Arquivos Urbanismo - Página 93 de 93 - Revista Algomais - a revista de Pernambuco

Urbanismo

Parque Capibaribe começa a tomar forma

As pessoas do Recife que circularem pelo bairro das Graças poderão ter acesso a uma área preservada às margens do Rio Capibaribe. O Jardim do Baobá começa a tomar forma como um novo espaço de lazer e contemplação, ocupando uma área localizada entre as ruas Madre Loyola e Antônio Celso Uchôa Cavalcanti. O prefeito Geraldo Julio autorizou nesta quinta-feira (31) o início da intervenção, que também representa a primeira etapa do Parque Capibaribe. O local receberá um investimento de R$ 1,5 milhão através de uma parceria entre a Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade e o Hospital Português. Com uma área de 3.800 m², o projeto desse trecho contempla a instalação do espaço de lazer, com brinquedos, mesas e bancos, além da pavimentação da Rua Madre Loyola com blocos de concreto. Já a árvore centenária da espécie Baobá, que se debruça sobre a margem do curso d’água, será o principal atrativo desse trecho do parque, que fica por trás da Estação Ponte D'Uchôa. Ela é tombada como Patrimônio do Recife desde 1988, tem quinze metros de altura e tronco de cinco metros de diâmetro. “Este baobá é um dos elementos mais ricos da nossa natureza em nossa cidade. Era um lugar cercado, as pessoas não tinham acesso, e vamos construir o Jardim do Baobá. Estamos fazendo isso em parceria com a Universidade Federal de Pernambuco e com o Hospital Português, e que vai viabilizar ao Recife ganhar um espaço para receber milhares de pessoas e terem a convivência com a natureza. Além disso, o local é estratégico porque é numa área central da nossa cidade e permite a convivência também com o Rio Capibaribe”, destacou Geraldo. Para dialogar com a grandiosidade da árvore e promover a interação entre as pessoas, três balanços duplos e uma mesa comunitária foram projetados para o local. Os balanços terão seis metros de altura e serão instalados ao lado da árvore. Cada equipamento lúdico abrigará duas pessoas simultaneamente e poderá ser utilizado tanto por crianças quanto adultos. A mesa terá 10 metros de comprimento para uso compartilhado, podendo ser usada para piqueniques e jogos de tabuleiro, por exemplo. O solo natural ao redor do baobá será preservado, reduzindo a área pavimentada no local. Terraços gramados acompanharão os diferentes níveis do solo existente e possibilitam diversos usos como brincadeiras entre crianças e piqueniques. Um pequeno píer flutuante completa o projeto, possibilitando a atracação de pequenas embarcações. “Esse espaço significa a possibilidade de a gente devolver o Rio e o baobá para as pessoas. Os muros que existiam aqui iam até à árvore, que é tombada pela Prefeitura, e ninguém podia se aproximar dela. Ninguém podia se aproximar da margem do rio. E este projeto prevê, além disso, um píer onde as pessoas vão poder chegar de embarcação até perto do baobá, subirem e virem para o Jardim”, comemorou a secretária de Meio Ambiente e Sustentabilidade, Cida Pedrosa. Para celebrar o baobá como símbolo da resistência negra e a ancestralidade africana, durante o ato, acontecerá um rufar de tambores para reverenciar a árvore sagrada. Também será promovido um concurso público para selecionar uma proposta de intervenções artísticas para o piso em homenagem ao poeta, ator e artista plástico recifense Solano Trindade (1908 - 1974). Homem negro e nascido no Bairro de São José, Trindade tem longa trajetória na militância contra o preconceito e a discriminação racial. Foi criador do primeiro Congresso Afro-Brasileiro, realizado no Recife em 1934, e do Comitê Democrático Afro-brasileiro, em 1945, que se estabeleceu como o braço político do Teatro Experimental do Negro, liderado por Abdias do Nascimento. PARQUE CAPIBARIBE – O “Jardim do Baobá” é parte de um projeto maior do Parque Capibaribe, desenvolvido por meio de um convênio entre a Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade e o INCITI - Pesquisa e Inovação para as Cidades da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). O projeto consiste em implantar um sistema de mobilidade não motorizada com passeios e ciclovias além de revelar as lindas paisagens do Rio Capibaribe com áreas de estar, passarelas e píeres para pequenas embarcações. O Parque Capibaribe propõe também plantio de árvores e aumento do solo permeável visando preparar a cidade para enfrentar os efeitos de mudanças climáticas. O Parque, que se estenderá por todo o percurso do Rio Capibaribe, irá articular espaços públicos existentes em uma área de influência de 42 bairros e promover transformações para que Recife se torne uma Cidade Parque capaz de oferecer novas oportunidades e maior qualidade de vida e a seus habitantes. SEMENTES DO AMANHÃ – O Parque Capibaribe é uma iniciativa inovadora que une mobilidade e valorização do ambiente natural, além de representar uma das principais ações do projeto Recife 500 anos. Por isso, os recifenses ainda serão convidados a participar de um movimento em prol da cidade. Internautas, moradores, estudantes e profissionais, todas as pessoas poderão escrever uma mensagem sobre a cidade que deseja para 2037. As cartas serão depositadas em esculturas de barro no formato de semente do Baobá, que farão parte de uma instalação artística a ser exposta a partir da inauguração do espaço. A exemplo do que acontece em uma cápsula do tempo, a ideia é abrir as sementes no dia 28 de março de 2037, quando o Recife completa 500 anos.

