que é conhecida como a linguagem da emoção”, informa a psicopedagoga. “Isso acontece porque ao escutarmos uma canção que apreciamos, desencadeia-se atividade no hipocampo, região do cérebro que desempenha um papel fundamental na ativação da memória e nas emoções vinculadas à socialização”, esclarece a psicopedagoga. *Por Paulo Ricardo Mendes (algomais@algomais.com)

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Inhame, um superalimento

Ele não usa capa, raios UV e muito menos voa para salvar a população em perigo. Nem tem a fama do espinafre, que ingerido pelo personagem Popeye, conferia grandes poderes ao marinheiro da animação. Mas o inhame pode ser considerado um superalimento. Iguaria presente em boa parte das mesas dos brasileiros, possui em sua propriedade algumas substâncias que fazem bem para quem o consome, sendo bastante útil para a prevenção e o combate de muitas doenças. “Parente” da batata e da macaxeira, poucos sabem que o inhame é originário da África e foi trazido para o Brasil na época da colonização pelos portugueses. Chegando aqui, caiu no paladar dos brasileiros e passou a ser considerado um produto regional, pois se desenvolveu bem no solo nordestino. Atualmente existem mais de 600 espécies, sendo apenas algumas consideradas comestíveis, como o inhame-branco. A nutricionista do Imip (Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira)Ligia Barros explica que além de ser saboroso quando acompanhado com outros alimentos, o inhame é rico nos chamados “carboidratos complexos”. Esse grupo de alimentos possui baixo índice glicêmico que garante um bom aporte de energia, sem, no entanto, aumentar em demasiado a taxa de glicose no sangue. “É um alimento com teor de calorias reduzido e pode auxiliar no planejamento alimentar de algumas pessoas que se beneficiem desse fato para perda de peso”, explica a nutricionista. Isso porque, o tubérculo garante uma boa quantidade de fibras auxiliando na manutenção da glicemia (nível de açúcar no sangue), no bom funcionamento intestinal, no controle dos lipídeos (gorduras) circulantes na corrente sanguínea e, assim, consequentemente, ajuda o indivíduo a se manter saciado por mais tempo. Mas, seus “poderes” não param por aí. O alimento ainda possui um bom teor de cálcio e fósforo, que ajuda na manutenção da saúde óssea e também contém um excelente teor de potássio, que auxilia no funcionamento do sistema cardíaco e na melhora dos níveis de pressão arterial. Suas propriedades vão mais além. Também dispõe de um bom teor de vitamina C e zinco, fortalecendo o sistema imunológico e fazendo com o que o corpo melhore as defesas do organismo. A nutricionista explica que o inhame também é fonte de vitamina do complexo B, em especial a Tiamina (B1), que auxilia na manutenção de uma boa saúde mental. Ele também pode ser fonte de diosgenina, um fito-hormônio que pode auxiliar no combate dos sintomas da menopausa e da TPM. Ao contrário de outros alimentos que têm algumas contraindicações, o inhame pode ser utilizado desde na dieta de bebês que iniciaram a alimentação complementar ao peito, quanto de idosos. “A quantidade vai depender do planejamento dietético do nutricionista para cada pessoa”, orienta Ligia. Mas, por ser uma fonte de carboidratos, pode ser calórico, logo o ideal é consumi-lo em baixa quantidade, com uma porção ao dia, seja cozido, assado ou feito no vapor. Ainda é possível experimentá-lo no formato de purê, sopas e acompanhado de carnes e/ou ovos, o que garante um bom aporte de carboidrato e proteína. Embora seja comum encontrar outras funções do tubérculo além da alimentar, como compressa de inhame cru no combate de inflamações e abscesso, não existe comprovação científica de que estas práticas realmente funcionam. “Não podemos receitar aos pacientes outras finalidades do alimento, a única garantia que temos é que ele auxilia no tratamento e na prevenção de algumas doenças”, ressalta Ligia. A nutricionista ainda alerta que mesmo sendo um alimento rico em nutrientes, de baixo custo e acessível à população, o inhame deve ser consumido tendo a consciência de que não existe alimento milagroso para o processo de emagrecimento, bem como para as doenças. “Porém, uma boa alimentação desempenha um papel fundamental no bom funcionamento do nosso organismo e só traz benefícios para o dia a dia”, aconselha.

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Por que sentimos sono após o almoço?

