Arquivos Urbanismo - Revista Algomais - a revista de Pernambuco

Urbanismo

francisco cunha chico caminhada

Passos que contam histórias: 15 anos das Caminhadas Domingueiras

Movimento que une lazer, memória e mobilidade urbana segue transformando a relação dos recifenses com a cidade e inspirando novas formas de ocupação do espaço público. Andar com fé eu vou / A fé não costuma faiá. A letra do clássico de Gilberto Gil bem que poderia ser o hino das Caminhadas Domingueiras. Há 15 anos, o grupo percorre as ruas do Recife e de Olinda, unindo lazer, encontros e movimento. Mais do que exercitar o corpo e conviver nas ruas da cidade, essas caminhadas têm despertado o olhar para os valores históricos e arquitetônicos da capital pernambucana, além de alertar sobre os desafios da infraestrutura para pedestres. Mas, lembrando a canção, esse grupo segue percorrendo com fé as calçadas da cidade, na expectativa de encontrar novas paisagens em seus trajetos futuros. Os primeiros passos desse grupo foram dados pelo seu idealizador, o consultor e arquiteto Francisco Cunha. Ao caminhar pela cidade, ele passou a perceber muitos detalhes que não eram visíveis na velocidade e da janela do automóvel. Sensível às causas urbanas e incomodado com a degradação de lugares históricos, os seus passeios inicialmente individuais, passaram a contar com amigos, pequenos grupos e assim foram crescendo. “As Caminhadas Domingueiras foram pioneiras. Eu andava sozinho, sem ninguém nas ruas nos domingos de manhã. Depois surgiram vários grupos que promovem passeios pelo Recife”. O surgimento do grupo está diretamente ligado a um período desafiador para o Recife, quando a cidade enfrentava altos índices de violência no País. Foi nesse contexto que nasceu o movimento Observatório do Recife (ODR), com o objetivo de organizar indicadores estratégicos para subsidiar a formulação de políticas públicas. Além desse trabalho, o movimento convidou Francisco Cunha para liderar outro passeio, que acontecia aos sábados, o Olhe pelo Recife! “Uma das atividades do Observatório do Recife, além da produção de indicadores estratégicos da cidade, e do fomento ao debate sobre eles, foi o incentivo às caminhadas para observação in loco das dificuldades e também belezas, inclusive his- tóricas, do Recife, gerando novas dinâmicas microeconômicas e, sobretudo, novas relações urbanas que proporcionam trocas entre espaço público e seus usuários”, destacou o professor da UFPE, Roberto Montezuma, em sua tese de doutorado em urbanismo, pela Universidade de Lisboa. As Caminhadas Domingueiras e o Olhe pelo Recife se fundiram e o grupo seguiu crescendo. A caminhada temática das pontes, por exemplo, chegou a reunir mais de 250 pessoas. Em média, atualmente, são 100 em cada oportunidade. A cada mês, muitas pessoas estão participando desses passeios pela primeira vez. Entrando e saindo em igrejas, fortes, museus ou simplesmente passando por ruas icônicas do Recife, Francisco reuniu um pequeno exército de pessoas apaixonadas por caminhar que foram se tornando também amantes da cidade. Mais do que uma atividade de lazer, as Caminhadas Domingueiras vêm se consolidando como uma forma de redescobrir a cidade e compreender suas mudanças ao longo do tempo. A professora do