Cinema e conversa

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Wanderley Andrade

Crítica| Aquaman

Aquaman se tornou, nos últimos anos, motivo de piada entre fãs da cultura pop. Séries animadas e até o sitcom nerd, The Big Bang Theory, não deixaram de tirar sua “casquinha”. Mas a era das gracinhas parece ter chegado ao fim com a estreia do filme solo do Rei dos Mares. Dirigido pelo especialista em filmes de terror, James Wan (Jogos Mortais, Invocação do Mal), Aquaman marca uma nova fase da DC Comics no cinema.

A história começa pouco antes do nascimento de Aquaman e conta como seus pais se conheceram, um faroleiro, Tom Curry (Temuera Morrison), e a rainha do mar, Atlanna (Nicole Kindman). Já adulto e dividido entre a terra e o mar, Aquaman terá como missão tornar-se rei de Atlântida e enfrentar seu meio-irmão, o Rei Orm (Patrick Wilson), no intuito de evitar uma possível guerra entre os dois mundos.

O tom sombrio das produções anteriores da DC deu lugar a um visual mais leve, em cenários que, de tão coloridos, lembram bastante um sucesso não muito antigo da concorrente Marvel, Thor: Ragnarok. As cores se destacam também no belo figurino do longa, elaborado por Kym Barrett e Nicanor Mendoza III. Barrett trabalhou em filmes como O Espetacular Homem-Aranha (2012) e na trilogia Matrix.

Divulgação: Warner Bros. Pictures Brasil

 

Ainda comparando Marvel a DC, do mesmo jeito que Hugh Jackman encontrou um personagem perfeito ao seu perfil, com Wolverine, parece que Jason Momoa também conseguiu o feito ao encarnar Aquaman. Na pele do ator havaiano, o herói é um misto de força, truculência e bom humor.

A produção conseguiu reunir um elenco bem eclético, com a presença de grandes nomes do cinema mundial como a já citada Nicole Kindman e até de um conhecido astro dos filmes de ação, Dolph Lundgren. O ator sueco interpreta o Rei Nereus, um dos antagonistas da história. Completam o cast Willem Dafoe, no papel de Nuidis Vulko, uma espécie de mentor do Aquaman e a estonteante Amber Heard, que encarna Mera, a princesa guerreira de Atlantis, par romântico do protagonista e parceira na cenas de ação e alívio cômico.

Aquaman tem um início empolgante, com boas cenas de ação, como a de Atlanna enfrentando os soldados de Atlantis logo no primeiro ato. Mas o uso excessivo da câmera lenta e até compulsivo de planos-sequência entediam e tiram um pouco do brilho de algumas dessas cenas. É como se James Wan quisesse revisitar um de seus sucessos, o Velozes e Furiosos 7.

 

 

Aquaman traz às telas uma louvável mensagem, mais até que grandes cenas de ação. Ao lutar para unir os dois reinos, terra e mar, o herói aquático, por ser mestiço, enfrenta mais que guerreiros de Atlantis, combate a intolerância e o preconceito, infelizmente, tão presentes em nosso tempo.

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