Após cinco vistorias, agência ambiental confirma que não há evidências de impactos à fauna durante as obras no porto; denúncias em redes sociais são descartadas
A Agência Estadual de Meio Ambiente (CPRH) concluiu que não há relação entre as obras de dragagem do canal interno do Porto de Suape e as supostas mortes de cavalos-marinhos, peixes e tartarugas divulgadas em redes sociais. O parecer é resultado de cinco vistorias técnicas realizadas em diferentes pontos dos rios Tatuoca e Massangana, além da área portuária. As inspeções ocorreram tanto com as dragas em operação quanto paralisadas e contaram com a escuta de pescadores, moradores e mergulhadores. Toda a documentação será encaminhada ao Ministério Público Federal (MPF).
As denúncias, que circulam em vídeos sem comprovação técnica, tentam associar as obras iniciadas em agosto deste ano — responsáveis pela remoção de mais de 4 milhões de metros cúbicos de sedimentos — à morte de animais marinhos. Na última fiscalização, realizada na sexta-feira (31), a CPRH não encontrou qualquer indício de alteração na qualidade da água ou presença de fauna morta. Nenhuma das três entidades que representam os pescadores locais — Colônia Z-8, Associação Pescadores e Pescadoras Profissionais em Atividade no Cabo de Santo Agostinho e Associação Quilombola Ilha de Mercês — registrou denúncias sobre o caso.
O presidente da Colônia Z-8, Lailson Evangelista de Souza, reforçou que “não tenho nenhum conhecimento sobre morte de peixes, de cavalos-marinhos ou de tartarugas. A gente pede aos pescadores para observar e nos repassar algum problema. Eles filmam e mandam para mim, mas isso não aconteceu”. A Suape mantém, inclusive, um plano de assistência aos pescadores, com aporte mensal de R$ 831,8 mil durante o período da dragagem, beneficiando 548 trabalhadores com auxílio financeiro e cesta de alimentos até o encerramento da obra, previsto para janeiro de 2026.
Segundo o diretor de Sustentabilidade de Suape, Carlos Cavalcanti, os laudos da CPRH confirmam o comprometimento do porto com a responsabilidade ambiental. Ele destacou que as intervenções são acompanhadas por um Plano de Gestão da Qualidade Ambiental (PGQA), composto por 15 Programas Ambientais e 14 condicionantes de controle e mitigação de impactos. “Foi elaborado o Plano de Gestão da Qualidade Ambiental (PGQA), aprovado e acompanhado de forma contínua pela CPRH”, afirmou.
A dragagem, orçada em R$ 217 milhões, é executada pelo consórcio Van Oord/Jan De Nul, com dragas de última geração, baixo nível de emissão de CO₂ e sistemas de monitoramento em tempo real. Suape também investe em sustentabilidade e pesquisa, com parcerias com o Instituto Hippocampus — que estuda cavalos-marinhos — e o projeto Megamar, da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), que analisou a fauna marinha local.
Serviço:
As informações completas sobre as vistorias e os relatórios técnicos da CPRH serão enviadas ao Ministério Público Federal (MPF).

