Delegações de 194 países reúnem-se na Amazônia até 21 de novembro de 2025 para discutir how financiar e implementar a Missão 1,5°C
A 30ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30), realizada em Belém até o dia 21 de novembro de 2025, colocou no centro das negociações três eixos: financiamento climático, transição energética justa e adaptação às mudanças climáticas. Delegações de 194 países, mais a União Europeia, chegam ao Parque da Cidade para tentar avançar compromissos práticos que reduzam emissões e protejam populações vulneráveis.
Financiamento climático e o "Mapa do Caminho de Baku a Belém"
Um dos principais entraves das negociações é a lacuna financeira para viabilizar a transição global para uma economia de baixo carbono. As presidências da COP29 e COP30 apresentaram o documento conhecido como "Mapa do Caminho de Baku a Belém", que aponta propostas para alcançar um fluxo anual de financiamentos estimado em US$ 1,3 trilhão — valor considerado necessário para apoiar países mais vulneráveis até 2035. No evento também foi anunciado o Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF), com aportes prometidos superiores a US$ 5,5 bilhões, dos quais ao menos 20% devem beneficiar comunidades tradicionais e povos indígenas.
Transição energética e justiça social
Entre os temas centrais está a saída planejada e acelerada do uso de combustíveis fósseis e a busca por uma transição que proteja trabalhadores e comunidades afetadas. A proposta é criar um programa de trabalho oficial sobre transição justa dentro da estrutura da COP, com diretrizes para políticas públicas que viabilizem requalificação profissional, apoio social e investimentos em alternativas econômicas de baixa emissão.
Citação e contexto
“A COP30 é a COP da verdade”
A afirmação do presidente brasileiro durante a cúpula de líderes resumiu a expectativa de que Belém transforme diálogos em ações concretas — em especial quanto ao financiamento para adaptação e à definição de um roteiro de transição energética: quem começa, em qual prazo e com quais recursos. Organizações da sociedade civil, como o Observatório do Clima, têm cobrado compromissos claros e execução efetiva das promessas feitas nas COPs anteriores.
Adaptação, Balanço Global e sociedade civil
A pauta da COP30 também inclui a implementação do Global Stocktake (Balanço Global) do Acordo de Paris, que avalia progressos e orienta metas futuras, além da possível definição de indicadores para um Objetivo Geral de Adaptação Climática — ferramentas importantes para medir a resposta dos países aos impactos atuais do aquecimento. A conferência, realizada pela primeira vez na Amazônia, recebeu ampla mobilização da sociedade civil: a Zona Verde do evento e a Cúpula dos Povos reúnem movimentos sociais, povos indígenas, quilombolas e organizações de mais de 60 países para debater uma transição justa e medidas de proteção territorial.
Próximos passos e impactos
Os resultados de Belém dependerão da capacidade dos países de convergir em torno de compromissos financeiros mensuráveis e de mecanismos que assegurem responsabilidade e implementação. Se aprovadas, medidas sobre financiamento, adaptação e transição poderão influenciar políticas nacionais, investimentos privados e programas de proteção social, com efeitos diretos em territórios vulneráveis como áreas de floresta tropical e populações indígenas.