departamento de História da UFRPE e coordenadora do Laboratório de Estudos e Ensino sobre o Recife (RecLab), Mariana Zerbone, ressalta a importância desse movimento para a valorização do espaço urbano e da memória coletiva. “As Caminhadas Domingueiras são muito importantes para a cidade. É uma forma de as pessoas que vivem na cidade e também os turistas conseguirem conhecer os espaços públicos, a paisagem, identificar a transformação que a cidade sofre ao longo do tempo a partir dos registros que ficam impressos na paisagem”, destaca. Ela ressalta, no entanto, que para decifrar esses vestígios do passado é essencial a presença de especialistas que guiem os participantes e os ajudem a interpretar a paisagem. “Lógico que é preciso que tenha sempre alguém que faça esse trabalho, que guie, pois a paisagem não revela tudo. Os pesquisadores precisam fazer essa mediação com o público que acompanha para mostrar questões interessantes do que foi a cidade e do que ela é hoje”, declara Mariana. "As Caminhadas Domingueiras são uma forma para as pessoas que vivem na cidade e também os turistas conseguirem conhecer os espaços públicos. Lógico que é preciso que tenha sempre alguém que guie, pois a paisagem não revela tudo." Mariana Zarbone Pequenos detalhes do cotidiano urbano podem passar despercebidos, mas carregam um rico histórico sobre a formação e as transformações do Recife. “Às vezes um trilho no chão ou uma fachada diferente, uma placa. E tem muita história por trás de tudo isso. É importantíssimo saber ler a cidade”, exemplifica a professora, reforçando a necessidade de um olhar mais apurado para a cidade. Nas Caminhadas Domingueiras, além da própria condução de Francisco Cunha, que é um estudioso sobre a história do Recife, que já publicou o livro Pernambuco Afortunado, em parceria com o historiador Carlos André Cavalcanti, alguns passeios contaram também com parceria de especialistas nas temáticas escolhidas para o mês. O jornalista Paulo Santos, por exemplo, autor da A Noiva da Revolução: Romance da República de 1817, esteve no passeio que marcou os 200 anos desse movimento. Os temas desses encontros pela cidade passam pela história, pelos engenhos do Recife, pelas escolas arquitetônicas, entre outros. O grupo já atravessou as fronteiras da capital pernambucana, visitando Olinda, bem como já caminhou por algumas das periferias urbanas. CAMINHANTES DE ONTEM E DE HOJE Andar pelas ruas do Recife em grupo se tornou uma oportunidade de reencontro com a cidade, suas histórias e contrastes para o empreendedor e ex-secretário de Inovação Urbana da Prefeitura do Recife, Tullio Ponzi. Ele considera que essas jornadas a pé representam mais do que simples passeios: elas permitem enxergar o Recife para além do cotidiano apressado e revelam uma cidade que, muitas vezes, seus próprios habitantes desconhecem. “A gente às vezes conhece Miami, conhece a Europa, mas muitas vezes não conhece a nossa própria cidade. E para o Recife, isso continua sendo uma oportunidade de promover uma integração socioeconômica, mostrar que é possível um só Recife, que a cidade formal e a cidade informal podem e devem cada vez mais reduzir os abismos entre si. As caminhadas aos domingos sempre simbolizaram esse sonho, esse redescobrimento

