Wanderley Andrade – Página: 11 – Revista Algomais – a revista de Pernambuco

Wanderley Andrade

Conheça as principais estreias do cinema no primeiro semestre

Primeira semana do ano e, com ela, começam a aparecer as famosas listas com os principais lançamentos do cinema mundial. Por aqui, claro, não poderia ser diferente. Como vem acontecendo nos últimos anos, o destaque fica para os blockbusters de super-heróis, que têm ocupado (e lotado) a maioria das salas, o que, sem dúvida, acontecerá também em 2018. Pois bem, trago aqui uma lista com os filmes que, acredito, conquistarão grandes bilheterias no Brasil e no mundo no primeiro semestre. Agora é só pegar a pipoca! Viva: A Vida É uma Festa   A nova animação da Disney/Pixar chega aos cinemas acompanhada por uma polêmica envolvendo a Disney e os exibidores de cinema brasileiros. A empresa do ratinho mais famoso do mundo propôs uma mudança no percentual da bilheteria que antes era de 50% para a distribuidora e 50% para os exibidores, exigindo a correção de seu percentual para 52%. Polêmicas à parte, a nova aposta da criadora de Procurando Nemo e Toy Story já é um grande sucesso: arrecadou mais US$ 500 milhões em bilheterias pelo mundo. A história se passa em um vilarejo mexicano, no período da conhecida festa do Dia dos Mortos. Tem como protagonista o garoto Miguel membro de uma tradicional família de sapateiros, que deseja seguir por um caminho diferente e tornar-se músico. A escolha trará grandes problemas ao garoto, pois a música foi banida de sua família, devido a um triste fato do passado relacionado à sua tataravó. Estreia: 04 de janeiro Trailer Pantera Negra   Chegou a hora do Pantera Negra ter uma aventura própria. A participação no filme Capitão América: Guerra Civil, mostrou seu grande potencial para um tempo maior na tela, ou melhor, para seu próprio longa. O material de divulgação exibido até o momento é de deixar, sem dúvida, qualquer fã da Marvel empolgado. O elenco escalado tem nomes como Andy Serkis, conhecido por seu trabalho na trilogia Senhor dos Anéis como Gollun, Forest Whitaker, Michael B. Jordan e Chadwick Boseman, no papel do Pantera. Na história, após os eventos de Capitão América: Guerra Civil, T’Challa retorna para Wakanda e descobre uma conspiração para destruir seu país. Estreia: 15 de fevereiro Trailer X-Men: Os Novos Mutantes   X-Men: Os Novos Mutantes chega com a promessa do diretor Josh Boone de que será o filme mais “pé no chão” da franquia X-Men. Primeiro de uma trilogia, terá um tom mais sombrio, inclinado ao terror. Boone declarou em entrevista que se inspirou nos quadrinhos de Bill Sienkiewicz e Chris Claremont. Na trama, cinco jovens mutantes são mantidos em uma instalação secreta onde começam a desenvolver melhor suas habilidades especiais. O longa contará com a presença dos atores Henry Zaga, Charlie Heaton, Anya Taylor-joy e a brasileira Alice Braga. Estreia: 12 de abril Trailer Vingadores: Guerra Infinita   Este é, sem dúvida, o filme de super-heróis mais aguardado do ano. E o mais importante da Marvel, até o momento. Para