Cinema e conversa

Cinema e conversa

Wanderley Andrade

Cinema chileno na Netflix

No domingo (04), o cinema chileno fez história ao vencer pela primeira vez o Oscar de melhor filme estrangeiro com o longa Uma Mulher Fantástica. Na história, uma garçonete transexual tenta recomeçar a vida após a morte do companheiro. Esta foi a segunda indicação do Chile ao prêmio. A primeira foi em 2012 com o filme No, protagonizado por Gael Garcia Bernal.

O prêmio despertou em muitos o desejo de conhecer melhor o cinema produzido por nossos vizinhos de continente. Com o mercado dominado pelas produções americanas, pouco do que é feito no Chile chega por aqui, restringindo-se a exibições em festivais e mostras de cinema.

Resta, então, recorrer aos serviços de streaming. Fiz recentemente uma busca no catálogo da Netflix e encontrei boas opções de filmes, ainda que não representem, claro, o que o cinema chileno tem de melhor. Compartilho aqui detalhes de três desses longas.

Lhttp://portal.idireto.com/wp-content/uploads/2016/11/img_85201463.jpgs (2015)

Divulgação: Tondero

 

A comédia Lhttp://portal.idireto.com/wp-content/uploads/2016/11/img_85201463.jpgs junta em uma mesma história três protagonistas de nacionalidades diferentes: um chileno, um argentino e um peruano. O chileno, Aníbal (Felipe Izquierdo), passa por um momento de crise no casamento, situação que fica ainda pior quando descobre que ganhou dois ingressos para a final da Copa do Mundo no Brasil. Pior porque ganhou os ingressos em um concurso constrangedora organizado por uma marca de camisinhas. Com os ingressos nas mãos e o pedido de separação da esposa martelando a cabeça, segue para o Brasil acompanhado de seu mais novo amigo, o taxista argentino Rolo (Pablo Granados). No caminho, atropelam Edgar (Carlos Alcántara), um peruano que está sendo perseguido por um integrante da máfia. É quando as situações mais improváveis começam a acontecer, envolvendo uma relíquia roubada, índios canibais e até uma partida de futebol no meio da floresta amazônica. Comédia despretensiosa para quem não quer gastar muitos neurônios. Uma produção Chile/ Argentina/ Peru.

 

A Noite do Javali (2016)

Divulgação: Trapananda Films

 

Neste thriller acompanhamos os passos de Claudia Moratti (Catalina Zahri) uma famosa escritora a procura de respostas sobre a morte do namorado, que também era escritor. Ela retorna ao vilarejo onde ocorreu o crime e encontra figuras bem suspeitas, como o policial Benno (Fernando Kliche) e o caseiro Sebástian (Gastón Salgado). Dirigido e escrito por Ramiro Tenorio, A Noite do Javali tem como ponto forte a bela fotografia, apesar de um roteiro, por vezes, confuso. É o filme de estreia do diretor chileno Ramiro Tenorio.

 

No Filter (2016)

Divulgação: Sobras International Pictures

 

À primeira vista poderia dizer que esta é uma versão espanhola do filme Um Dia de Fúria, aquele com Michael Douglas. Após trabalhar 14 anos numa agência de publicidade, Pía (Paz Bascuñán) descobre que será substituída por uma famosa youtuber, ainda por cima bem mais jovem. Soma-se a isso a crise que passa em casa com o esposo, um artista plástico desleixado e o enteado problemático. O acúmulo de problemas a leva a procurar um tipo de curandeiro chinês que, após uma consulta, faz com que passe a expressar de forma descontrolada seus sentimentos. Expressar não apenas com palavras, para ser mais exato (rsrs).
No Filter trata de assuntos bem atuais como a febre dos youtubers e a questão dos relacionamentos (se é que em alguns casos podem ser chamados assim) na era das redes sociais. Boa pedida para uma tarde agradável de domingo com a família.

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