Passos que contam histórias: 15 anos das Caminhadas Domingueiras Read More »

semiarido

O dilema do uso da água no Semiárido

*Por Geraldo Eugênio VALE A PENA PLANEJAR... É sabido que o estado que melhor se dedicou ao planejamento dos recursos hídricos na região Nordeste é o Ceará. Um estado basicamente tomado por terras semiáridas, do Cariri ao litoral, com problemas crônicos de disponibilidade de água para população, durante muito tempo símbolo de escassez, das migrações e das descrições do que representa uma seca em seus aspectos mais drásticos. Entre 1991 e 1995, quando Ciro Gomes governou esse estado, coincidindo com um período longo de seca, o grande temor era o abastecimento da Região Metropolitana de Fortaleza, o que se configuraria um caos total. Em um esforço louvável, a gestão estadual focou nesse problema, acelerando a construção de canais e adutoras de modo que a população da capital deixasse de ter o colapso de suprimento de água como um fantasma que a per seguia sem trégua. Há de se reconhecer que antes desse episódio, o governador Tasso Jereissati, quando assumiu a gestão do estado pela primeira vez em 1987, com seu time de gestores, havia colocado a questão hídrica como um dos principais desafios para o Ceará que, sem a segurança de contar com recursos hídricos, não haveria como atrair novos empreendimentos e crescer com sua economia. Ele tornou esse desafio um tema que sombreava qualquer diferença política, uma vez que mesmo seus adversários sabiam que ir de encontro a esse movimento seria assinar o atestado de óbito político. Hoje o Ceará é considerado como aquele que conta com o mais eficiente sistema de recursos hídricos em todo o País, capitaneado pelo louvável trabalho que realiza a Funceme (Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos), fundada em 1974. …BEM COMO USAR O QUE SE TEM Pernambuco, há de se reconhecer, tem conseguido assegurar as linhas mestras de um plano de recursos hídricos para o Estado, por vários mandatos de governantes de linhas políticas distintas. Exemplos notórios são as barragens concluídas ou em construção em torno da região metropolitana, as barragens de por te médio no interior, e aproveitando da melhor forma possível o programa de Transposição das Águas do Rio São Francisco, uma iniciativa do Governo Federal. Destaque-se a finalização da Adutora do Agreste, o que resolve, ao menos em médio prazo, a de manda hídrica das principais cidades do Agreste e de dezenas de municípios e comunidades da região. Por falar na magnitude do que representa o funcionamento pleno dos canais da transposição, é importante lembrar que asseguram o abastecimento do açude Castanhão no Ceará e a presença da água nas torneiras de municípios como Campina Grande, na Paraíba, e Caruaru, em Pernambuco. Em se tratando de Pernambuco, chama a atenção o fato de uma de suas cadeias produtivas mais robustas, a avicultura, seja de corte ou de ovos, espera ansiosamente pela finalização das obras de modo que um município como São Bento do Una, um dos mais importantes locais de produção de ovos do País, deixe de ver suas granjas e processadoras serem abastecidas por carros pipas. INDÍCIOS DE UM GRANDE TESTE À FRENTE Este início de 2025 tem acendido o sinal de alerta. Chegando a segunda quinzena de março com poucas roças estabelecidas do Sertão do Araripe ao Agreste. Neste estágio do ano já deveriam estar ocorrendo colheita de feijão de corda e o milho entrar no estágio reprodutivo com o surgimento dos pendões e espigas. Mesmo que, ao chegar em julho, consiga-se constatar que a quantidade hídrica foi um pouco abaixo da média histórica, o desafio a partir de agora é de como poder armazenar água suficiente que garanta a sobrevivência e o manejo adequado dos rebanhos de caprino, ovinos e bovinos, principal atividade econômica do semiárido dependente de chuvas. Em 21 de janeiro deste ano, a governadora Raquel Lyra publicou um decreto de emergência cuja ação abrangia 118 municípios com risco de seca hidrológica que afeta diretamente a toma da de água pelos principais reservatórios e a distribuição nesse conjunto de cidades. Há de se considerar que foi uma atitude de acerto ímpar, uma vez que o desenrolar do período chuvoso comprovou a precisão da medida. Reconheça-se a ação da Secretaria Estadual de Recursos Hídricos, comandada por José Almir Cirilo e da APAC (Agência Pernambucana de Água e Clima) sob a liderança de Suzana Montenegro. Considerando-se que entre 2019 e 2024, um período de seis anos na região semiárida como um todo, ocorreram chuvas entre a média histórica ou um pouco acima desta, não se falando em secas regionalizadas, pode ser que a região tenha que se preparar para encarar um novo período de instabilidade aguda de disponibilidade de água. Repetindo o que vem sendo comentado, há algum tempo na coluna, a seca é a irmã que nem sempre será bem-vinda, mas fazendo parte da família, é essencial que se conviva bem com ela. Prever é se antecipar ao problema e quem melhor estiver preparado para enfrentar o desafio conta com maiores chances de solução para a equação que se põe à frente. TECNOLOGIA E EDUCAÇÃO NO USO DOS RECURSOS HÍDRICOS O enfrentamento de uma seca, quando ocorrer, não é um atributo apenas dos governos. É fundamental a participação da sociedade civil e nesse aspecto algumas lições devem ser lembradas: 1ª. Situação das cisternas: Vale ressaltar que foi realizado um esforço e investimentos marcantes para dotar o semiárido com mais de um milhão de cisternas. Quantas estão funcionando? Quantas contam com calhas de coleta de água? Qual o uso que tem sido dado à água armazenada e àquela que chega por meio de carros pipas? Qual a responsabilidade para quem não manteve esse reservatório em funcionamento? 2ª. Aproveitamento das águas pluviais e subterrâneas para irrigação: Que se foque no uso racional e eficiente da água disponível para uso agrícola ou pecuário. Recomenda-se investir no uso do que existe de mais moderno na pequena e média propriedade. 3ª. Gestão de secas: Um fenômeno cíclico e, portanto, previsto, não se pode levar pelo acaso. O Brasil continua pecando em não dar a devida atenção aos mecanismos de