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PCR inicia amanhã participação na COP-21

O Recife inicia, nesta quinta-feira (03), sua participação na Cúpula do Clima da ONU (COP-21), em Paris (França). Esta será a terceira vez em que a capital pernambucana integra os debates mundiais para frear o aquecimento global. Na pauta principal da Prefeitura, está a participação na mesa de Estratégias de Desenvolvimento de Baixo Carbono e Cooperação Norte-Sul, na zona de alto nível, área restrita onde ocorrem as negociações oficiais. Também fazem parte da estratégia municipal sessões temáticas e exposições dos projetos Parque Capibaribe e o Mapeamento de Áreas Críticas do Recife, no Pavilhão de Cidades e Regiões. "Nesta conferência, os governos locais poderão ter mais voz e peso frente ao debate das mudanças climáticas. Vou para somar forças e defender que as cidades precisam estar inseridas nesse processo, contribuir na redução de poluentes e ter acesso a financiamentos internacionais para implantar infraestruturas mais sustentáveis", destaca a secretária de Meio Ambiente e Sustentabilidade do Recife, Cida Pedrosa, que representará o prefeito Geraldo Julio na COP-21, compondo a comitiva do ICLEI (sigla em Inglês para Governos Locais pela Sustentabilidade), a maior rede de cidades do mundo. Na mesa de Estratégias de Desenvolvimento de Baixo Carbono, Cida Pedrosa apresentará uma as ações e políticas que vêm sendo desenvolvidas no Recife, nos últimos três anos, e que colocaram a cidade num papel de protagonista na América do Sul. "O Recife avançou muito nas políticas sustentáveis. Vamos expor os inventários de GEE, juntamente com as metas e o plano de ação para alcançar esses números. Também vou falar um pouco sobre o conjunto de eis de Mudanças Climáticas e de maior proteção às áreas verde, além do Parque Capibaribe", enumera. A atividade, que acontece na área de negociações oficiais, envolve as cidades integrantes do programa internacional Urban LEDs, da qual Recife é "Cidade Modelo", e a iniciativa é fruto de uma parceria com o ICLEI. Ainda nesta zona restrita, a secretária acompanhará a mesa do Compacto de Prefeitos. "Geraldo Julio aderiu ao compacto de prefeitos e, pela Frente Nacional de Prefeitos, assinou a carta de posicionamento das cidades brasileiras. Os dois reforçam o amplo envolvimento dos governos locais na temática do clima", contou. Segundo o ICLEI, os centros urbanos abrigam hoje 50% da população mundial e são responsáveis por 75% do consumo de energia e das emissões de gases do efeito estufa no mundo. Só o Recife despejou na atmosfera, em 2013, 3.046.247 toneladas de CO2, sendo os setores de transporte e energia responsáveis por 62% e 17% das emissões, respectivamente. Financiamento internacional – Nesta edição da COP, a Prefeitura do Recife ainda abarca o programa do Pavilhão de Cidades e Regiões. Dois projetos da gestão municipal foram considerados exemplos a serem seguidos e eles serão expostos a financiadores internacionais através da plataforma TAP-2015. São eles: o projeto Parque Capibaribe e o Mapeamento de Áreas Críticas da cidade. O primeiro é uma iniciativa da Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade, em parceria com a UFPE, que prevê a construção de um corredor de 30km para pedestres e ciclistas às margens do Rio Capibaribe, incluindo a recuperação de ambientes naturais. Já o Mapeamento é uma ação da Secretaria de Saneamento que irá resultar em um censo completo de 50 mil famílias residentes em 480 áreas de interesse social, distribuídas em 2.573 microrregiões, totalizando 4.460 hectares do território municipal. O trabalho vai analisar condições de infraestrutura urbana, renda familiar e moradia. O estudo foi dividido em três etapas: mapeamento, conhecimento e intervenções. O primeiro coletou dados para compor um levantamento dos locais. Em seguida, será feito um diagnóstico mais específico, avaliando onde residem as famílias e em quais condições elas vivem, e apontando as situações de moradia, saneamento, coleta de lixo, iluminação, abastecimento de água, drenagem e presença de equipamentos públicos. Os dados coletados em campo subsidiarão a implantação do Programa de Saneamento Integrado - PSI e permitirão elaborar projetos mais eficientes nas áreas de esgotamento sanitário e abastecimento de água, implantação de sistemas viários e de acessibilidade, contenção de encostas e recuperação de áreas degradadas. "Nosso projeto é inovador e fundamental para o desenvolvimento do Recife. Esperamos que essa apresentação, em um evento tão importante, gere muitos frutos positivos", avaliou o secretário de Saneamento do Recife, Alberto Feitosa, que também integrará a comitiva da PCR na COP-21. (Da Secretaria de Meio Ambiente do Recife)