contar a história da batalha épica dos Vingadores contra Thanos, a Marvel não economizou dinheiro: o longa custou, aproximadamente, US$ 500 milhões – já é o mais caro da história do cinema, superando a marca de Piratas do Caribe: No Fim do Mundo, que custou US$ 332 milhões. A Marvel também não economizou personagens, escalando para a aventura mais de 60. Vingadores: Guerra Infinita unirá todos os heróis do Universo Marvel no cinema, como o Doutor Estranho, Homem-Aranha, Guardiões da Galáxia, Homem-Formiga e, claro, os Vingadores. A direção ficou nas mãos dos irmãos Anthony e Joe Russo, que dirigiram outros dois sucessos da Marvel, Capitão América 2: O Soldado Invernal e Capitão América: Guerra Civil. Estreia: 26 de abril Trailer Han Solo: Uma História Star Wars   O segundo filme derivado da saga Star Wars chegará aos cinemas com o ranço de um período de gravações marcado por turbulências, culminando na troca de diretor. Saiu a dupla Phil Lord & Chris Miller, de Uma Aventura LEGO e entrou o experiente Ron Howard, conhecido por seu trabalho em Uma Mente Brilhante e O Código Da Vinci. Recentemente, uma fonte revelou ao site ScreenGeek que, devido aos problemas ocorridos durante a produção do longa, a Disney já está se preparando para um possível primeiro fracasso da franquia. Estreia: 25 de maio Trailer: Ainda não divulgado Deadpool 2   Após um hiato de dois anos, estreará, enfim, este ano o novo filme do herói mais escrachado e verborrágico do cinema. Deadpool 2 trará como novidade o vilão Cable, que será interpretado por Josh Brolin (o ator também está em Vingadores: Guerra Infinita, no papel do vilão Thanos). Em entrevista ao programa de televisão Good Morning América, o ator afirmou que este será mais engraçado que o primeiro. “Ainda não posso falar muito, mas há muita coisa acontecendo em Deadpool que é surpreendente, e será muito satisfatório de assistir. Para mim, é ainda mais engraçado do que o primeiro, na minha opinião. O Cable pode ser muito engraçado”. Estreia: 31 de maio Trailer Jurassic World: Reino Ameaçado   A estreia de Jurassic World em 2015 trouxe um novo gás à franquia, que até então havia perdido força. Só no primeiro final de semana o longa atingiu a marca de US$ 511 milhões, tornando-se, na época, a maior bilheteria de abertura da história do cinema. Com todos esses números, é grande a expectativa para a sequência. Colin Trevorrow sai da cadeira de diretor e dá lugar ao espanhol J.S. Bayona, de O Impossível e Sete Minutos Depois da Meia-Noite. Retornam ao filme os atores Chris Pratt e Bryce Dallas Howard. A novidade é a volta  do ator Jeff Goldblum após 11 anos. Estreia: 22 de junho Trailer Os Incríveis 2   Longos 13 anos. Os fãs dos Incríveis não mereciam tanto tempo assim para o retorno da animação que, na época, conquistou crítica e público. Tanto que, quando fora lançado em novembro do ano passado, o trailer de Os Incríveis 2 alcançou nas primeiras 24 horas a marca de 113 milhões de visualizações. A nova aventura contará com a participação de Bob Odenkirk, mais conhecido por encarnar

