Arquivos Urbanismo - Página 24 de 93 - Revista Algomais - a revista de Pernambuco

Urbanismo

Italo Diogo Yves Nogueira socios Yolo 2

Futuro da moradia é um dos destaques da programação do Rec'n'Play

Cultura do compartilhamento, nomadismo digital, trabalho híbrido e cidades inteligentes são alguns dos temas da quarta edição do Rec’n’Play, que terá o Yolo Coliving como curador da trilha “O Futuro da Moradia Agora”. O festival de tecnologia e inovação volta a ocupar o Bairro do Recife comela hoje e segue até o dia 19 de novembro. Mais de 35 especialistas para tratar dessa trilha na sala Moxotó, no 3º andar do Museu Cais do Sertão. “Não estaremos discutindo ferramentas ligadas às novas tecnologias da construção civil, mas conceitos que estão norteando os novos hábitos de viver e morar. É a cultura do compartilhamento, da colaboração, da convivência, da coletividade e da sustentabilidade. Já estamos vivendo o futuro, onde o ser é mais importante que o ter”, define Yves Nogueira, porta-voz da proptech e co-fundador do Yolo, que é o primeiro Coliving concebido para funcionar no território do Porto Digital. Durante quatro dias, o público terá contato com trilhas que debaterão sobre inovações ligadas ao universo da habitação, diferentes formas de viver e conceitos e propostas alinhados a esse mercado. Os painéis do Espaço Yolo acontecerão durante todos os dias do Rec’n’Play, das 10h às 19h, e incluirão palestras, debates, mesa redonda e bate-papo. Os temas centrais vão girar em torno da cultura colaborativa e de compartilhamento, conceitos do ESG, nomadismo digital, gamificação, servitização, hábitos sustentáveis, anywhere office e smart cities. A particpação é gratuita (confira os detalhes no perfil @yolocoliving do Instagram) e aberta a todos. A inscrição deve ser feita pelo site https://recnplay.pe/.

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Molhando As Palavras

Projeções celebram João Cabral de Melo Neto e Miró da Muribeca nas ruas e rios do Recife

Espetáculo de luz de Mozart Santos, faz parte da programação do Rec’n’Play e da exposição “Afinal, o que é poesia?” e será registrado pelo fotógrafo Xirumba Amorim, para ser transformado em livro de poesias visuais. Como parte da programação dos Polos de Fotografia e Ecologia do Rec’n Play e da exposição “Afinal, o que é poesia?”, em cartaz no Cais do Sertão, o artista pernambucano transmídia Mozart Santos realiza uma série de intervenções urbanas inéditas na cidade, entre os dias 16, 17 e 18/11. Poemas de João Cabral de Melo Neto e de Miró da Muribeca iluminarão rios e ruas do Recife através de projeções, em um espetáculo que coloca em confronto, significado e significante. As exibições são completamente gratuitas e acontecem a partir das 18h, nas margens do Rio Capibaribe e na Rua Duque de Caxias. A curadoria da performance é do fotógrafo Fred Jordão e será registrada pelo olindense Xirumba Amorim, artista que traz a experiência em fotografias sobre o rio. “A performance é efêmera, é uma escrita com luzes projetadas, por isso é necessário registros de foto e vídeo'', comenta Xirumba. O resultado do trabalho se transformará em um livro de poesias visuais de Mozart Santos, com fotografias de Amorim. “Quando pensei em quem poderia convidar para o Rec’n Play foi óbvio pensar em Mozart. Eu queria alguém que expandisse o espaço tradicional de visualização das imagens. Um trabalho que fosse ao vivo, que fosse impresso na cidade, nos prédios e nos rios. Mozart vem pesquisando estas fronteiras há um bom tempo e sempre tem algo pra nos surpreender. Não vai ser diferente neste Rec’n Play”, pontua o fotógrafo e curador Fred Jordão. Intitulada “Molhando as Palavras”, a primeira fase da intervenção ocorre na quarta (16) e quinta-feira, a partir das 18h. Dentro de uma baiteira, com um laser e um projetor de 5 mil lumens, Mozart colocará as palavras do poeta João Cabral de Melo Neto em contato com o rio que inspirou o poeta pernambucano a criar o “Cão Sem Plumas”. A segunda parte da intervenção acontece na sexta-feira (18), também às 18h, na Rua Duque de Caxias. Batizada de “O poeta das Ruas”, a exibição colocará poesias de Miró da Muribeca em escala humana para serem visualizadas por quem passar pela rua. “A intenção é colocar as palavras que falam sobre a cidade, as paredes e os rios, em contato com a cidade. Uma poesia visual em escala urbana. Uma arte-paisagem. É uma obra que só faz sentido ser projetada sobre Recife, porque, tanto a poesia de Miró como a obra de João Cabral, falam sobre locais de Recife. Criaremos obras de site specific, obras que ‘falam’ sobre o local em que estão sendo projetadas”, explica Mozart Santos. O termo site specific faz menção a intervenções e obras que são criadas para ambientes e espaços determinados. São trabalhos planejados para locais nos quais os elementos esculturais ou naturais dialogam com os meios que o cercam. O poema “O Cão Sem Plumas”, de João Cabral discorre sobre o Rio Capibaribe. Das obras de Miró, que tiveram uma curadoria de Wellington Melo, foram escolhidos poemas que falam sobre as ruas do Recife. Mozart Santos é formado em Artes Visuais pela Universidade Federal de Pernambuco, e graduando em Produção Audiovisual. Acredita que é possível mudar a realidade com a qual se está desconfortável através de boas ideias, vontade e capricho, trazendo mudanças sólidas e robustas na forma como o cidadão vê e usa a cidade. Inventor engenhoso movido pelo inconformismo, em 2020 co-fundou o Projetemos, grupo de VJs do mundo inteiro que mobilizou a população em uma ação coordenada de conscientização e informação contra a Pandemia do novo Coronavírus. O projeto surgiu da necessidade em conscientizar os moradores da periferia onde as informações geralmente demoram a chegar e logo se tornou também, uma ferramenta essencial para a difusão da arte, da cultura e da tecnologia. Rec’n’Play Maior evento de tecnologia e inovação do Nordeste e um dos maiores do Brasil, o evento chega à quarta edição com atividades gratuitas de educação, negócios, experiências e entretenimento. Aberto a participantes de todas as idades, o evento gratuito é um Carnaval do Conhecimento que promove a reocupação do Recife Antigo pelo recifense e por participantes de todo o País. “Afinal, o que é poesia?” é uma exposição intimista, que marca o centenário de João Cabral de Melo Neto no Recife e ficará em cartaz até o dia 30 de novembro. A mostra exibe aspectos pouco conhecidos da vida e da obra de João Cabral de Melo Neto, falecido no Rio de Janeiro em 9 de outubro de 1999. SERVIÇO: PROJEÇÕES DE MOZART SANTOS CELEBRAM JOÃO CABRAL DE MELO NETO E MIRÓ DA MURIBECA EM RIOS E RUAS DO RECIFE GRATUITO Programação Performance “Molhando as Palavras”: quarta (16), quinta-feira (17), a partir das 18h, em frente ao cinema São Luiz, nas Margens do Rio Capibaribe Performance “O poeta das Ruas”: sexta-feira (18), a partir das 18h, na Rua Duque de Caxias

