Entre ceias fartas, confraternizações e receitas tradicionais, no fim de ano, é possível manter hábitos saudáveis? A boa notícia é que dá, sim, para aproveitar as delícias natalinas, do peru ao panetone, sem culpa e sem exageros. Com escolhas inteligentes, atenção às porções e hidratação adequada, é possível atravessar a temporada com saúde, energia e bem-estar.
Aves do Natal: peru e chester continuam como favoritos
No Brasil, o Natal tem gosto de tradição e muito disso vem das aves que dominam a ceia. Peru e chester seguem como protagonistas, não só pelo sabor e presença à mesa, mas também pelo bom valor nutricional.
Ambos são ricos em proteínas de alta qualidade e possuem menos gordura do que muitas carnes vermelhas consumidas ao longo do ano.
- Peru: carne magra, especialmente no peito, com sabor marcante.
- Chester: criado para maior rendimento de peito e coxas, tem textura suave e excelente relação entre volume e teor de gordura.
Segundo a nutricionista Maria Pimentel, da NutriGen Clinic, quando preparados de forma leve, esses alimentos ajudam a manter o equilíbrio energético mesmo nas festas:
“Peru e chester promovem saciedade com menos calorias, o que ajuda a evitar exageros nos acompanhamentos. O segredo está no preparo”.
O papel das castanhas, nozes e amêndoas
Castanhas, nozes e amêndoas são presenças clássicas na mesa natalina e também grandes aliadas da saúde. Elas oferecem gorduras boas, fibras, vitaminas e minerais como magnésio e zinco.
Apesar de calóricas, ajudam a controlar o apetite quando consumidas com moderação.
“As oleaginosas são nutritivas, mas densas em calorias. Pequenas porções já trazem benefícios e ajudam a modular a fome”, explica Maria Pimentel.
O famoso “Resto de Ontem”: como armazenar sem riscos
Aproveitar o famoso RO (Resto de Ontem) faz parte da tradição, mas exige cuidado, especialmente no verão.
- Pratos com maionese, recheios e cremes devem ser refrigerados até 2 horas após o consumo.
- Saladas com maionese devem ser guardadas em recipientes fechados e consumidas, de preferência, até o dia seguinte.
- Aves assadas duram até 3 dias na geladeira, se bem armazenadas.
- Reaquecer bem os alimentos ajuda a reduzir riscos.
“O calor favorece a proliferação de bactérias. Armazenar e aquecer corretamente é essencial para evitar intoxicações alimentares”, alerta a nutricionista.
Panetone: quanto é permitido comer na noite de Natal?
O panetone é o símbolo doce das festas e também uma armadilha calórica. Uma fatia média pode ultrapassar 250 calorias, especialmente nas versões recheadas.
A recomendação é simples: moderação e consciência.
“Uma fatia é suficiente para participar da tradição sem comprometer o equilíbrio.”
Para quem quer opções mais leves, vale apostar em saladas com folhas verdes, legumes e frutas como romã ou manga, sempre acompanhadas de uma boa fonte de proteína para garantir saciedade.
Empachou após a ceia? O que fazer no dia seguinte
Sentir estufamento após uma ceia farta é comum. No dia seguinte, a palavra-chave é leveza.
- Hidrate-se bastante
- Aposte em chás digestivos (hortelã, camomila ou gengibre)
- Consuma frutas ricas em água, como melancia e abacaxi
“O descanso digestivo faz parte do equilíbrio. Priorizar alimentos leves ajuda o corpo a se recuperar”, reforça Maria Pimentel.
Réveillon: entre o bacalhau e a carne de porco
O Ano-Novo também traz suas tradições à mesa.
- Bacalhau: rico em proteínas e minerais, deve ser bem dessalgado (24 a 48 horas, trocando a água e mantendo refrigerado).
- Carne suína: cortes magros como lombo, filé mignon suíno e pernil são nutritivos, ricos em vitaminas do complexo B e com teor de gordura moderado.
“A carne suína magra tem perfil nutricional semelhante ao das carnes brancas e é uma excelente opção para o Réveillon”, destaca a nutricionista.
Bebidas alcoólicas: como evitar a ressaca
O consumo de álcool costuma aumentar nas festas, e a ressaca pode atrapalhar o clima. Para evitar:
- Intercale cada drink com um copo de água
- Evite misturar diferentes tipos de bebida
- Coma antes e durante o consumo de álcool
Sintomas como vômitos persistentes, confusão mental ou tontura intensa são sinais de alerta e exigem atendimento médico.
“A ressaca é o corpo pedindo socorro. Hidratar-se durante e após a festa reduz muito os efeitos do álcool.”
A hidratação como aliada das festas
Água, água de coco, sucos naturais e chás frios são fundamentais para manter o organismo funcionando bem entre uma celebração e outra. Além de ajudar na digestão, a hidratação contribui para o controle da fome e melhora a disposição.
Para encerrar o ano com saúde, Maria Pimentel deixa o recado final:
“Uma boa hidratação transforma a experiência das festas. O corpo responde melhor, a digestão melhora e a energia se mantém”.