A sensação de sonolência após o almoço tem explicação e não está ligada diretamente à quantidade de comida ingerida nesta refeição. De acordo com o otorrinolaringologista e especialista em medicina do sono do Complexo Hospitalar Edmundo Vasconcelos, Fernando Oto Balieiro, o sono neste período é, na verdade, uma questão fisiológica, e, portanto, natural para a maioria das pessoas. Comumente, a luta para se manter acordado depois do almoço é atribuída ao deslocamento da circulação para o aparelho digestivo, o que diminui o transporte de oxigênio no cérebro. O médico, porém, explica que se, esse fosse o único motivo, em outras refeições o sono estaria presente, o que não ocorre. "Caso seja feita uma refeição mais pesada no meio da tarde em um período posterior ao do almoço, dificilmente esse sono será sentido. Isso porque essa sensação é fisiológica e não está ligada somente à questão da digestão. Além disso, existem situações para que ela apareça", complementa. As condições do organismo, citadas por Balieiro, são parecidas com as que ocorrem durante a preparação para o sono noturno, com variação hormonal e queda da temperatura corporal, que sinalizam ao corpo que é preciso dormir. "Nosso ciclo biológico de 24 horas possui algumas secreções de hormônio, como a melatonina à noite, que ajuda a induzir o sono, e queda da temperatura que sinaliza ao corpo que é preciso prepará-lo para dormir. Isso também acontece por volta das 14h00, mas desta vez com a variação, principalmente, do hormônio cortisol." A intensidade e a composição da alimentação não estão descartadas dos motivos dessa situação. O especialista enfatiza que refeições mais gordurosas realmente deixam a digestão mais lenta e potencializam esse efeito natural após o almoço. A fim de exterminar o cansaço, o cochilo após comer não é contraindicado para a maioria das pessoas. O especialista orienta que esse hábito deve ser evitado somente por quem sofre de insônia e refluxo. Caso contrário, descansar até 30 minutos já ajuda a recarregar a energia e não prejudicar o desempenho cognitivo durante o restante do dia.

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Tai chi chuan: bom para corpo e mente

Caminhar, fazer academia ou praticar alguma modalidade esportiva são as primeiras atividades físicas que a maioria dos brasileiros pensa quando quer se exercitar para melhorar a saúde. Porém, uma alternativa ainda pouco conhecida pela população com grandes benefícios para o corpo e mente é o tai chi chuan. A Universidade de Harvard apontou a arte marcial chinesa como a ideal para idosos. Diversos outros estudos científicos revelaram que o tai chi proporciona um organismo mais equilibrado e saudável em qualquer idade. “Por ser considerado como uma prática corporal da medicina tradicional chinesa, o tai chi chuan é visto como promotor da saúde e prevenção de doenças”, revela a doutora em psicologia social da USP (Universidade de São Paulo), Lisete Barlach. Ela afirma que essa atividade traz benefícios gerais para qualidade de vida, envolvendo o ser humano em suas dimensões fisiológicas, mentais e emocionais. “Trata-se de uma visão mais abrangente de saúde, pois o tai chi chuan não é apenas uma prática física, mas contém uma filosofia de vida”. A arte milenar exige muita concentração, contribui para melhorar a postura do corpo e promove o fortalecimento dos ossos e dos músculos, de acordo com Angela Soci, diretora da Sociedade Brasileira de Tai Chi Chuan e Cultura Oriental. “É uma metodologia que usa a baixa velocidade e o exercício de baixo impacto, mas é bastante exigente. Há um fortalecimento imediato dos membros inferiores e um estímulo à circulação sanguínea. O sistema cardiovascular é melhorado e o metabolismo geral do indivíduo acaba ganhando com isso”, explica a professora. Estudo da Universidade de Xangai, publicado pelo Jornal da Sociedade Americana do Coração, confirmou que essa atividade reduz a pressão arterial, além de baixar também os níveis de mau colesterol e triglicérides — que é uma gordura que amplia os riscos cardíacos. Praticante há dois anos, a médica Lucely Alves, 67 anos, buscou o tai chi chuan com a motivação de melhorar a saúde, porque enfrentava problemas articulares, na coluna e além de ter osteoporose. “Reduziu muito as dores, melhorou muito o meu humor e disposição, além disso, fiquei também mais paciente. A prática nos traz também uma maior consciência corporal, que nos faz corrigir alguns vícios de postura que assumimos no dia a dia”, conta. Ela faz duas aulas por semana com o professor André Silva, que é coordenador do núcleo pernambucano da Associação Chin Woo Martial Arts Institute. Como médica, Lucely avalia ser importante conhecer outras alternativas terapêuticas, principalmente quando são práticas sociais, que colocam as pessoas em contato umas com as outras. André informa que há um interesse crescente pela arte milenar no Recife e no País, pois as pessoas têm buscado uma vida mais equilibrada, fazendo um contraponto à agitação do cotidiano das grandes cidades. Além disso, tanto essa atividade como outros pilares da medicina tradicional chinesa promovem uma redução do uso de medicamentos, que seria outra motivação para vários praticantes. “A vida moderna não permite mais momentos de reflexão. Temos muita informação e pressões diariamente. Isso adoece o corpo, que é tratado com medicamentos. As pessoas estão percebendo que o organismo não suporta tanto remédio e entendem que o corpo tem um processo natural de cura. O tai chi chuan é um estado de meditação em movimento, muito indicado para descarregar o estresse e trazer mais equilíbrio às emoções”, declara o professor André Silva. Para a terceira idade, especificamente, a professora Angela Soci afirma que o tai chi chuan se tornou mais popular. Na China há o costume das pessoas idosas de praticá-lo nas praças. “Os benefícios para a saúde são positivos para todas as idades. Mas para os idosos, a ciência já comprovou que a prática reduz o índice de quedas e fraturas dos membros inferiores, promove a recuperação do sistema cardiovascular e contribui nos processos de recuperação ortopédica, inclusive de cirurgias. Muitas pessoas que tiveram AVC estão utilizando o tai chi chuan para auxiliar na recuperação neurológica também”, enumera. Os benefícios diversos que têm sido revelados pelas ciências nas últimas décadas motivaram a USP a criar uma Especialização em Práticas Corporais da Medicina Tradicional Chinesa, que é coordenada pela professora Barlach. Ela afirma que no Brasil, a medicina reconheceu o tai chi chuan como uma prática integrativa e complementar desde 2006, já sendo praticada em unidades de saúde públicas. “Essa política busca incorporar os benefícios à saúde, de maneira a complementar os tratamentos médicos convencionais”. *Por Rafael Dantas, repórter da Algomais (rafael@algomais.com)