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trindade

Trindade, o sítio sobrevivente

Tenho a sorte de morar do lado do Sítio Trindade e de poder contemplá-lo todos os dias de minha varanda. Trata-se de um local privilegiado pelo verde e pela amplitude da ocupação urbana, indo da Estrada do Arraial até a Estrada do Encanamento. Sempre soube da sua importância histórica pelo fato de ter sido o local onde se instalou o Arraial do Bom Jesus por iniciativa de Matias de Albuquerque e dos resistentes à invasão holandesa da capitania de Pernambuco em 1630. O Arraial resistiu até 1635 quando foi destruído pelos invasores e teve suas muralhas postas abaixo. Desde então, até ter sido visitado pelo Imperador Pedro II em 1859, à procura de vestígios do Arraial, o local ficou no limbo e, em seguida, foi ocupado como sítio pela família Trindade Perretti (daí o atual nome) que construiu o antigo prédio de residência, atualmente edifício-sede do parque, um chalé em estilo eclético. A ocupação familiar se deu até 1952 quando o Sítio Trindade foi desapropriado e declarado como um bem de utilidade pública. Em 1960 o Sítio transformou-se em sede do Movimento de Cultura Popular (MCP) que reuniu intelectuais e artistas como Germano Coelho, Paulo Freire, Ariano Suassuna, Francisco Brennand, José Cláudio, dentre outros, quando se construiu a concha acústica ainda hoje existente na encosta que dá para a Estrada do Arraial. Em 1964, o Sítio foi invadido pelo exército e fechado como local de “manifestações subversivas”. Em 1974, foi classificado como conjunto paisagístico e tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Nesta condição de patrimônio histórico, foi objeto de duas prospecções arqueológicas que localizaram parte da antiga muralha e do fosso, hoje expostos à visitação, além de grande quantidade de munição e de objetos de uso dos combatentes. De tudo isso eu sabia até que, num dos passeios que fiz com meu neto Artur Pereira, durante a pandemia, explicando a ele as características urbanas do local do Sítio, me ocorreu que aquele deveria ser muito provavelmente o único sítio que ainda guardava as características originais da época em que os sítios eram a forma principal de parcelamento do solo dos arrabaldes e/ou subúrbios do Recife, inclusive com a casa de moradia e a vasta extensão de área original (cerca de 6,5 hectares). Ou seja, além de sua importância histórica (sede do Arraial do Bom Jesus), cultural (sede do MCP), ambiental (grande área verde), de lazer (sede dos festejos juninos e natalinos na cidade), ainda se pode dizer, sem medo de erro, que o Sítio Trindade tem a importância urbanística de ser um exemplar intocado dos velhos sítios de outrora, dos quais os arredores do Recife eram povoados. Como praticamente todos os outros sítios foram loteados e transformados em lotes vendidos para a construção de casas e edifícios (inclusive o Sítio da Estrela que lhe fazia fronteira pelo lado do Parnamirim e que mantem como memória o nome da Rua Estrela, vizinha), pode-se dizer que o Sítio Trindade é uma espécie de “arqueo-sítio”, ou um sítio “sobrevivente”. Nesta condição, deveria também ser objeto de estudo e visitação, para se ter uma ideia mais precisa de como era o ambiente dos “risonhos” subúrbios de antigamente. Dedico essa “descoberta” a Artur, companheiro de caminhadas e de conversas sobre o passado e o futuro desta nossa querida cidade que nos traz história e conhecimento quase que, literalmente, em cada esquina.

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Projeto JW Urbana Arquitetura e Urbanismo