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1º Sacoleja exibe o filme “Um Homem Sentado no Corredor”

Dando continuidade ao 1º Sacoleja  – Mostra Livre de Cinema Pernambucano, será exibido nesta terça-feira (19), no Cine São Luiz, o longa Um Homem Sentado no Corredor, do cineasta pernambucano Felipe André Silva. Com influências do mumblecore americano e tendo como referência cineastas do porte de Chantal Akerman e John Cassavetes, os filmes de Felipe André apresentam como característica uma pegada mais experimentalista. Seu trabalho mais conhecido, o longa Santa Monica, é um bom exemplo disso. Gravado totalmente com um celular, teve custo praticamente zero. Foi exibido no VIII Janela Internacional de Cinema e na 16ª Mostra do Filme Livre, no Rio de janeiro. Em entrevista à Revista Algomais, Felipe André Silva conta detalhes de seu último filme e fala sobre os desafios enfrentados por quem deseja trabalhar com cinema em Pernambuco. Revista Algomais – De que se trata “Um Homem Sentado no Corredor”? Felipe André Silva – Na gênese do processo eu queria falar sobre interpretação, focando na ideia de que o trabalho do ator é uma performance constante e que todos nós estamos vivendo algum nível dessa performatividade quando nos moldamos àquilo que o ambiente deseja, mas durante o processo ele se tornou também um filme sobre uma juventude algo perdida, desmotivada de certa forma, ainda que muito agarrada às suas certezas. Não chamo de retrato geracional porque não era minha intenção, mas fala um pouco de alguns jovens que estão por aí hoje, da minha geração sobretudo.   Qual mensagem deseja passar com o longa? Eu não me alinho muito a essa ideia de ‘filme com mensagem’, acho que os personagens são preexistentes ao próprio filme e as coisas que eles fazem e falam estão repletas de mensagens, caberia mais ao espectador filtrar aquilo que lhe pareça mais cabível. Como surgiu a ideia do filme? Eu assisti um experimento cênico chamado War Nam Nihadan e aquilo me encheu de curiosidade pelo universo do teatro, que havia abandonado a muitos anos. Comecei a dar forma a alguns diálogos e personagens que devolvessem em torno de uma companhia teatral mas notei que só aquilo não era o filme que eu buscava depois de fazer uma coisa tão experimental quanto Santa Monica. Nos meus arquivos encontrei essa história de dois adolescentes explorando a própria sexualidade e achei que havia um ponto em comum aí, o processo da descoberta, etc. Daí caminhou mais fácil.   Qual maior desafio enfrenta quem está começando a fazer cinema em Pernambuco? Talvez aprender a trilhar os caminhos da burocracia, se esse for o desejo. O Funcultura é um processo penoso, por vezes caro, e difícil para quem não tem experiência. Todos os meus filmes até agora forem feitos sem esse aporte, por questões relativas a essas. Eu não sou um cineasta de classe média que pode tirar dinheiro do bolso para fazer numa grande produção, então aprendi a fazer filmes que caibam na minha realidade. O importante é conhecer suas limitações, ainda que sempre lutando para expandir o limite delas, e se cercar de pessoas que acreditam nas suas ideias. Teu trabalho sofre influência de algum cineasta específico? Quando comecei a filmar eu era muito influenciado pelo mumblecore americano – e dentro desse, em especial o cinema de Joe Swanberg -, um movimento que fazia também filmes de baixo orçamento sobre jovens perdidos, sempre focados em diálogo, etc. Creio que o grosso da minha experiência estética vem daí, mas sempre existem as referências cinéfilas como Chantal Akerman, John Cassavetes, Valeska Grisebach, Straub-Huillet, Hong Sang-soo. Talvez não estejam presentes nos filmes, mas estão sempre acompanhando a gênese das ideias. Já planeja mais um filme? Dei uma pausa nas produções mas devo retornar em breve. A ideia é fazer um musical, não sei se conseguiremos, mas o desejo tá aí. Confira a programação completa do 1º Sacoleja.

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Filme homenageia o cineasta Federico Fellini

Federico Fellini costumava fazer dos sonhos e da fantasia figuras recorrentes em seus filmes. Tão poético quanto as produções dirigidas pelo cineasta italiano, o longa Em Busca de Fellini surge como uma doce e singela homenagem a um dos principais nomes do cinema mundial. Dirigido pelo sul-africano Taron Lexton, o filme não faz da homenagem a Fellini um pretexto para existir: tem vida própria, apresentando personagens bem construídos, a começar pela protagonista. Lucy (Ksenia Solo), apesar dos seus 20 anos, tem a inocência de uma adolescente, fruto de uma infância marcada pela sombra superprotetora da mãe, Claire, interpretada pela excelente Maria Bello. Ao descobrir que está com câncer em estágio bem avançado, Claire entende que chegou a hora de abrir as portas do mundo para a filha. A história ganha fôlego a partir do momento em que Lucy sai para uma entrevista de emprego. O sentimento de frustração, após descobrir que não era o trabalho que esperava, dá lugar ao início de uma paixão: o cinema de Fellini. Ao participar de um festival em homenagem ao cineasta, ela fica encantada com seus filmes e com a beleza de personagens como a doce Gelsomina de A Estrada da Vida. É quando decide, então, ir à Itália conhecer o diretor. A procura por Fellini leva Lucy a belas cidades italianas, como Veneza e Roma. É de beleza ímpar a cena em que a protagonista é guiada para dentro do Coliseu por seu par romântico, interpretado pelo ator italiano Enrico Oetiker. Fellini está presente no filme não apenas quando suas obras são citadas ou trechos delas são exibidos. Ele está na trilha sonora quando numa cena triste é tocada a música tema de A Estrada da Vida. Também no figurino, mais especificamente na roupa usada por Lucy em sua viagem para a Itália. Roupa inspirada no conhecido traje da personagem Gelsomina, também de A Estrada da Vida. O filme bebe de outras fontes, entre elas, o clássico Alice no País das Maravilhas. A obra surge em meio às histórias que costumavam ser lidas por Claire para a filha ainda criança. Trechos do livro também são reinvocados como relances de um sonho no momento em que Lucy é perseguida por um estranho dentro de um labirinto em Veneza. Em Busca de Fellini é belo e marcante de jeito próprio, bem longe, é verdade, da genialidade do cinema felliniano. Se genial ou não, é boa opção para os já familiarizados com a obra de Fellini, como também para aqueles que nunca viram algum de seus filmes. Estreia: 07 de dezembro Local: Moviemax Rosa e Silva.