O dilema do uso da água no Semiárido Read More »

onibus 2

Governo mapeia projetos para Mobilidade Urbana nas grandes metrópoles

Estudo aponta necessidade de R$ 600 bilhões em investimentos para transporte público de alta e média capacidade (Com informações da Agência Brasil) O governo federal, por meio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e do Ministério das Cidades, identificou 400 projetos de mobilidade urbana nas 21 maiores regiões metropolitanas do país. O levantamento preliminar, divulgado no terceiro boletim do Estudo Nacional de Mobilidade Urbana (ENMU), aponta a necessidade de mais de R$ 600 bilhões em investimentos para ampliar e modernizar transportes de alta e média capacidade, como metrôs, trens, veículos leves sobre trilhos (VLT) e sistemas de BRT. A iniciativa busca estruturar a Estratégia Nacional de Mobilidade Urbana e criar um banco de projetos prioritários, garantindo investimentos alinhados às demandas das cidades para os próximos 30 anos. “Quando concluirmos esse estudo, teremos um mapa que vai orientar nossas cidades na direção de um futuro mais verde e sustentável”, afirmou Luciana Costa, diretora de Infraestrutura e Mudança Climática do BNDES. O levantamento revelou que apenas três regiões metropolitanas – Goiânia, Grande Vitória e Recife – operam com transporte público integrado entre estado e municípios. Já São Paulo e Belo Horizonte se destacam pela transparência na divulgação de dados operacionais, enquanto o Rio de Janeiro é a única metrópole onde mais de 30% da população reside a menos de um quilômetro de uma estação de transporte de alta capacidade. A conclusão do estudo está prevista para dezembro, trazendo um panorama detalhado dos projetos e da metodologia de priorização. A expectativa do governo é que as melhorias reduzam o tempo de deslocamento da população e contribuam para a sustentabilidade, com menor emissão de gases poluentes.

Governo mapeia projetos para Mobilidade Urbana nas grandes metrópoles Read More »

simposio metropole

II Simpósio de Estudos sobre o Recife: Dinâmicas Urbanas Ontem e Hoje

Evento promove debates sobre a história, cultura e urbanização da capital pernambucana em sua região metropolitana. Foto: Renaldo Segundo Em comemoração ao aniversário do Recife, o II Simpósio de Estudos sobre o Recife já começou e acontece até o dia 13 de março, promovido pelo Laboratório de Estudos e Ensino sobre o Recife (RecLab), vinculado ao Departamento de História da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE). Com o tema central "Dinâmicas Urbanas Ontem e Hoje", o evento busca criar um espaço para debate e troca de conhecimentos sobre a cidade e sua região metropolitana, além de promover conexões com outras metrópoles. O simpósio é estruturado em quatro eixos temáticos: Histórias do Recife e seus arrabaldes; Dinâmicas contemporâneas metropolitanas; Espaço, cultura e patrimônio; e Diálogos Urbanos. O caráter multidisciplinar do evento reunirá pesquisadores de diversas áreas, como história, geografia, ciências sociais, museologia, arquitetura, urbanismo e arqueologia, que compartilharão seus estudos sobre o Recife e suas articulações com outras metrópoles. Os participantes poderão refletir sobre as temáticas sociais, culturais, paisagísticas, históricas e territoriais da cidade, por meio de diálogos, reflexões e debates. O objetivo é criar um espaço contínuo para o compartilhamento de pesquisas e experiências relacionadas às dinâmicas urbanas, analisando criticamente os dilemas enfrentados pelo Recife e sua região metropolitana. Dentre as palestras programadas, destacam-se temas relevantes como "O Recife e Maconha: Proibicionismo e Controle sobre Espaços e Sociabilidades da Cidade (1970-1974)", "Carnaval e Modernidade: Transformações Urbanas e Culturais no Recife (1880-1930)", e "O Papel da Malha Cicloviaría na Mobilidade Urbana do Recife: Desafios e Perspectivas". Além disso, discussões sobre a condição socioespacial das Zonas Especiais de Interesse Social (ZEIS) e a urbanização de João Pessoa (PB) em contracorrente às demais capitais litorâneas brasileiras também fazem parte da programação. O II Simpósio de Estudos sobre o Recife visa, ainda, promover o intercâmbio de saberes entre diversos agentes que moldam as dinâmicas urbanas, incluindo pesquisadores, educadores, movimentos sociais e a sociedade civil. Ao analisar o Recife sob diferentes perspectivas, o evento se propõe a contribuir para a superação das desigualdades e injustiças territoriais, refletindo sobre a cidade tanto no passado quanto no presente. O Laboratório de Estudos e Ensino sobre o Recife (RecLab), vinculado ao Departamento de História da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), é especializado em pesquisa, ensino e extensão sobre Recife e seu território metropolitano. Apresenta uma perspectiva interdisciplinar, com bases na Geografia, que se articula com História, Ciências Sociais, Arqueologia, Educação, Ciências, Arquitetura e Urbanismo, entre tantas outras áreas que venham a colaborar com a proposta de pensar o Recife, suas potencialidades, processos, conflitos e desafios. O RecLab visa a consolidação de uma rede de pesquisadores e colaboradores para pensar seu território, com o intuito de difusão e divulgação do conhecimento produzido, ampliando a articulação entre universidade e sociedade. Mais informações no site oficial do evento: https://doity.com.br/ii-simposio-de-estudos-sobre-o-recife