Projeto “Recife Anfíbio” é o vencedor do concurso Travessias Capibaribe

Proposta é inspirada no conceito “cidade anfíbia", descrita por Josué de Castro, que valoriza a contemplação da paisagem unido a integração ao meio ambiente ao baixo dano ao manguezal. Ao todo 49 projetos foram inscritos. Iniciativa faz parte do Parque Capibaribe (Da Prefeitura do Recife) O plano para viabilizar novos eixos de mobilidade ao longo do Rio Capibaribe avança mais um passo. O Travessias Capibaribe - Concurso Nacional de Passarelas no Recife premiou o projeto Recife Anfíbio, da JW Urbana Arquitetura e Urbanismo Ltda., como o vencedor da disputa. A proposta do escritório, com integrantes de São Paulo/SP e do Recife/PE, valoriza a contemplação da paisagem, reunindo a ideia de integração ao meio ambiente com baixo dano ao manguezal. O segundo colocado foi o escritório Arquitetura Faz Bem, do Recife, e o terceiro, o Escritório Z Arquitetura, ambos do Recife. O concurso é realizado pela Agência Recife para Inovação e Estratégia (ARIES), em conjunto com a Prefeitura do Recife e o Núcleo de Gestão do Porto Digital. “A gente acabou de fazer a premiação para o concurso das passarelas sobre o Capibaribe. Foram três ganhadores, mas no total foram mais de 40 participantes do Brasil inteiro. O concurso de arquitetura, aberto para o país inteiro, foi para a construção de duas travessias, teve uma alta concorrência, projeto de altíssimo nível. Com compromisso, a gente vai construindo o Parque Capibaribe, uma cidade-parque, uma cidade melhor para todo mundo. E com participação popular e social, o que é fundamental”, comentou João Campos na ocasião. “Contamos com mais de dez entidades participando da realização. Quando a gente chama as pessoas para perto, universidades, instituições representantes de classes, tudo isso traz credibilidade e a gente traz pertencimento, que é o que é mais importante. Entendendo que um projeto como esse não é apenas da Prefeitura, é da cidade, as pessoas têm que participar”, completou. O Travessias Capibaribe teve 49 inscrições homologadas, vindas de 10 estados brasileiros e do Distrito Federal. Critérios como coerência, integração com o entorno, impacto ambiental, soluções inovadoras, análise do contexto urbano, criação de ambientes relacionados ao Rio Capibaribe e alinhamento com o Plano Recife 500 Anos e Projeto Parque Capibaribe, guiaram os três dias do julgamento que elegeu vencedor o projeto Recife Anfíbio, da JW Urbana Arquitetura e Urbanismo Ltda. A iniciativa visa construir duas passarelas para os pedestres, sendo uma entre a Praça Antônio Maria, no bairro de Santana, e a Rua Marcos André, na Torre; a outra entre a Rua Marcos André, na Torre, ligando à Rua Malaquias, nas Graças. PROJETO VENCEDOR - Inspirados no conceito “Recife cidade anfíbia”, do autor e cientista social recifense Josué de Castro, que denunciou a fome e a miséria na geografia social do Recife conectando homens e caranguejos, o projeto vencedor utiliza o mangue como elemento norteador. Durante a premiação, a arquiteta Lígia Rocha, da JW Urbana Arquitetura e Urbanismo Ltda, agradeceu a todos os envolvidos na realização. “É um ato de coragem fazer um concurso público e colocar a cidade na pauta, nas conversas, nas ruas, nos sites e nas universidades. É um privilégio para nós urbanistas. Com o Parque Capibaribe, a cidade vai olhar de volta para a cidade”, disse ela. Já a arquiteta Leia Cavalcanti, do mesmo escritório, vencedor do concurso, falou sobre as ideias por trás do projeto campeão: “A gente sempre pensou em fazer uma intervenção que fosse integrada à cidade, que entrasse pelo rio, o Recife Anfíbio, aquela mistura de terra e água de Josué de Castro. E a ideia é essa, fazer uma travessia discreta, que entre e se integre, e que a gente possa passear por dentro do mangue”. O concurso é viabilizado sem a utilização de recursos públicos municipais. O Fundo Global para o Meio Ambiente, da Organização das Nações Unidas (ONU), é o financiador do Projeto CITinova e, consequentemente, o financiador de seus projetos-pilotos. Como premiação, o terceiro colocado no concurso receberá R$ 20 mil; o segundo, R$ 30 mil; e o valor da contratação do vencedor será de R$ 1.034.880,00, já incluída a premiação no valor de R$ 51.744,00.  ESTÍMULO A MOBILIDADE ATIVA - O secretário de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação do Recife, Rafael Dubeux, ressalta que as entregas foram alinhadas com o princípio do concurso e que a cidade vai receber um projeto exemplar. “A ideia era estimular a mobilidade ativa, reduzindo impactos ao meio ambiente, integrando bairros, comunidades e ampliando os acessos das pessoas. Os projetos contemplaram tudo isso, com o adicional de atender a necessidade das pessoas nas conexões à natureza e ainda contemplando a especificidade da flora local. Então, o concurso cumpriu sua missão e o Recife terá mais um projeto integrador para a cidade”, destacou. O concurso é parte essencial do projeto do Parque Capibaribe (SDECTI/Prefeitura do Recife) e consolida o avanço na direção do Recife Cidade Parque, como aponta o Plano Recife 500 Anos. Para Marcos Baptista, presidente da ARIES, a realização de um concurso para a definição de um projeto de intervenção no espaço público é um grande desafio e, ao mesmo tempo, uma enorme satisfação. “A gente está muito feliz pois foram dezenas de participantes de 10 cidades e do Distrito Federal, não foi uma escolha fácil. Os critérios foram relacionados à qualidade do desenho, a integração à natureza, a integração ao projeto do Parque Capibaribe, o custo do projeto. Vários critérios para poder entregar, à cidade e à população, o melhor que a gente pode. Vamos concluir o projeto executivo do vencedor até o fim do primeiro trimestre do próximo ano e a Prefeitura vai ser responsável pela execução”, afirmou Marcos Baptista.

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Lounge Coral na CASACOR Pernambuco 2022. Credito Joao Paulo Oliveira