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Conheça “O Matador”, primeiro filme brasileiro produzido pela Netflix (Por Wanderley Andrade)

Após produzir a série brasileira 3% e ter alcançado boa recepção de seus assinantes, principalmente nos EUA, a Netflix aposta em mais uma produção tupiniquim, desta vez, um longa-metragem: O Matador. Escrito e dirigido pelo carioca Marcelo Galvão, o filme é um western no estilo Sérgio Leone, ambientado no sertão nordestino, período de declínio do cangaço. A história tem como protagonista Cabeleira, interpretado pelo ator português Diogo Morgado. Cabeleira teve uma infância marcada pelo abandono: ainda bebê, fora deixado sozinho em meio à caatinga. Prestes a ser devorado por uma onça, é salvo pelo conhecido pistoleiro, Sete Orelhas (Deto Montenegro), que executa o animal. Sete Orelhas resolve adotar a criança, que cresce aprendendo todos os pormenores do manejo de uma arma. Mas chega o dia em que Sete Orelhas vai à cidade grande e, desde então, nunca mais retorna. É quando começa a jornada de Cabeleira à procura por seu pai de criação. O roteiro falha ao mudar o foco do Cabeleira para o Tenente, personagem interpretado por Paulo Gorgulho. Tenente tornou-se pistoleiro após ter esposa e filho mortos a mando do Francês, um fazendeiro inescrupuloso dono da maioria das terras da região. A trama secundária quebra o ritmo do filme e faz o espectador esquecer do protagonista. Apesar do furo no roteiro, a história ganha força outra vez com o retorno de Cabeleira, culminando, enfim, em um surpreendente desfecho. O elenco é formado por grandes atores, entre eles, o experiente ator francês Etienne Chicot que já acumula 40 anos de carreira. Chicot atuou ao lado de Tom Hanks no filme O Código Da Vinci. Estão também no elenco a atriz Mel Lisboa, o ator Igor Cotrim e a cantora portuguesa Maria de Medeiros. Chama a atenção a fotografia do longa que, através de belos planos abertos, exibe a imensidão e secura das terras sertanejas. O sertão apresentado não é aquele extremamente caricato costumeiramente visto em produções televisivas. Não à toa, O Matador conquistou o prêmio de Melhor Fotografia no Festival de Gramado. As locações escolhidas para o filme foram o Pico do Papagaio e o distrito de Cimbre, em Pesqueira e as cidades de Paulo Afonso (BA) e Campinas (SP). Com O Matador, Marcelo Galvão consegue homenagear, de uma só vez, os clássicos westerns spaghetti e o sertão nordestino através de suas belas paisagens e personagens peculiares. Sem dúvida, uma boa estreia brasileira na era dos serviços streaming.  