II Simpósio de Estudos sobre o Recife: Dinâmicas Urbanas Ontem e Hoje Read More »

barragem panenas II

Governo de Pernambuco retoma obras da Barragem de Gatos para prevenir enchentes na Mata Sul

Com investimento de R$ 45,8 milhões, projeto integra o Novo PAC e visa a segurança hídrica da região. Foto: Yacy Ribeiro/Secom A governadora Raquel Lyra assinou a ordem de serviço para a retomada das obras da Barragem de Gatos, na Mata Sul de Pernambuco. A construção, que estava paralisada desde 2014 com apenas 20% concluída, receberá um aporte de R$ 45,8 milhões através de uma parceria entre os governos estadual e federal. O equipamento terá papel essencial na contenção de cheias do Riacho dos Gatos, beneficiando cerca de 138 mil moradores de municípios como Lagoa dos Gatos, Belém de Maria, Catende, Palmares e Água Preta. "A nossa alegria é poder garantir proteção para quem precisa, pois chuva precisa ser bênção, e não angústia para quem vive às margens dos rios", destacou Raquel Lyra. A barragem faz parte do programa Águas de Pernambuco e do Novo PAC, que priorizam a segurança hídrica e o controle de enchentes. Segundo o secretário estadual de Recursos Hídricos, Almir Cirilo, a retomada do projeto representa a "reparação de uma dívida histórica" com a população da Zona da Mata Sul, constantemente afetada por enchentes. Além de conter as cheias, a barragem terá capacidade de armazenar até 5,93 milhões de metros cúbicos de água, que poderá futuramente ser utilizada no abastecimento rural. Antes da assinatura da ordem de serviço, a governadora vistoriou as obras da Barragem Panelas II, no município de Cupira. O projeto, que ficou parado por dez anos, tem previsão de conclusão até junho de 2025 e já atingiu 75% de execução. No total, o Governo de Pernambuco está investindo R$ 358 milhões para finalizar as barragens do sistema de controle de enchentes da bacia dos rios Una e Sirinhaém, cuja construção começou após a tragédia de 2010, quando fortes chuvas afetaram 67 municípios. 🔹 ServiçoA Barragem de Gatos será construída pelo consórcio Cinzel/Esse, composto pelas empresas Cinzel Engenharia Ltda e Esse Engenharia, Sinalização e Serviços Especiais Ltda. O prazo de execução é de 12 meses.

Governo de Pernambuco retoma obras da Barragem de Gatos para prevenir enchentes na Mata Sul Read More »

sudene 1

Comércio no Centro do Recife busca revitalização com apoio da Sudene

Empresários da Rua da Imperatriz apresentam demandas para impulsionar negócios e atrair consumidores. Foto: Elvis Aleluia (Ascom/Sudene) Empreendedores da Rua da Imperatriz, no centro do Recife, se reuniram com a Sudene para discutir estratégias de revitalização da área comercial. A principal demanda do grupo envolve melhorias em infraestrutura, segurança e incentivos financeiros, com o objetivo de tornar a região mais atrativa para consumidores e investidores. A iniciativa se alinha ao recente lançamento do FNE Retrofit, linha de crédito voltada à recuperação de imóveis históricos para moradia e serviços. Durante o encontro, representantes da Prefeitura do Recife, do Recentro e do Banco do Nordeste debateram a viabilidade de um estudo que mapeie novas oportunidades para a rua, integrando a modernização do espaço às tendências de consumo. A expectativa é que a pesquisa seja realizada em parceria com a Sudene e o Escritório Técnico de Estudos Econômicos do Nordeste (Etene). O superintendente da Sudene, Danilo Cabral, enfatizou a importância de um planejamento estratégico para fortalecer o comércio local. "O desafio agora é estruturar a vocação da rua que aponte o seu futuro. E isso se dá através de um estudo”, afirmou. Segundo ele, o processo pode impactar não apenas a Rua da Imperatriz, mas outras áreas do centro, consolidando a região como um polo econômico e cultural. Com a articulação entre setor público e privado, novos encontros devem ser realizados para definir os próximos passos do projeto. A revitalização da Rua da Imperatriz promete requalificar a área, estimular o comércio e fomentar a economia criativa no coração da cidade.