Coral homenageia Francisco Brennand na Casacor Pernambuco 2022

Tinta oficial da mostra, Coral traz as tendências em cores para tetos e paredes  (Foto: João Paulo Oliveira) A Coral marca presença na CASACOR Pernambuco que acontece no icônico Edifício Chanteclair, no Recife Antigo, um dos mais imponentes da cidade,  não somente como patrocinador do evento. A marca apresenta o ambiente Lounge Coral, assinado pelo arquiteto Romero Duarte e inspirado na obra de Francisco Brennand, artista plástico que tem uma relação singular com o imaginário pernambucano.  Para essa edição, 25 escritórios de jovens talentos e nomes consagrados da arquitetura e do design brasileiros foram convidados pela curadoria da CASACOR  para revelar variados estilos e tendências. “Estamos muito animados em, mais uma vez, apresentar nossas melhores soluções para esse time talentoso de profissionais do evento e participar da mostra em Recife, praça tão importante para os nossos negócios, onde temos uma fábrica da Coral, fonte para nossos projetos pilotos de inovação”, comenta Juliana Zaponi, gerente de Comunicação de Marca e Cores para Tintas Decorativas na América do Sul.  Nas cores do Lounge Coral proposto por Romero Duarte, tendo como base a tela ‘A Dança’, tons como o Poesia Concreta no teto, Sertão nas paredes e Árvore de Outono no hall de entrada marcam o espaço com muita personalidade, de forma harmônica e contextualizada, arrematados pelo piso em quartzito Carius, com suas nuances delicadas e marcantes. Com intenção de destacar o entorno das cores e as obras de arte, foram utilizados mobiliários em sobretons de off white e móvel fixo mimetizado pela mesma cor Sertão das paredes. Como linha criativa para a elaboração do lounge Coral, foi pensado um clima acolhedor, que trouxesse uma memória afetiva dessa sensação, na qual a Textura Design, finamente aplicada em quase todo o ambiente, com exceção do hall e teto, com pistola para dar um toque rústico, elegante e que conversasse com os pisos em quartzito levigado. Para os móveis, nada mais que a tradição do design brasileiro atemporal e de qualidade, nas peças de Sérgio Rodrigues, Jorge Zalszupin, entre outros, arrematados por uma luminária com desenho autoral, do próprio arquiteto, com vidros antigos de vitrais que dão uma atmosfera eterna através dos focos de cores desses elementos. Na seleção de obras, além da tela principal, destaque para as esculturas “Guardiões I e II”, que recepcionam o ambiente, destacadas por uma iluminação especial nas suas bases. No hall, um Flora em preto e branco se destaca na parede pintada no tom Árvore de Outono. Atrás do sofá, uma composição riquíssima de desenhos se destacam sobre a parede na cor Sertão, num passeio sobre várias temáticas nas quais a mulher é personagem protagonista. Peças utilitárias de sua linha branca também foram expostas como uma pequena coleção no bar super iluminado como hotspot nessa área. As cores das tintas Coral também se destacam no Home Copergás, onde a arquiteta Ana Cristina Cunha usa os tons Areia e Lápis Preto e também o efeito Velvet que dá um aspecto aveludado às superfícies. O ambiente se vale do apelo dramático das cores para  criar essa atmosfera. A predominância do preto traz a associação à elegância, mistério e força. Em contraste, aparece o bege transmitindo calma e passividade. No The Bar, das arquitetas Rafaella Bittencourt e Lorena Veloso, o azul da cor Artesão aparece marcando todo o ambiente. A dupla de arquitetas decidiu deixar à mostra a passagem do tempo, as cicatrizes e marcas nas paredes, que para elas são a alma desse edifício centenário e icônico do Recife. “O conceito do nosso projeto é intervir de forma respeitosa dentro de um edifício histórico. Escolhemos uma paleta de cor forte e marcante, o azul Artesão da Tintas Coral, para registar a nossa passagem no ambiente”, conta Lorena Veloso. “Fizemos uma elegante marcação por meio das cores, deixando à mostra boa parte das paredes detonadas com as marcas do  tempo, valorizando a história do lugar”, complementa Rafaella Bitencourt.  Para se inspirar – Para compartilhar toda a criatividade dos profissionais consagrados e novos talentos apresentados nos ambientes projetados para o evento, a Tintas Coral se uniu ao Pinterest, plataforma de inspiração. Visite o perfil da Tintas Coral e acesse a pasta Coral na CASACOR. Serviço: CASACOR Pernambuco Quando: De 15 de outubro a 27 de novembro Onde: Edifício Chanteclair, Av. Marquês de Olinda, 2-86 - Recife, PE.  Mais informações: https://casacor.abril.com.br/mostras/pernambuco/

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parque jaqueira recife

Com gratuidade garantida, PCR abre consulta pública para concessão de quatro parques

Iniciativa prevê investimentos de cerca de R$ 550 milhões nos parques da Jaqueira, Santana, Macaxeira e Dona Lindu, reforçando as vocações de cada equipamento. População tem até 9 de dezembro para sugerir melhorias (Da Prefeitura do Recife) A Prefeitura do Recife lançou a consulta pública que trata da concessão de quatro parques urbanos: os parques da Jaqueira (Jaqueira), Santana (Santana), Macaxeira (Macaxeira) e Dona Lindu (Boa Viagem). A população poderá opinar e oferecer sugestões a respeito do projeto até o dia 9 de dezembro. Com o contrato assinado com a futura concessionária, em 2023, o município projeta investimentos que devem ultrapassar os R$ 550 milhões ao longo dos próximos 30 anos. Nos quatro equipamentos, o objetivo será fortalecer a vocação de cada local e captar investimentos para melhorar a infraestrutura e a conservação dos espaços. O acesso e o uso por parte da população continuarão gratuitos, conforme previsto na Lei Municipal n. 18.824, aprovada em 2021. As manifestações devem ser feitas no site da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação (SDECTI), que coordena o projeto por meio da Secretaria Executiva de Parcerias Estratégicas (SEPE), através do link: https://desenvolvimentoeconomico.recife.pe.gov.br/consulta-publica-parques-urbanos. "É o momento de receber sugestões da população para aprimorar o projeto, ajustar detalhes técnicos e, principalmente, definir a dinâmica da parceria com o setor privado. O objetivo é melhorar a infraestrutura e a oferta de serviços dos parques com a preservação da gratuidade do acesso pela população. A gente percebe que há espaço para novos investimentos que permitam reforçar a vocação de cada um dos parques e melhorar a experiência dos cidadãos ao visitar essas áreas verdes”, destacou o secretário de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação do Recife, Rafael Dubeux. De acordo com o projeto colocado em consulta, a futura concessão será dividida em dois blocos: o primeiro envolvendo os parques da Jaqueira e Santana; e o segundo com os parques da Macaxeira e Dona Lindu. Os parques foram analisados pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que conduziu estudos técnicos para identificar as potencialidades dos equipamentos urbanos que são objetos de concessão. No dia 29 de novembro, a SDECTI e SEPE promoverão uma audiência pública para dialogar com a população e segmentos da sociedade e colher sugestões de aprimoramentos aos projetos. O encontro vai ocorrer no dia 29 de novembro, através do Google Meet: meet.google.com/qfn-hxhg-bcg, das 10h às 12h. Nos dias 28 deste mês e 2 de dezembro as secretarias promoverão road show com as potenciais empresas interessadas. O secretário executivo de Parcerias Estratégicas, Thiago Ribeiro, destaca a transparência do processo e o ineditismo da parceria que possibilitou os estudos. “Recife é a primeira cidade selecionada pelo BNDES para participar do programa de concessão de parques do Banco, o que demonstra o grau de confiança que temos conseguido trazer aos nossos projetos. Isso é fruto da transparência e da segurança regulatória que se destacam em etapas como a de consulta pública, em que toda a sociedade conhece cada detalhe do projeto a ser futuramente licitado”, ressalta. Os dois blocos deverão ser leiloados no mesmo dia, porém em sessões diferentes, o que permitirá que um mesmo licitante vença ambos os lotes ou que dois concessionários diferentes fiquem responsáveis pela operação.  O início da consulta pública marca, também, o envio do projeto para análise do Tribunal de Contas do Estado de Pernambuco (TCE-PE), visando a aprovação necessária para o lançamento do edital de concessão, que deve ocorrer ao longo do primeiro trimestre de 2023. Os contratos para ambos os blocos devem ser assinados no início do segundo semestre do ano que vem. ESTUDOS TÉCNICOS - Segundo o relatório do BNDES, o Parque da Jaqueira é um ícone urbano do Recife e tem potencial de oferecer programação para a família recifense e turistas na área de 71.552 metros quadrados. Já o Parque de Santana, com área de 60.175 metros quadrados, possui vocação esportiva, que pode congregar toda a cidade em torno das boas práticas esportivas. O Parque da Macaxeira, por sua vez, possui área de 103.790 metros quadrados e a vocação é para recreação, dialogando com a tecnologia. O Parque Dona Lindu, com sua beleza arquitetônica assinada por Oscar Niemeyer, tem potencial para oferecer programação cultural e abrir espaço para debates sobre sustentabilidade. Em todos os parques, os futuros operadores assumirão a responsabilidade de recuperar e modernizar toda a infraestrutura já existente, ainda com a possibilidade de trazer novos atrativos para os espaços. BLOCO 1: JAQUEIRA E SANTANA - Na Jaqueira, além da reforma das pistas de bicicross, corrida, skate e da ciclovia, haverá a plena recuperação das atividades do econúcleo, a manutenção do equipamento de saúde e da academia ao ar livre, um incremento de bebedouros e banheiros, além da possibilidade de implantação de um novo espaço gastronômico. Já no Parque Santana, além da mesma preocupação em melhorar a infraestrutura já disponível à população, com ênfase nas quadras poliesportivas, a proposta é reforçar a segurança e ampliar o parque radical, tornando o espaço uma vitrine para a promoção de esportes radicais em nível local, nacional e internacional.  Segundo as projeções da Prefeitura do Recife baseadas nos estudos do BNDES, os investimentos associados à concessão dos parques da Jaqueira e de Santana deverão ultrapassar R$ 247 milhões, com outorga mínima para o município de R$ 275 mil e mais um percentual das receitas obtidas pela concessionária com a operação.  BLOCO 2: DONA LINDU E MACAXEIRA - Passando ao segundo bloco, no Parque Dona Lindu, o futuro parceiro privado deverá se comprometer com a reforma do teatro Luiz Mendonça, da galeria Janete Costa e do restaurante, além da recuperação e manutenção de todas as estruturas já presentes no espaço, preservando totalmente as características arquitetônicas. O destaque é possibilidade de implantar um Oceanário, que, além de se converter em um novo espaço turístico e cultural da cidade, será uma importante âncora de receitas para a viabilização econômico-financeira do projeto. Na Macaxeira, mais uma vez se destaca a garantia de melhoramento em todas as estruturas já existentes de vivência social,