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Cuidado, rede social vicia

Você consegue ficar dois dias num lugar sem internet, sem possibilidade de acesso às redes sociais? Se respondeu “não”, é bom ficar alerta. Estudos científicos comprovam que a compulsão por checar constantemente o feed de mensagens pode ser um sinal de vício. Na verdade, psiquiatras estão de orelha em pé com o impacto desses aplicativos na saúde mental. Pesquisa feita pela RSPH (Real Sociedade de Saúde Pública do Reino Unido) e pela Universidade de Cambridge revelou que jovens que passam mais de duas horas por dia no Facebook, Twitter e Instagram são mais propensos a sofrer de angústia, ansiedade e depressão. Tal qual o viciado em álcool não consegue ficar no primeiro gole, os viciados digitais não resistem a permanecer horas na web. “Mesmo fazendo esforço para reduzir o tempo, essas pessoas não conseguem resistir, eventualmente até se sentindo culpadas. O comportamento compulsivo se dá pela dificuldade em controlar o impulso de checar se há algo novo, interessante, quantas curtidas recebeu, se o seu comentário foi retrucado”, constata o psiquiatra Amaury Cantilino. Mas calma, o fato de passar algum tempo diante de tablets e smartphones não quer dizer que você seja um viciado ou depressivo. Mas, então, quando é que este hábito se torna nocivo à saúde? “É importante verificar o quanto as redes sociais impedem a pessoa de atender suas demandas produtivas e de circulação social”, aponta Marina Assis Pinheiro, professora do Departamento de Psicologia da UFPE e da pós-graduação de Psicologia Cognitiva da universidade. Portanto, se sua produção no trabalho ou sua relação com as pessoas foi afetada, é bom ficar atento. O certo é que há estudos que associam tempo de exposição a redes sociais e sintomas depressivo-ansiosos. Mas, segundo Cantilino, não se sabe exatamente o que surge primeiro, se o excesso de internet provoca a depressão ou se pessoas deprimidas buscam mais este tipo de ferramenta para lidar com a solidão ou a ansiedade social. A grande dica é não deixar que o mundo virtual elimine os relacionamentos pessoais mais profundos, que são protetores da saúde mental. “Quando passamos por dificuldades, nada melhor do que uma conversa com um bom amigo. As redes sociais não são o melhor espaço para desabafos”, previne Cantilino. Há ainda o agravante de quem se expõe na rede estar sujeito a toda sorte de comentários grosseiros e extremados. Sem falar nas páginas e grupos virtuais que estimulam comportamentos danosos, como hábitos alimentares mórbidos, incitamento à agressividade e até incentivo à automutilação e ao suicídio. Um tipo de isolamento extremo, que limita os relacionamentos ao mundo da web, tem sido observado em jovens. São os chamados hikikomori, fenômeno verificado originalmente no Japão, onde se tornou uma epidemia atingindo 1 milhão de pessoas. Mas também é observado em várias partes do mundo, incluindo em Pernambuco. “Tenho visto algumas pessoas com características típicas”, destaca Cantilino. Sem amigos e afastado dos pais e parentes, os hikikomori (significa “ficar de lado” em japonês), passam a maior parte do tempo em seus quartos. Trocam o dia pela noite para evitar se relacionar com o mundo exterior. O único contato é feito pela web, geralmente, utilizando perfis falsos nas redes sociais. Especialistas notam também a influência desses aplicativos na autoestima de pessoas, que acabam se comparando com o que vê postados nos perfis. “É curioso como boa parte da autoavaliação do bem-estar subjetivo se dá por comparação. O mesmo ocorre com a avaliação da nossa adequação física e da nossa satisfação com a vida. Nesse sentido, as pessoas se sentem felizes ou não tomando como referência a situação de quem está mais próximo”, explica Cantilino. Essa realidade é ainda mais forte entre adolescentes e jovens. “A adolescência é o momento em que se começa a experimentar intensidades afetivas fora da família, o jovem vai perguntar o que ele vale para o outro da sua idade”, destaca Marina. O