Comércio no Centro do Recife busca revitalização com apoio da Sudene Read More »

conexao recentro Ana Paula Vilaca

BNB disponibiliza R$ 2 bilhões para revitalização do Centro do Recife

Financiamento do Banco do Nordeste incentiva recuperação de imóveis para moradia e comércio na região central da capital. Foto: FOTOS: Izabele Brito/Recentro O Banco do Nordeste (BNB) anunciou um fundo de R$ 2 bilhões para financiar a revitalização do Centro do Recife, com foco em complexos multiusos que reúnem moradias e espaços comerciais. O incentivo foi apresentado durante o Conexão Recentro, evento promovido pela Prefeitura do Recife em parceria com a Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene) e o banco estatal. A iniciativa busca atrair empresários, incorporadoras e investidores interessados em utilizar os recursos do Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE) para retrofit e novas ocupações na região. Com prazos de pagamento de até 12 anos e carência de quatro anos, o financiamento pode cobrir de 50% a 100% do valor do investimento, dependendo do porte da empresa e da localização do empreendimento. Segundo o superintendente do BNB em Pernambuco, Hugo Queiroz, projetos de parcerias público-privadas (PPPs) e coliving também estão contemplados, facilitando a reocupação dos imóveis e reduzindo o déficit habitacional. "Além dos incentivos fiscais que a Prefeitura do Recife já oferece de ITBI, ISS e IPTU, agora, com esta parceria com a Sudene e com o BNB, estamos oferecendo financiamento para moradias, comércio e serviços", destacou a chefe do Gabinete do Centro, Ana Paula Vilaça. O evento reuniu mais de 100 empresários e investidores no auditório do BNB, localizado na avenida Conde da Boa Vista, reforçando o interesse do setor produtivo na recuperação da área central. O superintendente da Sudene, Danilo Cabral, ressaltou que a ação conjunta cria "uma janela de oportunidades" para o desenvolvimento urbano e social da região. Entre os projetos apresentados, há propostas para transformar depósitos subutilizados em moradias, flats para turismo e centros comerciais. “O financiamento, sem dúvida, vai ajudar muito”, afirmou o empresário Amaury Rezende. Os interessados no financiamento podem procurar qualquer uma das 40 agências do BNB para apresentar seus projetos. O processo inclui entrevistas, visitas técnicas e entrega da documentação necessária para a liberação dos recursos.

BNB disponibiliza R$ 2 bilhões para revitalização do Centro do Recife Read More »

antonio miranda

"A atual situação hídrica em Pernambuco é grave"

