A meta é dobrar o faturamento do Porto Digital
O novo presidente do Porto Digital, Pierre Lucena, assume o cargo em plena efervescência do Rec’n’Play, mas parece já estar adaptado ao ritmo frenético da área de tecnologia da informação e comunicação. Afinal, ele era conselheiro do parque tecnológico e do CESAR. Porém, o fato é que adaptação não é problema para esse versátil professor universitário, que já foi reitor e vice-presidente do Diario de Pernambuco. Nesta conversa com Cláudia Santos e Rafael Dantas, Lucena afirma ter planos ousados, como dobrar o faturamento e atrair mais 10 mil pessoas para trabalhar no setor de TIC pernambucano. Qual o conceito do Rec’n’Play? É um festival de tecnologia em alto nível, essa é a ideia inicial para mostrarmos o que está sendo feito aqui dentro do ecossistema. O evento é distribuído em oficinas, mas a ideia é que envolva o bairro todo, como um evento de rua. Haverá a jornada dos MC´s na rua Rio Branco e estamos trazendo shows de bandas em início de carreira. O ano passado tivemos Flayra Ferro, que é uma pessoa de grande talento. Só na parte de conhecimento teremos quase 200 eventos nesses quatro dias de Rec’n’Play, trazendo convidados internacionais, muita gente de outros estados. Mas a ideia é trazer as pessoas que residam na cidade para o Bairro do Recife para que elas conheçam o que está sendo feito dentro desse ecossistema. Esse é o momento de mostrarmos o Porto Digital para o Recife. Quais os destaques da programação? Estamos trazendo a empresa EA Games para falar sobre o futuro do mundo dos games. A prefeitura está trazendo uma oficina de WhatsApp para idosos, que foi um sucesso ano passado, e esse ano vamos trazer de novo. O Sebrae também está com uma programação muito focada na indústria criativa. São mais de 260 atividades que serão promovidas. São atividades para pessoas de 5 anos até 80 anos. Qual a importância do evento para o Bairro do Recife? A revitalização do bairro é um projeto contínuo do Porto Digital. Se o Bairro do Recife não tivesse o Porto Digital, talvez sua situação estivesse muito pior. A gente consegue dar vitalidade econômica social para esse ambiente. O Rec’n’Play, na verdade, vem consolidando esse papel do Porto Digital que visa ao desenvolvimento do Centro da cidade. O Bairro do Recife é uma área central diferenciada em relação a outras capitais do Brasil. O evento também atrai pessoas de outras cidades? Sim. Acho que o último levantamento que fizemos, há um mês e meio, mostrou que as pessoas que se registraram no Rec‘n’Play virão de 53 cidades diferentes. Dessas, 33 eram de fora de Pernambuco. É uma forma de turismo tecnológico. O evento vai discutir melhorias para o Bairro do Recife? Sim. Uma das trilhas previstas do festival é justamente a que denominamos de cidades, que traz muitas oficinas de soluções urbanas. A gente quer mostrar soluções reais para problemas reais. A gente tem dois exemplos bem legais do Rec’n’Play do ano passado que se tornaram realidade e ficamos muito felizes. A gente faz uma maratona do Hackathon Cidadão, que é feito junto com a Emprel e a prefeitura. No ano passado a temática deles foi a segurança da mulher. O aplicativo vencedor foi o Freeda, que o usuário coloca no mapa pontos de riscos para mulheres e esses riscos podem ser desde o local onde você foi assaltado, à área onde que o poste está com a luz queimada. Este ano ficamos sabendo que a Secretaria da Mulher integrou o Freeda ao sistema de boletim de ocorrências dela. Isso para nós é fantástico, nós vamos atrás de soluções que gerem impacto real para as cidades. Quais foram os outros legados do Rec’n’Play? Teve outro evento interessante que a Secretaria de Turismo da Prefeitura fez no ano passado no Apolo Beer Café. Foi uma chamada aberta para membros da sociedade civil para debater um plano de turismo criativo na cidade do Recife. Este ano vamos ter, novamente com a prefeitura, uma cerimônia de validação desse plano. Em termos de negócios, vários contratos estão sendo viabilizados. Meu pontode vista é que o Rec’n’Play é o pontapé inicial de várias reverberações de negócios que acontecem o ano todo. E essas atividades são tanto nacionais como internacionais. Nós promovemos essas conexões. A proposta é colocar pessoas de backgrounds diferentes para conversar. Esse ganho é imensurável. O que a gente consegue dizer é que foram legados que vieram para cá, vão ser tocados e vão ser legados para a cidade toda. Quais são seus planos da sua gestão à frente do Porto Digital ? Eu tenho uma meta dada pelo Conselho que é de dobrar o faturamento do Porto Digital (que hoje é de R$ 1,8 bilhão, de acordo com o cálculo do ISS) em cinco ou seis anos. A ideia principal é começar a focar nos resultados que precisam ser alcançados. Um deles refere-se ao número de empresas que formamos. Hoje são 300 e precisamos chegar a 600. Também temos que dobrar o faturamento para mais de R$ 3 bilhões por ano, além de também dobrar o número de gente trabalhando, algo perto das 20 mil pessoas. Esse crescimento será em três eixos: primeiro de pessoas, pois estamos falando de trazer mais 10 mil indivíduos para trabalhar aqui. Significa trazer gente formada, que tem a sua especialização, muitos na área de TI, que é uma formação muito específica o que não é uma tarefa fácil. Recife, Olinda e Jaboatão hoje têm 160 mil estudantes universitários, 70 mil não têm interesse no digital, então sobra 90 mil. Se você tirar desse contingente pessoas que vão fazer concurso, que querem sair do País, sobra umas 30 mil pessoas. Para tirar 10 mil pessoas de 30 mil teríamos um grande desafio. Não é uma tarefa tão fácil em um período tão curto. Então o primeiro eixo seria criar uma porta de entrada. Estamos conversando com a prefeitura sobre isso para fazer uma parceria com a Agência de Trabalho. O segundo eixo é a parte
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