A francesa Cahiers du Cinéma, umas das mais respeitadas publicações sobre cinema do mundo o chamou de “bela surpresa brasileira”. Ganhou o prêmio especial do júri no 70º Festival de Locarno, na Suíça, e cinco no Festival do Rio, entre eles, os de melhor longa de ficção segundo júri e crítica. O filme em questão é o excelente As Boas Maneiras, da dupla Juliana Rojas e Marco Dutra, obra que chega esta semana ao Cinema da Fundação.
Na história, Clara, uma enfermeira da periferia é contratada por Ana para ser babá de seu filho, ainda por nascer. A relação, antes apenas profissional, transforma-se em romance. Mas a vida de Clara não será mais a mesma quando se encontrar com o bebê de características bem peculiares.
Ao ver As Boas Maneiras é difícil não lembrar de alguns clássicos do gênero como Um Lobisomem Americano em Londres, de John Lands, principalmente nas cenas em que o protagonista Joel (Miguel Lobo) se transforma na fera. As empresas francesas Atelier 69 e Mikros Image foram as responsáveis pelos efeitos mecânicos do bebê lobisomem e os digitais.
Outra técnica de efeitos visuais encontrada no longa é a que junta imagem filmada e pintada, conhecida como matte painting. Ela foi muito utilizada em clássicos do passado, como Os Pássaros, de Alfred Hitchcock e Mary Poppins, da Disney. Franquias mais recentes de grande sucesso também recorreram à técnica, como O Senhor dos Anéis e Star Wars.
As Boas Maneiras também tem atuações marcantes. Marjorie Estiano convence ao encarnar Ana, trazendo um misto de sensualidade e mistério, necessários à trama. A paranaense ganhou o prêmio de melhor atriz coadjuvante no Festival do Rio por sua atuação. A atriz portuguesa Isabél Zuaa interpreta Clara. Sua personagem começa tímida, mas ganha força e destaque a partir da segunda parte do filme.
O Cinema da Fundação exibe As Boas Maneiras nesta terça (03) e na quarta (04), às 17h40 e 19h40, respectivamente.
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