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smarlet

Projeto Smartlet ancora no Bairro do Recife conectando inovação e tecnologia às pessoas

Bairro do Recife ganha o primeiro Smartlet da cidade, um espaço desenvolvido pensando em unir tecnologia a um mobiliário urbano convidativo a vivenciar a cidade de um jeito moderno e sustentável (Da Prefeitura do Recife) O nome é bem diferente: Smartlet. Um mobiliário urbano inteligente e espaço de convivência que alia tecnologia, conforto e sustentabilidade num só lugar. Recife passa a contar com essa estrutura, oferecida para uso da população gratuitamente no bairro do Recife. O projeto, situado na Praça do Centro de Artesanato - entre o Museu Cais do Serão e a loja de Bebidas de Pernambuco -, leva o mesmo nome, Smartlet, faz parte dos projetos de empresas de tecnologia e startups incubados dentro do E.I.T.A! Labs, neste caso, em parceria com o Programa Recentro, ambas iniciativas da Prefeitura do Recife. Inovação e modernidade se encontram no Smartlet. A estrutura é alimentada por energia solar e conta com wi-fi, carregadores para celulares e notebooks, bancadas e bancos num ambiente projetado com ar despojado e visual diferenciado. O objetivo é integrar tecnologia a um espaço de convivência urbana agradável conectando pessoas e as pessoas à cidade de um jeito diferente. A ideia do projeto nasceu da junção de duas empresas com expertises diferentes: a Videoporto Mídia, focada no desenvolvimento de mídias, e a Hephaenergy, que traz a experiência no desenvolvimento de mobiliário urbano inteligente. Para a chefe do Gabinete do Centro do Recife, Ana Paula Vilaça, o Smartlet é um equipamento inovador, que conecta as pessoas, criativo, sustentável e que vai trazer mais vida para o centro. Com ele, a cidade passa a ter mais um espaço de convivência. O projeto faz parte do E.I.T.A! Labs, um laboratório de experiências aqui para o centro para que a gente teste protótipos e consigamos ampliar para outras áreas da cidade”, informou a gestora. O Diretor Executivo da Videoporto, Davison Souza, disse que o equipamento tem grande significado  não apenas por ser o primeiro do Recife, mas também do Brasil.  "Não tem linha de mobiliário inteligente nesse patamar e foi executado por empresas recifenses  e ligadas ao Porto Digital".  O equipamento conta com um wi-fi de alta velocidade, com 200 megabytes, proporcionada pela hot-link, pioneira na área e também parceira da inovação. Outro parceiro do projeto é a Hephaenergy. “Nós pensamos em um mobiliário urbano que unisse as pessoas e chegamos num bom resultado”, comentou Felipe Batista, CEO da empresa. Ele espera ter smartlets instalados em cinco capitais até o final de 2023. Assim como os 10 projetos até então selecionados e que avançaram dentro do E.I.T.A! Labs ao longo deste ano, o Smartlet passa agora para a fase de experimentação: é hora da aceleração do projeto a partir do Produto Mínimo Viável, o MVP. É por meio do MVP que os desenvolvedores têm a oportunidade de colocar à prova a usabilidade de tudo que planejaram dentro de um ambiente controlado podendo ajustar o que ainda for necessário, confirmar levantamos feitos nas fases iniciais de elaboração e, assim, ter a chance de expandir a estrutura do mobiliário urbano inteligente para outras partes da cidade. Até o final desta ano outros cinco projetos que também estão incubados no E.I.T.A! Labs serão implantados na cidade para a fase de experimentação.  Para o E.I.T.A! Labs, iniciativa desenvolvida e coordenada pela Secretaria de Transformação Digital, pela Empresa Municipal de Informática (Emprel) e pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação (SDECTI), a experimentação de projetos mergulhados na inovação por meio de contratos específicos e desburocratizados são a chave de um grande negócio. Ganha quem traz suas ideias para ancorar e incubar dentro da Prefeitura do Recife, ganha a cidade e ganha a população, principal beneficiária do legado que a inovação digital é capaz de oferecer. As ideias do E.I.T.A! Labs ganha ainda mais força ao se aliar ao Programa Recentro, uma outra importante frente de trabalho da Prefeitura do Recife que traz na sua essência a revitalização urbana e econômica do Centro Histórico da capital pernambucana que inclui os bairros do Recife, Santo Antônio, São José e Boa Vista. No projeto do Smartlet, o Recentro exerceu papel crucial na mobilização com os diversos órgãos públicos, auxiliando na expedição de licenciamentos e solicitação de autorizações. “Para o Porto do Recife é muito importante apoiar essa iniciativa e ter um projeto tão inovador sendo lançado na área portuária recifense. Os turistas que chegam a partir do nosso terminal de passageiros terão agora um mobiliário urbano onde poderão usufruir de Wi-Fi gratuito e mais um espaço para contemplação da beleza do bairro do Recife. Essa estrutura também nos ajuda no desenvolvimento de ações para a nossa comunidade vizinha, a Comunidade do Pilar. Além do acesso à internet, o Pilar também poderá contar com um espaço próximo com capacidade de receber cursos e oficinas”, Tito Moraes, presidente do Porto do Recife. CONTRATOS PÚBLICOS PARA SOLUÇÕES INOVADORAS - De maneira inédita, a Prefeitura do Recife assinou os primeiros Contratos Públicos para Soluções Inovadoras (CPSI) neste ano de 2022. Diferente das contratações que passam por licitações clássicas seguindo a lei nº 8666, os CPSIs são contratações muito mais simples, indicadas pelas diretrizes gerais do Marco Legal das Startups e que permitem contratações públicas voltadas para empresas e startups com foco em soluções inteligentes.  Um laboratório a céu aberto com inovação e co-criações por toda parte, o Recife se abre para novas e reais possibilidades de uma cidade inteligente e conectada com o futuro. A capital pernambucana investe na criatividade e em parcerias para oferecer ao mundo a sua Living Labs: o E.I.T.A! Labs. E todo esse movimento conta com o Marco Regulatório das Startups oferecendo as diretrizes para a aplicabilidade dos Contratos Públicos para Soluções Inovadoras.