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Recife quer reduzir 20% das emissões de Gases do Efeito Estufa

Convidada pela ONU e com participação certa na COP-21, conferência global sobre o clima que acontecerá em Paris (França) a partir do dia 30, a Prefeitura do Recife anunciou, nesta quarta-feira (25), duas metas de redução absoluta das emissões dos gases de efeito estufa (GEE): 14,92% até 2017 e 20,8% até 2020, referentes ao cenário de projeção com base em 2012. Também foi apresentado o plano de ações envolvendo quatro setores para alcançar as metas. A capital pernambucana é a primeira cidade do nordeste a definir o seu compromisso frente ao aquecimento global. As contribuições recifenses foram determinadas após a análise do inventário de GEE da gestão municipal, que contabilizou uma emissão de 3,120 milhões de toneladas de gás carbônico, em 2012. E, as projeções apontavam para um quadro de 4.662.930 TCO2eq, em 2020, se nenhuma medida fosse tomada. "Decidimos as metas com base em estudos científicos e esperamos evitar que quase 1 milhão de toneladas de CO2 seja despejada na atmosfera. São números ousados, mas temos condições de atingir", afirmou a secretária de Meio Ambiente e Sustentabilidade do Recife, Cida Pedrosa, durante a reunião do ComClima. Para honrar o compromisso, a proposta da gestão municipal inclui ações nas áreas de mobilidade, resíduos sólidos, energia e desenvolvimento urbano sustentável. Responsável por 65% das emissões de gases de efeito estufa na cidade, o setor de transporte é um dos principais focos do plano de redução. Entre as medidas previstas, está a melhoria da estrutura urbana, como implantação de mais faixas azuis (cerca de 50km), ampliação do projeto de bicicletas compartilhadas, estruturação da malha cicloviária da cidade (76Km), entre outras. Quanto à produção de lixo e o saneamento, o plano aponta para a implantação de sistema de queima de biogás nas estações de tratamento de esgoto e nos aterros que atendem a cidade, além do aumento da coleta seletiva e diminuição da quantidade de lixo enviada aos aterros tradicionais. No setor de energia, a prefeitura aposta na modernização do parque de iluminação pública, implantação de placas fotovoltaicas em órgãos públicos e no incentivo o uso de equipamentos sustentáveis para aquecimento de chuveiros nas residências. "Nós estamos no rumo certo para reverter a insustentabilidade das emissões hoje. Comprovamos isso com o novo inventário de Gases do Efeito Estufa da cidade, do ano de 2013. Nele, já reduzimos as emissões em 2,5% se comparado ao ano anterior. Isso foi possível devido à queda no consumo de combustível, a implantação do sistema de queima de biogás no CTR Candeias, aterro que recebe os resíduos de Recife, além do menor consumo de energia elétrica pelas residências", observou Cida Pedrosa, acrescentado que o atual plano de baixo carbono segue no curso dos casos de sucesso revelados pelo novo inventário. A arborização urbana também foi contemplada neste planejamento. A meta é o plantio de 100 mil mudas na cidade e a manutenção dos grandes maciços verdes. Segundo o estudo da Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade do Recife, essas duas medidas seriam responsáveis pela absolvição de quase 148 mil TCO2e, ou seja, redução de 4,74% das emissões dos gases. O projeto Parque Capibaribe, que compreende a implantação de um corredor de 30 km para ciclistas e pedestres nas margens do Rio Capibaribe, é outra ação prevista no eixo de desenvolvimento sustentável. Ele e o estudo de área crítica da Secretaria de Saneamento do Recife estão entre iniciativas a serem apresentada a financiadores internacionais, durante a COP-21, em Paris. Metas de redução ANO Meta em percentual 2017: 14,92% 2020: 20,8% (Da PCR)

