Cooafsul ativa usina em Ribeirão e gera novos empregos - Revista Algomais - a revista de Pernambuco

Cooafsul ativa usina em Ribeirão e gera novos empregos

Rafael Dantas

Da Sescoop

Hoje (25/09), acontece a missa que marcará o início dos trabalhos de moagem de cana na Usina Estreliana, com sede em Ribeirão, cidade situada a 86 quilômetros do Recife. Trata-se de um empreendimento da Cooperativa dos Produtores de Cana de Açúcar da Mata Sul (Cooafsul) que gerará R$ 90 milhões para a região com a produção de 700 mil toneladas de cana, até fevereiro de 2021, garantindo também empregos diretos para 2.700 trabalhadores do local e também de outros sete municípios próximos: Gameleira, Água Preta, Palmares, Joaquim Nabuco, Cortês, Escada e Primavera. O modelo cooperativo já foi bem sucedido em outros empreendimentos semelhantes na região, a exemplo das cooperativas Coaf (Mata Norte) e Agrocan (Mata Sul).

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A semana contou com eventos importantes para a nova cooperativa, que destinará a primeira safra à produção de etanol. Na última segunda-feira, foi publicada a autorização de funcionamento pela Agência Nacional do Petróleo (ANP), responsável pela regulação de combustíveis no Brasil, que garantiu a permissão para o início dos trabalhos de moagem. Na terça-feira, foi o momento de parlamentares e autoridades locais se reunirem, em audiência pública, para tratarem da importância do crédito presumido para a cooperativa, pleiteado no percentual de 18,5 % junto ao Governo do Estado de Pernambuco, de forma a garantir o apoio já concedido a outras cooperativas que trabalham com esse tipo de atividade na Região da Mata. O debate buscou defender o empreendimento, tendo em vista o estado alegar que poderá perder receita se conceder o crédito pleiteado. Entretanto, tal benefício é garantido pelas leis 16.505/18 e 15.584/2015 e servirá de suporte essencial para o início das atividades para as quais foram investidos R$ 7,5 milhões. O empreendimento deve movimentar a economia local, tendo em vista a geração também de milhares de empregos indiretos, com o surgimento de atividades de suporte, a exemplo de borracharia, mecânica, elétrica, entre outros. Desde a notícia da abertura, 25 novos comércios já chegaram à região.

O Estado também será um dos maiores beneficiados com a produção do álcool pela cooperativa. No período de safra, que compreenderá os meses de setembro de 2020 a fevereiro de 2021, deverão ser fabricados 42 milhões de litros de etanol, produto sobre o qual incidirá o ICMS, tributo estadual. Segundo o presidente da Cooafsul, Carlos Antônio César, para que atinja seu potencial máximo de produção, a cooperativa necessita do benefício tributário. “Há um ano atrás, o governador solicitou que abríssemos cooperativas para geração de emprego e divisão de rendimentos. Prontamente, nós atendemos ao pleito para gerar maiores oportunidades para a população e incrementar a renda local na Mata Sul. A cooperativa conta com 695 cooperados e mais 1.500 aguardando para ingressar. A ideia de que o crédito pode não ser concedido por conta de possível perda de receitas não procede. Se estiver fechada, a usina não poderá pagar nenhum tributo e não haverá geração de empregos. Aberta, a Cooafsul irá gerar o montante de R$ 9,5 milhões de ICMS para o estado na safra 2020/21”, frisou o César. A oportunidade do empreendimento para a mão-de-obra local também é única na forma de aproveitamento dos hectares de terra da Mata Sul. Na região, a atividade de criação de gado no pasto tem crescido e ganhado espaço, o que não traz necessariamente grande volume de trabalhadores beneficiados. Na atividade em questão, empregam-se de 7 a 8 pessoas a cada 1.000 hectares. No âmbito do plantio da cana, é possível garantir empregabilidade para 150 pessoas nesse mesmo espaço.

Para o presidente da Organização das Cooperativas Brasileiras no Estado de Pernambuco (OCB/PE), Malaquias Ancelmo de Oliveira, as atividades da Cooafsul irão gerar um ganho significativo para a região. “O momento que estamos passando exige ainda mais o compromisso com a sociedade. Diante da pandemia, é preciso priorizar investimentos que gerem oportunidades para as pessoas. Acreditamos que o deferimento tributário pelo governo estadual é bastante importante nesse processo porque já existem dois modelos que estão dando certo na região (Coaf e Agrocan) e que possuem esse benefício”, afirmou Oliveira. Outro instrumento favorável ao pleito é a Lei 15.688/15, que trata do cooperativismo pernambucano e traz como atribuição do Poder Público o fomento ao desenvolvimento de cooperativas legalmente constituídas. A lei em questão teve proposição do deputado Waldemar Borges e foi sancionada pelo governador Paulo Câmara.

Os resultados de incentivos do tipo são destaque também na Mata Norte. Em Timbaúba, por exemplo, este ano, a Coaf distribuiu 8 milhões de sobras para os seus cooperados, recursos que movimentam a economia local e valorizam o trabalho do produtor rural. Isso porque, o exemplo tem sido referência para trabalhadores de outras usinas, que percebem a necessidade de melhorar os valores pagos a seus agricultores para não perdê-los. Para o coordenador da Câmara Consultiva do Ramo Agropecuário em Pernambuco e presidente da Coaf, Alexandre Andrade Lima, esta é uma grande oportunidade. “Sou um apaixonado pelo cooperativismo. O movimento propõe uma inclusão social tremenda. Um grande exemplo foi a Usina Cruangi, reativada pela Coaf na safra 2015/2016. Antes do início das atividades, as pessoas que atuavam na antiga usina estavam desempregadas ou tiveram de deixar a família por falta de oportunidades. Quando a usina voltou a funcionar, por meio da cooperativa, as pessoas ficaram satisfeitas e a produção aumentou gerando resultados recordes. O cooperativismo traz isso: melhoria de vida e inclusão social incomum”, afirmou. A previsão de produção da Coaf para a safra 2020/2021 é de 840 mil toneladas de cana, o que deve gerar 50 milhões de litros de álcool, 20 milhões de litros de cachaça, 10 mil quilos de açúcar, além de 60 mil toneladas de bagaço da cana, que serve tanto para alimentar animais quanto para gerar energia a partir da biomassa. Um modelo que mostra o significativo potencial de aproveitamento da cana de açúcar na região para empreendimentos do tipo, que necessitam do apoio do governo estadual para continuar a gerar bons resultados.

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