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marcelo bandeira ntu

"Nosso grande desafio é garantir a prioridade do transporte público no sistema viário e nas políticas públicas"

Mudanças tecnológicas e de gestão deverão transformar a forma como nos deslocamos nas cidades nos próximos anos. Uma grande transformação que está no radar é a eletrificação dos veículos. Porém, a inversão de prioridade da mobilidade urbana, priorizando o transporte público em detrimento do privado, é o grande desafio do atual momento, na análise de Marcelo Bandeira, Conselheiro de inovação na NTU, a Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos. Nesta entrevista concedida ao jornalista Rafael Dantas, ele fala ainda sobre o que é tendência para os sistemas de ônibus e defendeu a importância do Marco Regulatório para o setor. Quais as principais tendências para a mobilidade urbana, na sua opinião, para a próxima década? O transporte público terá um maior protagonismo? Primeiramente, destaco um ponto que não é só uma tendência, mas um direcionamento indispensável para que possamos promover as mudanças que as nossas cidades e os nossos sistemas de mobilidade precisam: o alinhamento do planejamento urbano com o planejamento da mobilidade. Nesse sentido, esperamos a adoção de estratégias de Desenvolvimento Orientado ao Transporte Sustentável, promovendo adensamento em áreas dotadas de infraestrutura de transporte, contendo o espraiamento urbano, criando novos núcleos e reduzindo a necessidade de deslocamentos para acesso aos serviços e às oportunidades das cidades. Podemos antecipar que a incorporação de novas tecnologias impactará sensivelmente o transporte e a mobilidade das pessoas. Esses avanços permitirão maior flexibilidade na prestação do serviço, facilitando o acesso e integrações entre os diversos modais, subsidiarão o planejamento da operação do transporte, reduzirão o impacto ambiental e promoverão alterações na forma como o serviço é prestado. Outra tendência clara que podemos observar é a busca por maior eficiência energética e a descarbonização do transporte. Certamente essa discussão será aprofundada ao longo da próxima década. Novas tecnologias devem ser discutidas e o debate irá bem além da eletrificação da frota, devendo ter como norte as necessidades do cliente. Também esperamos que se consolide a inversão das prioridades nos sistemas de mobilidade e nos centro urbanos. Que os investimentos e atenção dos governos de fato migrem do transporte individual motorizado para a mobilidade ativa e para o transporte público. Os meios coletivos e não motorizados devem ser protagonistas na transformação dos meios urbanos e são o caminho para a construção de cidades mais justas, equilibradas e sustentáveis. Quais as principais transformações que estão no radar no transporte de ônibus? Além das mudanças suscitadas pelas tendências citadas anteriormente, há a expectativa da criação de um Marco Regulatório para o transporte público. Esse é um passo fundamental que ajudará a construir um ambiente propício para as demais transformações. Não se trata apenas da atualização da legislação que ampara o setor, mas da garantia que o transporte público seja efetivamente exercido como um direito social, que o transporte coletivo tenha prioridade sobre o transporte individual motorizado e que o poder público e empresas operadoras encontrem a segurança necessária para a oferta de um serviço de qualidade e sustentável. Na esteira dessa discussão, outra transformação extremamente relevante serão as alterações nos modelos de financiamento do transporte público. Esse tema está em discussão em praticamente todos os sistemas de transporte do país atualmente e as conclusões apontam para a adoção de fontes extratarifárias para ajudar a custear o transporte público, especialmente aquelas que se originam na propriedade e uso do transporte individual motorizado. Deve também ser destacado que nunca geramos e tivemos acesso a tantas informações como atualmente. Sinto que ainda estamos engatinhando diante do potencial de uso de Big Data no planejamento da operação e no desenho do serviço. Quais os principais desafios para aumentar a qualidade do transporte público atualmente, como a redução da lotação, a maior oferta de viagens e a redução do tempo de deslocamento? Primeiramente, garantir a prioridade do transporte público no sistema viário e nas políticas públicas. Os ônibus são responsáveis por 72% dos deslocamentos para trabalho e 55% para educação na Região Metropolitana do Recife, mas continuam presos nos engarrafamentos. Tanto é que a regularidade é a principal preocupação dos nossos clientes, segundo apontam as pesquisas. Precisamos reduzir os tempos de deslocamento da população e a solução é conhecida: a implantação de faixas e corredores exclusivos para o transporte público. O tempo de viagem chegou a ser reduzido pela metade em corredores que foram beneficiados com as faixas azuis. Também precisamos de um modelo de financiamento adequado, que permita um serviço de qualidade e não sobrecarregue a tarifa paga pelos passageiros. As opções para financiamento são diversas e já bem conhecidas. Basta olhar para os sistemas de transporte de referência mundo afora para entender como essa equação foi solucionada. Como já dissemos, o transporte individual motorizado deve contribuir para a qualificação do transporte público, mas há também outras alternativas que também podem ser adotadas. Por fim, precisamos estabelecer um ambiente de segurança jurídica e contratual para promover e atrair os investimentos para a qualificação do transporte. Que inovações tecnológicas importantes o setor tem atravessado? O setor tem se apropriado bem dos avanços tecnológicos recentes e os resultados já são sensíveis. Em 2023 adotaremos um novo padrão para a frota, com motores Euro 6, que reduzem mais de 95% das emissões de material particulado e oferecem maior conforto aos passageiros. Teremos também o avanço da eletromobilidade e dos veículos híbridos, que demandarão discussões aprofundadas, para além da mera mudança da matriz energética. No monitoramento da operação, novas tecnologias embarcadas vêm permitindo melhor controle e maior segurança, reduzindo custos e a emissão de poluentes. Em termos de planejamento, temos gerado mais informações e com maior precisão sobre a operação. E as novas tecnologias permitirão serviços mais flexíveis, como redes dinâmicas e serviços sob demanda. A bilhetagem eletrônica foi certamente um dos campos que mais evoluiu nos últimos anos. A tecnologia permitiu a ampliação dos canais de venda e a adoção de novos meios de pagamento. Hoje é possível comprar créditos para o cartão VEM pelo WhatsApp ou Instagram e receber a recarga nos validadores dos ônibus em até 10 minutos. Também avançamos bastante em