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Recife Cidade-Parque aos 500 Anos

Victor Hugo, o grande escritor francês, uma vez disse: “Nada como o sonho para criar o futuro. Utopia hoje, carne e osso amanhã.” A meu ver, essa frase se aplica na integra à descoberta feita pelo grupo de pesquisa do Parque Capibaribe, convênio entre a Secretaria de Meio Ambiente da Prefeitura do Recife e a Universidade Federal do Pernambuco, de que o Recife ainda pode vir a ser uma cidade-parque até completar 500 anos em 2037. Os pesquisadores do Parque Capibaribe (mais de 50 da UFPE e da UFRPE) chegaram a essa conclusão depois de projetarem a recuperação da cidade a partir do rio, começando pelo parque do seu entorno, depois sua ampliação, em cinco anos, para o parque irradiado da cidade e, por fim, na terceira cena até 2037, a cidade-parque com a ampliação da área verde atual por habitante dos ínfimos 1,2 para os 12 metros quadrados recomendados pela ONU (incorporando ao uso público cerca de 2 mil ha das áreas verdes de Dois Irmãos/Guabiraba, Brennand e Parque dos Manguezais). O fantástico desta projeção é que ela recupera a esperança ambiental, em forma de sonho possível, para uma cidade cuja carência de planejamento e de perspectivas de futuro, há décadas, fez com que não só seu tecido se fragmentasse (a ideia que me dá hoje é de um quebra-cabeças desmontado) como se fragmentasse também a ideia de cidade na cabeça das pessoas dando asas à moda, um tanto cult, de falar mal dela (#hellcife, #recifede etc). Só por isso, por trazer de volta a esperança tecnicamente embasada de uma cidade bem melhor dentro de um horizonte de tempo razoável (cerca de 20 anos), num ambiente em que a desesperança passou a imperar, já merece ser seriamente considerada e amplamente debatida. Em especial neste momento em que se começa a discutir, de forma estruturada, o futuro econômico, social, ambiental e espacial da nossa capital no projeto Recife 500 Anos coordenado pela Aries – Agência Recife de Inovação e Estratégia. Até onde entendo, o conceito do Recife Cidade-Parque, esboçada a partir do Capibaribe como fio condutor e recosturador do território fragmentado, tem todo potencial de ser a diretriz estruturadora da dimensão espacial do Recife 500 Anos. Deixar passar esse verdadeiro ovo de colombo urbanístico ou não considerá-lo adequadamente seria um equívoco que não podemos nos dar o luxo perdulário de cometer.

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