problema, ressalta Cantilino, é que o Instagram e o Facebook tendem a dar duas falsas impressões: “a de que o outro que postou a mensagem é meu próximo e de que a vida dele é melhor do que a minha”. E a vida como ela é não está estampada nas redes sociais. Em geral, as pessoas postam seus sucessos, seus sorrisos, mas não suas incertezas, seus fracassos. “Cuidadosamente escolhem as fotos em que ficaram mais fotogênicas, mais saudáveis, mais ‘ensolaradas’. Para um adolescente, que está tomando isso como referência do que ele é e representa, pode ser complicado atingir este padrão como modo contínuo de vida”, adverte o psiquiatra. Foi o que aconteceu com a estudante de publicidade Bárbara Sales, de 20 anos. Ela conta que sempre se achou gordinha, o que não a impedia ter vida social. As coisas começaram a mudar, aos 16 anos, quando passou a ficar mais ativa nas redes sociais. “Comecei a me preocupar mais com a aparência e a me espelhar nos outros”, relata a jovem. Bárbara pedia ao pai para pagar a academia, mas se boicotava, não frequentava os treinos porque ninguém da sua turma malhava. “Não queria ser a única do meu grupo a ter esse compromisso para emagrecer”, justifica. Em compensação, passou a acompanhar compulsivamente pelo Instagram o processo de emagrecimento de outras pessoas. O aplicativo abriga vários perfis que orientam como ser “fitness”, nem sempre com informações balizadas por um profissional de saúde. Logo Bárbara passou a se “desmerecer”, porque não conseguia emagrecer em duas semanas como preconizavam as "modelos" do aplicativo. “No Instagram você deseja ter o corpo de outra pessoa e, aí, você vai se frustrando. Eu queria ter o corpo da Bruna Marquezine, o que era impossível”. Com o passar do tempo, ela entrou em depressão, a ponto de não querer ir ao shopping com familiares ou frequentar festas de amigos. “Não me sentia bem na roupa que estava vestindo”. Para sair do baixo astral, Bárbara recorreu à psicoterapia. “Aí que descobri que posso ser magra, mas dentro do meu tipo físico, sem ter que me espelhar em ninguém”, diz, aliviada. Ela chegou a perder oito

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Dicas para praticar esportes com cães

Não dá para discutir que qualquer atividade fica mais divertida quando se tem a companhia de um cachorro, e quando se trata de praticar exercícios físicos não é diferente. Mas, para quem considera a possibilidade de levar o pet para a ginástica, algumas questões devem ser avaliadas. Antes de levar o cão para o exercício, a primeira coisa a se fazer é levá-lo ao médico veterinário para fazer um check-up. Por meio dos exames, é possível saber se o animal está com a saúde em dia ou se tem alguma limitação para a prática esportiva. Algumas raças exigem mais cuidado: os cães braquicefálicos (de focinho curto), por exemplo, merecem atenção especial devido à dificuldade de respirar, especialmente em dias quentes. Aliás, quando o assunto é temperatura, os cães, assim como nós, não devem ser expostos excessivamente ao sol, e os passeios nos períodos mais quentes do dia devem ser evitados. Outro cuidado importante está relacionado à hidratação do cachorro: o organismo destes animais é composto por cerca de 60% de água, e uma perda de 5% já é suficiente para deixá-lo desidratado. Em dias muito quentes, o animal perde mais líquido do que consegue repor; portanto, é sempre importante levar água para o seu animal. A ocorrência de câncer de pele em cães vem aumentando muito nos últimos anos. Poucos sabem, mas cachorros de pelagem branca, com pouco pelo na ponta da orelha, no focinho, nas patas e no rabo ou com focinho rosado precisam usar protetor solar diariamente antes de se expor ao sol. Para quem tem bichinhos assim, é preciso pedir que o veterinário indique o melhor produto para se usar; afinal, os que utilizamos não são recomendados para animais. Praticar esporte com o seu cachorro pode ser muito prazeroso, principalmente quando o bem-estar do cão não é comprometido. Fique atento aos cuidados necessários e bom passeio!