Antonio Miranda, Engenheiro do Comitê Tecnológico Permanente do Crea-PE, analisa o impacto da escassez de chuvas no abastecimento hídrico no Estado e as perspectivas com a influência das mudanças climáticas. Também alerta para possibilidade de salinização da água de poços em bairros como Boa Viagem e levanta preocupações com o modelo de concessão da Compesa. Nesta semana o Governo do Estado decretou situação de emergência em 118 dos 184 municípios pernambucanos em razão da escassez de chuvas. Especialista em gestão de serviços de saneamento, o engenheiro civil Antonio da Costa Miranda Neto alerta que a situação do abastecimento hídrico em Pernambuco é grave, com 18 reservatórios em colapso, segundo dados da Apac (Agência Pernambucana de Águas e Clima). Nesta entrevista a Cláudia Santos, Miranda, que é integrante do Comitê Tecnológico Permanente do Crea-PE (Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Pernambuco), analisa esse cenário e o impacto futuro das mudanças climáticas no agravamento da redução das chuvas. Para enfrentar a crise, ele afirma ser necessário atualizar, com maior frequência, o planejamento da gestão hídrica, principalmente em relação à elevação média da temperatura e da quantidade de ondas de calor em Pernambuco. “Essa elevação traz duas consequências ruins, simultaneamente: o aumento da evaporação dos mananciais superficiais e do consumo hídrico, combinação que agrava a escassez de água de abastecimento”, alerta. Diante da gravidade da situação, o engenheiro afirma que medidas, como o reuso da água e um melhor armazenamento de águas de chuva, passaram de recomendáveis a imperativas. O especialista enfatizou ainda sua preocupação com o modelo de concessão da Compesa, no qual a estatal permanece responsável pela produção de água tratada e a distribuição fica a cargo de concessionárias. “A depender de como ficará a modelagem, caso a Compesa não produza em quantidade suficiente, as empresas privadas poderão acioná-la no sentido de serem indenizadas pela falta de água para venda. Nesta hipótese, teríamos sérios problemas econômicos”, adverte. No início de janeiro, a Compesa divulgou um calendário emergencial de abastecimento de água diante da ausência de chuvas e das altas temperaturas no Estado. E, nesta semana, foi decretada situação de emergência. Como o senhor avalia a situação hídrica em Pernambuco e o impacto no abastecimento de água? A atual situação é grave, com 18 reservatórios em colapso, segundo a Apac. Desses, 14 ficam no Sertão, zona mais atingida pela estiagem, mas há também reservatórios vazios no Agreste, Mata Norte e até na Região Metropolitana do Recife. Sabemos que o Agreste pernambucano é a região de menor disponibilidade de água por habitante do Brasil, o que já por si só mostra o tamanho da nossa vulnerabilidade e justifica todos os investimentos na transposição do São Francisco, fazendo com que uma parte dessa água chegue nessa região. Também não é novidade para ninguém que as secas são cíclicas, então o que enfrentamos hoje é o agravamento desses ciclos. A tendência é o aumento de temperatura e das ondas de calor. O ano de 2024 esteve 1,5°C acima da média da Terra em relação aos níveis pré-industriais, o que é uma tragédia. Estamos, portanto, com uma frequência maior na ocorrência desses problemas. É óbvio que isso tudo repercute no abastecimento de água. É também verdade que a Compesa, historicamente, não conseguiu eliminar os seus problemas de produção e de distribuição de água. Salvo engano, foi em 1982 que a empresa institucionalizou os rodízios de abastecimento, para nunca mais deixar de tê-los. Por isso a Região Metropolitana já foi, e talvez continue sendo, a que apresenta maior consumo per capita de água mineral engarrafada no País. Outro reflexo disso é a quantidade de poços perfurados para abastecer os prédios, em diversos bairros, para não ficar dependendo da Compesa. Com a perspectiva de acirramento dos períodos de estiagem, em razão das mudanças climáticas, essas dificuldades no abastecimento de água em Pernambuco tendem a aumentar? A mudança climática está agravando a situação. Entretanto, as projeções neste momento são muito imprecisas, não conseguimos estimar ainda aonde isso vai parar. Se você perguntar hoje aos maiores especialistas da hidrologia, da climatologia, sobre uma perspectiva para 2030, eles não são capazes de informar com segurança, porque estamos ainda em processo de transformação. Por isso, é necessário elaborar revisões frequentes do planejamento da gestão de recursos hídricos que levem em conta as últimas atualizações científicas. Os estudos de hoje não indicam para Pernambuco nenhuma situação calamitosa. Haverá o agravamento das secas e das chuvas, mas não temos razões objetivas para esperar a transformação de zonas do semiárido em áridas, como já existem no Norte da Bahia. Da mesma forma não há previsão de que aconteçam em Pernambuco as tragédias que assolaram o Rio Grande do Sul. Agora, provavelmente, teremos uma frequência maior de ondas de calor. O aquecimento geral do planeta, que causa a elevação do nível do mar, também é uma preocupação muito grande que todos nós devemos ter, principalmente no Recife. O que poderia ser feito para enfrentar os impactos do aumento da temperatura e da escassez hídrica no abastecimento de água? É necessário passar a atualizar, com maior frequência, o planejamento da gestão hídrica, com especial atenção ao aumento médio da temperatura e da quantidade de ondas de calor em Pernambuco. Esses aumentos trazem duas consequências ruins, simultaneamente: o aumento da evaporação dos mananciais superficiais e do consumo hídrico, combinação que agrava a escassez de água de abastecimento. É igualmente prudente considerar a ocorrência de períodos mais severos e prolongados de estiagem no Estado. Mas insisto, será indispensável realizar atualizações frequentes dos cenários, utilizando o que de melhor se dispõe em termos científicos, para estabelecer as medidas necessárias à gestão hídrica, muitas delas urgentes, desde o manejo dos mananciais até medidas de redução das perdas de água e do consumo médio em todas as categorias de consumidores. Nesse contexto, o reuso da água e o melhor aproveitamento de águas de chuva passaram de recomendáveis a imperativos. Em relação à situação dos bairros situados na faixa litorânea do Recife, a grande quantidade de poços aliada à impermeabilidade do