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Animage: festival contará com mais de 100 filmes na programação

Atado ao discurso em defesa da liberdade de ideias “em tempos de acirramento do conservadorismo e falsos moralismos” começa, no próximo dia 24, no Recife, o Animage – Festival Internacional de Animação de Pernambuco. O evento chega à sua oitava edição já consolidado como um dos principais festivais de cinema de Pernambuco e um dos maiores do país em quantidade de filmes (este ano, exibirá mais de 100). A mostra competitiva contará com 88 produções de 29 países, entre eles, EUA, Colômbia, Polônia e Japão, além do Brasil. Também será promovido um Masterclass, com a ilustradora e animadora Rosana Urbes, criadora da personagem Guida. O festival será realizado em cinco lugares diferentes: Cine São Luiz, Caixa Cultural Recife, Cinema do Museu, Teatro Bianor Mendonça Monteiro (Camaragibe) e Teatro Apoilo 235. Em entrevista à Revista Algomais, o curador do evento, Júlio Cavani, conta como surgiu o Animage e fala sobre algumas produções que estarão na programação. Revista Algomais – Como surgiu o festival? Júlio Cavani – O festival foi criado há oito anos por Antonio Gutierreze, o mesmo produtor dos festivais Rec Beat (música) e Continuum (arte-tecnologia), que também já foi produtor das bandas Mundo Livre S/A e Cordel do Fogo Encantado. Na primeira edição do Animage, o curador foi o cineasta Pedro Severien. Em 2017, faço a curadoria do festival pela terceira vez. Qual temática o Festival explorará? O festival não tem um tema anual. O conjunto de filmes selecionados sugere algumas combinações, mas não é algo intencional, até porque são mais de 100 filmes muito diversificados entre si. Por causa do contexto atual da sociedade brasileira, com acirramentos de conservadorismo e casos recentes de censura, talvez a questão da liberdade de expressão ganhe um significado especial este ano no festival. Das mostras que serão exibidas você destaca alguma em especial? Destaco especialmente as sessões de longas-metragens que serão realizadas no Cinema São Luiz, com os filmes Torrey Pines, Teerã Tabu, Tenha um Bom Dia, Minha Vida de Abobrinha e I’ll Just Live in Bando. É muito raro poder assistir a longas-metragens de animação no Recife. No Recife, normalmente apenas filmes de animação infantis entram em cartaz nos cinemas. O Animage é uma oportunidade única para ver filmes adultos, de vários países. Como você avalia a força do Festival no estado? Com mais de 100 filmes a serem exibidos em oito locais, o Animage já é um dos maiores festivais de cinema do Recife. É também um dos principais festivais de cinema de animação do Brasil. É o festival do país, por exemplo, com o maior número de longas-metragens de animação na programação. Como está Pernambuco em relação ao Cinema de animação? O livro História do Cinema de Animação em Pernambuco, lançado em 2017 por Marcos Buccini, oferece um bom panorama sobre o assunto. A produção do estado tem aumentado a cada ano e novos artistas e cursos têm surgido. Os curtas de animação pernambucanos também estão participando de cada vez mais festivais. Além disso, o crescimento é verificado não só no cinema, mas na internet e na televisão também, seja na publicidade ou em séries de sucesso, como o Mundo Bita. Confira a programação completa.

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Série pernambucana de terror é destaque no Janela Internacional de Cinema do Recife