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Atraso na fala em crianças de até dois anos é o principal sintoma de perda auditiva na infância

A perda auditiva pode afetar a vida de uma criança de várias maneiras e uma delas é no desenvolvimento da fala. É importante que os pais fiquem atentos aos sinais de atraso na linguagem oral, nos primeiros dois anos de vida, para que a criança não sofra efeitos negativos no seu desenvolvimento que podem acarretar em problemas por toda a vida. Muitos só buscam tratamento para o problema de audição dos filhos quando outros sintomas começam a surgir. Apesar de o atraso na fala e a falta de diálogo serem os sinais mais importantes de perda auditiva, muitos pais relacionam esses problemas a outros distúrbios, por exemplo. Diagnósticos equivocados e o costume de esperar que a criança desenvolva o diálogo naturalmente podem causar danos irreparáveis na infância e até na vida adulta; além de atrasar o tratamento do déficit auditivo. “Quanto antes o tratamento for iniciado, maiores as chances de desenvolvimento da criança, além de melhores resultados no processo de tratamento que possibilitam que o desempenho comunicativo seja alcançado mais rapidamente, muito próximo ao de crianças ouvintes”, explica Marcella Vidal, Fonoaudióloga da Telex Soluções Auditivas, especialista em tratamento infantil, que complementa: “a perda auditiva pode ser diagnosticada com uma audiometria, um exame simples que detecta a doença em até 90% dos casos, dependendo da idade e da colaboração da criança”. Mesmo que a criança, quando recém-nascida, tenha passado pelo Teste da Orelhinha sem apresentar alterações, ao menor sinal de atraso na fala é importante que ela faça exames regulares, pois a perda auditiva pode ser genética ou progressiva, ou mesmo ser causada por medicamentos ototóxicos, se manifestando, portanto, ao longo da infância. Exames como o PEATE (Potencial Evocado Auditivo de Tronco Encefálico) e o EOA (Emissão Otoacústica) podem detectar o grau de perda auditiva, servindo como ponto de partida para que o médico otorrinolaringologista indique o tratamento mais adequado para cada caso. “O processo de maturação do sistema auditivo central ocorre durante os primeiros anos de vida. Por isso, a estimulação sonora neste período de maior plasticidade cerebral é imprescindível, já que para o aprendizado da linguagem oral e, consequentemente, o desenvolvimento intelectual, emocional e de habilidades, é preciso que as crianças interajam com seus interlocutores e, assim, estabeleçam novas conexões neurais. É importante enfatizar também que há diferenças entre ouvir e escutar. Os sons que entram pelos ouvidos precisam fazer sentido, ter significado”, pontua a Fonoaudióloga da Telex, que é especialista em audiologia. Com o passar do anos, por causa da falta de diálogo com outras pessoas, a perda auditiva afeta a socialização e a autoestima das crianças e pode também prejudicar bastante seu desenvolvimento cognitivo e a alfabetização. De acordo com o Censo Escolar, entre 2011 e 2016 houve uma redução de 23% no universo de estudantes surdos, o que dá a entender que esse público estaria deixando a escola. Não raro, há pessoas que só identificam a perda auditiva na universidade e descobrem que a dificuldade de aprendizagem ou até mesmo o déficit de atenção diagnosticado na infância era, na verdade, uma perda auditiva. Dados da OMS apontam que aproximadamente 32 milhões de crianças, no mundo inteiro, têm algum tipo de deficiência auditiva, sendo que 40% dos casos ocorrem devido problemas genéticos e 31% por infecções, como sarampo, rubéola e meningite. No Brasil, segundo dados do Censo de 2010 realizado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), um milhão dos 9,7 milhões de pessoas que têm deficiência auditiva são jovens de até 19 anos. Estima-se que três em cada 1.000 crianças sofrem com algum tipo de perda auditiva.

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