"A atual situação hídrica em Pernambuco é grave" Read More »

historia na parede

Placas históricas viram atração turística no Centro do Recife

Roteiro inspirado nos azulejos do IAHGP integra o projeto Olha! Recife e amplia opções para visitantes e moradores O Centro do Recife ganha um novo roteiro turístico baseado nas placas históricas do Instituto Arqueológico, Histórico e Geográfico de Pernambuco (IAHGP). A iniciativa, promovida pelo Gabinete do Centro do Recife e pela Secretaria de Turismo e Lazer, valoriza os mosaicos de azulejos afixados em diversos pontos da cidade, que contam sua história, destacam personalidades e revelam curiosidades. O marco dessa ação será a instalação da placa de número 300, na Praça Ascenso Ferreira, ao lado do restaurante O Poeta, nesta quinta-feira (30), às 14h. Inspirado nas placas históricas de Portugal, o projeto do IAHGP começou há nove anos e já espalhou 54 azulejos pelo Centro do Recife. Entre os locais contemplados estão a Rua da Imperatriz, Rua do Hospício, Avenida Manoel Borba e o Gabinete Português de Leitura. A nova rota turística busca incentivar a valorização do patrimônio e oferecer aos visitantes uma forma interativa de conhecer a cidade. “Já são mais de 50 placas colocadas apenas no Centro do Recife e, junto com o Instituto e com a Secretaria de Turismo e Lazer, poder criar um roteiro turístico para apresentá-las é excelente para a preservação da nossa história”, destaca Ana Paula Vilaça, chefe do Gabinete do Centro. A criação do roteiro oficializa o reconhecimento da iniciativa, que vem despertando o interesse da população ao longo dos anos. "A criação do roteiro pela Prefeitura do Recife é um reconhecimento desta ação tão bonita que a gente vem desenvolvendo para dar à sociedade um pouco de conhecimento sobre a nossa cidade e sobre o nosso passado histórico”, afirma Silvio Amorim, vice-presidente e gestor do IAHGP. O circuito passa a integrar o projeto Olha! Recife, que promove passeios guiados pela cidade. Serviço Lançamento do roteiro turístico das placas históricas📅 Data: Quinta-feira (30/01/25)📍 Local: Restaurante O Poeta, Bairro do Recife⏰ Horário: 14h

Placas históricas viram atração turística no Centro do Recife Read More »

caruaru tremor

Tremor de terra de 2.1 mR é registrado em Caruaru

Abalo sísmico foi detectado por estações da Rede Sismográfica Brasileira Um tremor de terra de magnitude 2.1 mR foi registrado na cidade de Caruaru, em Pernambuco, na tarde de terça-feira (28), às 15h44, segundo dados da Rede Sismográfica Brasileira (RSBR). O Laboratório Sismológico da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (LabSis/UFRN) confirmou a ocorrência, mas não há relatos de que o abalo tenha sido sentido pela população. O último registro sísmico em Pernambuco também ocorreu em Caruaru, no dia 16 de janeiro, com magnitude de 1.5 mR. Pequenos tremores são comuns na região Nordeste e geralmente resultam de pressões geológicas que provocam o deslocamento de fraturas na crosta terrestre. A Rede Sismográfica Brasileira, coordenada pelo Observatório Nacional e apoiada pelo Serviço Geológico do Brasil, monitora a atividade sísmica no país por meio de quase 100 estações espalhadas pelo território nacional. As análises desses eventos ajudam na compreensão da dinâmica geológica e da estrutura interna da Terra.

Tremor de terra de 2.1 mR é registrado em Caruaru Read More »