Na segunda (06), o público da décima edição do Janela Internacional de Cinema do Recife pôde assistir, com exclusividade, no Cine São Luiz, a “Mancupium”, episódio-piloto da série de terror, Fãtásticos. A produção, que tem DNA puramente pernambucano, foi idealizada pela dupla André Pinto e Henrique Spencer. Eles também assinam a direção, montagem e efeitos especiais, estes, realizados em parceria com a empresa Portomídia. Fãtásticos mistura elementos de terror, fantasia e Sci-Fi. Ao todo, serão seis episódios com duração, em média, de 45 minutos. Ainda em fase de pós-produção, a primeira temporada será veiculada em 2018, a princípio, na TV Universitária (TVU), da UFPE. Em entrevista à Revista Algomais, André Pinto fala sobre o projeto e faz uma análise do mercado atual da produção de séries para a TV. Algomais – Como surgiu a ideia do projeto? André Pinto – Em 2006 conheci Henrique Spencer, produtor da Plano 9. Fizemos juntos um curso de efeitos especiais ministrado por Ricardo Spencer. Lá travamos contato com realizadores com interesses afins em torno do cinema de Gênero, e saímos com uma ideia de produzir alguma coisa de fantasia e Horror. Anos depois, entre 2013 e 2014, nas animadas conversas com os membros do coletivo Toca o Terror, surgiu a ideia de desenvolver uma série para a TV inspirada nas antologias fantásticas (Twilight Zone e Contos da Cripta são algumas inspirações). A partir daí foram plantadas as sementes de Fãtásticos. Qual a premissa da série? A série revela histórias fantásticas, conectadas por uma trama principal que conta como um grupo de amigos se reuniram para ajudar um escritor a criar material para um romance. O universo da série remete ao ancestral hábito de contação de histórias diante de uma fogueira. Por que a escolha pelo horror? Você já havia realizado outro trabalho relacionado ao gênero? Todo os meus trabalhos anteriores a Fãtásticos possuem um viés de fantasia. Dirigi e roteirizei um total de 11 curtas, a grande maioria explorando aspectos e convenções do cinema de Horror. Entre o cinema de sonhos e pesadelos, fico com o segundo. Como foi a recepção do público na primeira exibição? Foi bem positiva. O que mostramos do X Janela de Cinema do Recife foi uma “versão em construção” do primeiro episódio, que foi suficiente para despertar a curiosidade em torno da história, que está apenas começando. Ver o feedback do público ainda na fase de finalização do material foi importante.   Recentemente a série brasileira 3% ganhou bom destaque no serviço de streaming Netflix. Relacionando o fato à sua experiência com a microssérie Fâtásticos como você avalia o mercado atual de produções para a TV? Estamos passando por uma fase excitante na TV. Como as tevês por assinatura, e principalmente os serviços de streaming estão cada vez mais necessitando de conteúdo exclusivo para seus canais, surgem mais oportunidades de exibição para projetos como Fãtásticos. Aliado isso ao fato de que entre as séries de maior audiência no mercado estão as que exploram as temáticas de fantasia, horror e Sci-Fi.

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Divulgada programação do Festival Janela Internacional de Cinema (Por Wanderley Andrade)

Foi divulgada, na terça (31), a programação do Festival Janela Internacional de Cinema. Serão exibidos, ao todo, 120 filmes de 50 países. A mostra competitiva contará com dez longas de 11 países. O evento também fará uma homenagem à diretora argentina Lucrecia Martel, com uma retrospectiva de sua obra. O festival é realizado desde 2008 por Kleber Mendonça Filho e Emilie Lesclaux. “O Janela se pauta na ideia de diversidade em muitos níveis, por formas de olhar o mundo, formas de entender o que é cinema e manusear suas ferramentas, diferentes durações, épocas e origens também nos mais diversos sentidos da palavra. Ao mesmo tempo não nos esquivamos dos diálogos que têm sido feitos em torno dos filmes dentro e fora do Brasil, e naturalmente tomamos parte neles. É um caminho espontâneo, mas é também um dever das curadorias, já que o cinema se faz e se mostra em sociedade”, destaca Kleber Mendonça Filho. O tradicional circuito de cursos e oficinas do Janela será marcado pela presença da homenageada Lucrecia Martel e do vencedor da Palma de ouro o cineasta francês Laurent Cantet. Os convidados ministrarão as aulas nos dias 4 e 5 de novembro, respectivamente. A sessão Clássicos do Janela trará este ano o tema “Heroínas”. Serão 11 títulos com grandes personagens femininas. Entre as produções, destaque para Aliens, o Resgate (1986), Uma Canta, a Outra Não (1977) e Garota Negra/La Noire de…(2015) longa da África subsariana. Os ingressos para o festival terão vendas online para as sessões do Cinema São Luiz a partir de hoje através do endereço virtual: http://www.sympla.com.br/xjaneladecinema. Programação completa: http://www.janeladecinema.com.br/2017/programacao-dia-a-dia/