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capa 199.4

O futuro da mobilidade urbana

*Por Rafael Dantas Engarrafamentos quilométricos, fumaça saindo pelo cano de escape dos automóveis nas ruas, ônibus e metrôs lotados compõem o estresse cotidiano da mobilidade da maioria das grandes cidades. Fatores econômicos, tecnológicos e até geopolíticos, no entanto, estão apontando para algumas trans- formações no deslocamento nas metrópoles no médio e longo prazos. A descarbonização das frotas de veículos particulares, o maior incentivo ao transporte público e mais investimentos na mobilidade ativa, multimodal, estão no horizonte da reorgani- zação urbana mais sustentável e mais humana. O fotógrafo Alexandre Albuquerque, 62 anos, deixou de ter um automóvel há cinco anos. Desde então, passou a usar trans- porte público em deslocamentos mais distantes e bicicleta para pequenos trajetos, que algumas vezes são feitos a pé mesmo. Com a pandemia, deixou de usar o ônibus, que foi substituído pelo serviço de corridas por aplicativo. Motivações financeiras, do custo elevado de manter um carro, e mesmo de comodida- de, pela dificuldade de estacionamento, o levaram a esse novo padrão para se locomover. “Quando me aposentei, percebi que o carro ficava muito tempo na garagem. Vi que era vantagem financeira vender o veículo e usar os aplicativos de corrida quando precisasse. Era por comodidade também, para não se preocupar mais em estacionar e ficar livre para tomar uma champanhe ao sair para uma festa ou evento”, explica Alexandre. A preocupação ambiental também reforçou essa decisão. “A questão ecológica também me motivou. É um carro a menos na rua. Menos trânsito. Eu e minha esposa temos bicicleta. Fazemos muitas compras perto de casa também, vamos andando. Hoje a possibilidade de voltar a ter um carro é ínfima. Se em algum mo- mento precisar comprar, será um elétrico. Mas até hoje não senti- mos falta em hora nenhuma”, afirma o fotógrafo. Com a redução das contaminações na pandemia, ele pretende também voltar a andar de ônibus. Alexandre conta ter muitos amigos que também deixaram o carro de lado e migraram para as bikes ou outras formas de deslo- camento. O comportamento de Alexandre evidencia tendências da sociedade que foram reforçadas com a pandemia e que po- dem direcionar as políticas para o ordenamento da mobilidade. Entretanto, acende um alerta para a redução do uso dos coleti- vos. Assim como o fotógrafo, muitas pessoas deixaram de se lo- comover nas cidades de ônibus e preferiram os serviços de carros compartilhados, como o Uber, e tiveram aqueles que aumentaram o uso do carro particular. O consultor em mobilidade e do núcleo de mobilidade urbana do Insper, Sergio Avelleda, analisa a questão e afirma que duas mudanças provocadas pela crise da Covid-19 trouxeram novas pressões para o complexo financiamento do transporte público. “Na pandemia surgiram modificações que podem ser permanen- tes. O home office, que era uma prática embrionária, se tornou muito mais comum nas empresas. Isso promove diminuição das viagens nas cidades e essa redução está levando a uma crise no transporte público, pois diminui as receitas. Essa situação poderia vir a reduzir o trânsito também. Mas uma das tendências que no- tamos foi o aumento do uso do carro, pois as pessoas passaram a ter medo de usar os ônibus devido ao receio de contaminação. Mas não podemos simplesmente assistir a essa tendência, é pre- ciso agir para derrubá-la, pois o transporte particular é ineficiente para as cidades”, afirma Sergio Avelleda. Para enfrentar esse cenário, Marcelo Bandeira, conselheiro de inovação na NTU (Associação Nacional das Empresas de Trans- portes Urbanos), sinaliza que há uma grande expectativa pela criação de um marco regulatório para o transporte público. “Não se trata apenas da atualização da legislação que ampara o setor, mas da garantia que o transporte público seja efetivamente exercido como um direito social, que o transporte coletivo tenha prioridade sobre o transporte individual motorizado. Na esteira dessa discussão, outra transformação extremamente relevante serão as alterações nos modelos de financiamento. Esse tema está em discussão em praticamente todos os sistemas de transporte do País e as conclusões apontam para a adoção de fontes extratarifárias para ajudar a custear o transporte público, especialmente aquelas que se originam na propriedade e uso do transporte individual motorizado”. A questão do transporte público, segundo Bandeira, implica ainda num direcionamento indispensável para promover as mu- danças necessárias às cidades: o alinhamento do planejamento urbano com o planejamento da mobilidade. “Esperamos a adoção de estratégias de desenvolvimento orientado ao transpor- te sustentável, promovendo adensamento em áreas dotadas de infraestrutura de transporte, contendo o espraiamento urbano, criando novos núcleos e reduzindo a necessidade de deslocamentos para acesso aos serviços e às oportunidades das cidades. Podemos antecipar que a incorporação de novas tecnologias impactará sensivelmente o transporte e a mobilidade das pessoas”. O conselheiro da NTU considera que esses avanços vão reduzir o impacto ambiental dos transportes e promover alterações im- portantes na prestação do serviço público. Mas não são os únicos. “Outra tendência clara que podemos observar é a busca por maior eficiência energética e a descarbonização do transporte. Novas tecnologias devem ser discutidas e o debate irá bem além da eletrificação da frota, devendo ter como norte as necessidades do cliente. Também esperamos que se consolide a inversão das prioridades nos sistemas de mobilidade e nos centros urba- nos e que os investimentos e atenção dos governos migrem do transporte individual motorizado para a mobilidade ativa e para o transporte público. Os meios coletivos e não motorizados devem ser protagonistas na transformação dos meios urbanos e são o caminho para a construção de cidades mais justas, equilibradas e sustentáveis”, afirma Bandeira. MUDANÇA TECNOLÓGICA NO HORIZONTE A substituição dos combustíveis fósseis inicialmente para a ma- triz elétrica e posteriormente para o hidrogênio estão na pauta da indústria automobilística, na avaliação do doutor em engenharia elétrica e professor da UFPE, Pedro Rosas. “Podemos pensar em diferentes tempos para prever as mudanças na mobilidade. Para os próximos 5 ou 10 anos, haverá uma adaptação ao sistema elétrico, com carros e motos elétricas. Isso é uma tendência que não tem volta. A redução do custo de manutenção, da poluição