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Cinema de animação em Pernambuco é destaque em livro (Por Wanderley Andrade)

Pouco se divulga, mas Pernambuco tem mostrado grande potencial em relação ao cinema de animação. Um bom exemplo disso é o Mundo Bita, desenho infantil que virou febre no Brasil, da produtora pernambucana Mr. Plot. Inspirado nesse mercado, o professor Marcos Buccini, doutor em Comunicação pela Universidade Federal de Pernambuco, lançou na Bienal do Livro de Pernambuco, no sábado (14), o livro História do Cinema de Animação em Pernambuco. Em entrevista à Algomais, Marcos, que também é cineasta, conta detalhes de como surgiu o projeto e faz uma análise do mercado atual do cinema de animação no estado. Como surgiu o projeto do livro? Teve origem na minha tese de doutorado feita no PPGCOM da UFPE. Mas na minha pesquisa da tese fiz um levantamento até 2010. Daí consegui um patrocínio do Funcultura Audiovisual para estender a pesquisa e lançar o livro. Por que falar sobre o cinema de animação em Pernambuco?  Porque era uma história não contada. O primeiro e único texto que abordava o cinema de animação do estado foi a monografia de Christiane Quaresma, que estudou os filmes animados do Ciclo do Super-8 do Recife. Eu como participante da cena sentia falta de conhecer a nossa história, quantos filmes foram produzidos, quais as características do nosso cinema e quem faz parte dele. Qual maior desafio você enfrentou na realização da obra?  O maior desafio foi com certeza não ter praticamente nenhum texto para me basear. Pois fora a monografia de Christiane, citada anteriormente, o que se tinha eram textos esporádicos e superficiais sobre a animação de Pernambuco. Tive de fazer um trabalho de garimpo em catálogos de festivais e mostras. Mas foi através das entrevistas com os realizadores que eu consegui as principais informações. Quando e como começou sua relação com o cinema de animação? Desde cedo queria fazer cinema, mas não era fácil no fim da década de 1980. Acabei entrando no curso de Design Gráfico e quando o cinema de Pernambuco começou a ganhar fôlego, notei que a animação seria a linguagem ideal para mim, pois envolvia o cinema com as artes gráficas. Assim, em 2002, junto com alguns amigos, realizei A Árvore do Dinheiro, co-dirigido por Diego Credidio. Em seguida, em 2005, já professor, fui chamado para coordenar o Núcleo de Animação da Faculdade Aeso Barros Melo. Hoje dou aula na UFPE, no campus de Caruaru, lá tenho vários projetos com animação, inclusive um laboratório, o Maquinário. Como está atualmente o mercado de animação no Estado? A animação em Pernambuco nunca esteve melhor. Temos um dos melhores editais do país para o audiovisual, o Funcultura. E, por conta da Lei 12.485/2011, a Lei da TV Paga, as séries para TV têm crescido muito no Brasil e isso acabou reverberando em Pernambuco. Hoje temos pelo menos 4 produtoras realizando séries no estado. Isso é muito bom, pois é um produto que tem forte chances de dar lucro, gera muito emprego e também cria outras oportunidades, como licenciamento de produtos. Até o momento o caso de sucesso é o Mundo Bita, da Mr. Plot, que já conquistou as crianças do Brasil e muitos pais nem sabem que seus filhos estão consumindo um produto 100% pernambucano. Mas é bom dizer que ainda estamos engatinhando. Falta mão de obra especializada, especialmente para as séries, e o mais preocupante é que, assim como 99% das filmografias do mundo, ainda precisamos de patrocínio governamental, e com o atual governo, que está cortando o investimento nas artes e educação, não temos nenhuma garantia que o crescimento dos últimos 10 anos da animação (e do cinema em geral) não sofra um enorme retrocesso. Como diz uma amiga animadora carioca, Aída Queiroz: “O futuro da animação brasileira depende do futuro do Brasil”.