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MATRIZ CASA FORTE

Igreja de Casa Forte e Colégio da Sagrada Família são classificados como Imóveis Especiais de Preservação

(Da Prefeitura do Recife) A Igreja Matriz de Casa Forte e o Colégio da Sagrada Família são, oficialmente, Imóveis Especiais de Preservação (IEP). A classificação foi publicada no Diário Oficial do Recife desta quinta-feira (27), através do decreto 36.035, assinado pelo prefeito João Campos (PSB). Com isso, desde a aprovação da lei 16.284/1997, o município tem um total de 263 edificações dentro da categoria, que garante a preservação do patrimônio histórico e da memória da cidade. No caso da igreja e do colégio, trata-se de um dos poucos casos no Recife em que a configuração de casa grande, templo religioso e campina de um antigo engenho conseguiu ser mantida. A Igreja e o Colégio da Sagrada Família são remanescentes do antigo Engenho Casa Forte, construído em meados do século XVI, e remetem ao período inicial da ocupação do bairro. Em 1645, o Engenho, que teve diversos nomes anteriormente, passou a ser conhecido como Casa Forte, após ter presenciado, no dia 17 de agosto, uma das batalhas da guerra de reconquista de Pernambuco, então sob ocupação holandesa. O local onde hoje está situado o Colégio corresponde à antiga Casa Grande do Engenho. Já a Igreja Matriz resultou de uma reforma da Capela de Nossa Senhora das Necessidades do Engenho Casa Forte, concluída em 1672. Ficavam diante de uma grande esplanada, conhecida como Campina da Casa Forte. O engenho foi extinto e loteado a partir do século XVIII. No começo do século XIX, o Padre Roma - José Inácio de Abreu e Lima, religioso e um dos líderes da Revolução Pernambucana de 1817 - adquiriu a casa grande do engenho e reformou-a, levantando uma vivenda que posteriormente caiu no abandono, sendo comprada, em 1907, pelas irmãs francesas da Congregação da Sagrada Família, que instalaram ali a instituição de ensino. Em 1909, a capela do colégio foi reconstruída e virou, em 1911, o que hoje é a Igreja Matriz da Paróquia de Casa Forte. A campina que fica em frente ao Colégio e à Igreja foi remodelada na década de 1930, recebendo projeto do paisagista Roberto Burle Marx, transformando-se na atual Praça de Casa Forte, reconhecida como patrimônio do Recife, nos níveis municipal, estadual e federal. As edificações do Colégio da Sagrada Família e da Igreja Matriz de Casa Forte apresentam-se, atualmente e em termos de suas fachadas principais – voltadas para a Praça de Casa Forte –, com as mesmas feições que tinham desde suas últimas reformas/acréscimos, na primeira metade do século XX. Trata-se, portanto, de uma importante permanência em relação a esse conjunto do entorno da Praça, que passou por modificações de grande porte, sobretudo no que diz respeito à construção de novos imóveis com escala verticalizada. A classificação das duas edificações em IEP foi aprovada em reunião do Conselho de Desenvolvimento Urbano da Cidade em 27 de novembro de 2020. O objetivo é preservar exemplares de arquitetura significativa para o patrimônio histórico, artístico e cultural da cidade, de forma a manter viva a memória da identidade do Recife. Para a catalogação de um IEP, os pedidos são concedidos pelo Conselho de Desenvolvimento Urbano (CDU), a quem juridicamente cabe a apreciação e deliberação sobre a inclusão dos imóveis da cidade como IEPs. O passo a passo inclui uma análise prévia feita pela Gerência Geral de Preservação do Patrimônio Cultural (DPPC/ICPS) para avaliar tecnicamente os pré-requisitos para classificação do bem como Imóvel Especial de Preservação. Caso o imóvel preencha os critérios estipulados em Lei, o parecer então é submetido ao CDU, que decide pela sua inclusão no rol de IEPs, com criação de Decreto Municipal. Ainda de acordo com a legislação, cabe ao proprietário da edificação manter as características originais do imóvel. Fica vedada a demolição, descaracterização dos elementos originais e alteração da volumetria e da feição da edificação original. À Prefeitura cabe gerar mecanismos de incentivo que estimulem os proprietários a manter a conservação do imóvel. Para tanto, a lei prevê a isenção total ou parcial do IPTU nos seguintes termos: • 25% pelo prazo de dois anos para imóveis que passam por obras de conservação • 50% pelo prazo de quatro anos no caso de imóveis que passaram por recuperação ou reparos • 100% no prazo de quatro anos para os imóveis que passaram por restauração total Segundo a lei, “as intervenções de qualquer natureza nos IEPs ficam sujeitas à consulta prévia e à análise especial por parte dos órgãos competentes do Município". De 2013 até hoje já foram 106 imóveis transformados em IEPs, a exemplo das sedes do Sport, América, do Jockey Clube do Recife e do Colégio Marista, entre outros

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