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Cinema francês em alta com a estreia de “O Melhor Professor da Minha Vida” (Por Wanderley Andrade)

Histórias inspiradoras sobre professores que transformaram a vida de alunos através de métodos bem à frente do seu tempo, há muito rendem bons filmes. Difícil esquecer de clássicos como Ao Mestre com Carinho (1967) e Sociedade dos Poetas Mortos (1989). Outro belo exemplo, desta vez mais recente, é a coprodução EUA/Reino Unido/Quênia, Uma Lição de Vida (2009). O longa narra a jornada de Kimani Marug, um queniano de 84 anos que, com a ajuda da professora, decide voltar à escola. Essa relação de amizade entre professor e aluno mostra ser fonte inesgotável de inspiração para roteiristas e produtores. Seguindo a mesma temática, chega aos cinemas, nesta quinta, a produção francesa, O Melhor Professor da Minha Vida. No filme, Denis Podalydès interpreta François Foucault, um professor de Literatura de uma importante escola de Paris. Um encontro com uma funcionária do Ministério de Educação resultará na proposta para lecionar em um colégio de periferia. François terá como desafio mudar a realidade de alunos indisciplinados como Seydou (bela interpretação de Abdoulaye Diallo), que sofre com a mãe doente e busca refúgio na marginalidade. O Melhor Professor da Minha Vida discorre sobre transformação. Seydou não será o mesmo após o encontro com François Foucault e a Literatura. Em contrapartida, a experiência com a nova turma marcará profundamente a vida de François e afastará medos e preconceitos acumulados até então. Sua boa relação com os alunos despertará ciúmes nos outros professores. Este é o primeiro longa-metragem dirigido por Olivier Ayache-Vidal, que também assina o roteiro. A fotografia é de David Cailley, que tem no currículo filmes como Amor à Primeira Briga (2014) e In Califórnia (2015). A câmera trêmula de Cailley confere às cenas de conflito maior tensão e um tom mais intimista. A história, fundamentada em um tema já exaustivamente explorado no cinema, poderia, sem cerimônia, atar-se à comodidade e falta de inspiração característicos ao clichê. Mas o roteiro bem escrito, livre de pontas soltas, e a competente direção de Olivier Ayache-Vidal dão ao filme a simplicidade e paradoxal profundidade de uma boa aula. Confira os horários de exibição.

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Filme de Angelina Jolie retrata os horrores da guerra civil do Camboja

Era esperado que a relação estreita de Angelina Jolie com o Camboja renderia um filme algum dia. Produzido pela Netflix, First They Killed My Father (Primeiro Mataram Meu Pai, em uma tradução livre) estreou no serviço de streaming no último dia 15. Baseado no livro de memórias da ativista Loung Ung, narra sua luta pela sobrevivência ao lado da família durante o regime do Khmer Vermelho, período em que morreram cerca de 2 milhões de cambojanos. O filme acompanha a jornada de Loung que, aos cinco anos, recebeu treinamento militar para defender o Khmer Vermelho durante a guerra civil cambojana. Retrata sem cortes e muito realismo os horrores de uma guerra que arrancou precocemente sua infância. First They Killed My Father foi gravado inteiramente no Camboja e a base do elenco formada por atores locais. Destaque para a boa atuação de Sareum Srey Moch, que encarna a protagonista. O filho adotivo de Angelina, o cambojano Maddox Jolie Pitt, também atua no longa, além de acumular a função de produtor. Este é o quinto trabalho de Angelina como diretora, função que abraçou desde 2007 com o documentário A Place in Time. A partir de 2011, seguiu para a ficção com Na Terra de Amor e ódio. Em 2014, dividiu opiniões da crítica especializada com o filme de guerra, Invencível. Já em 2015, recebeu duras críticas pelo insosso À Beira Mar, longa em que contracena com Brad Pitt. First They Killed My Father prova que Angelina amadureceu como diretora. É um tratado sobre a perda da inocência, um retrato cru da insanidade da guerra e da contradição de um regime que prega igualdade de direitos tolhendo a liberdade. A história de Loung Ung ecoa como um grito de denúncia de uma realidade, infelizmente, ainda tão palpável para muitos em pleno século XXI. Confira o trailer:

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