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Wanderley Andrade

Crítica| O Dilema das Redes (Netflix)

Saia um pouco das suas redes sociais. Vá até a janela. Percebeu como está lindo o dia? Por que gastar, então, tanto tempo postando fotos ou conferindo o número de curtidas? Explico: difícil encarar a internet e as redes da mesma forma após assistir ao documentário O Dilema das Redes. É disso que fala a nova produção original Netflix.

O doc aponta a internet como grande responsável pela polarização que vem tomando o mundo, principalmente na política. Fruto da personalização dos conteúdos que nos são apresentados conforme nosso histórico de busca, criando uma espécie de bolha.

Entre os entrevistados, executivos e engenheiros que trabalharam nas gigantes da internet e redes sociais, como Tristan Harris, especialista em ética de design e ex-funcionário do Google e Tim Kendall, ex-diretor financeiro do Facebook. Revelam que sequer permitem aos filhos acessar as redes. Alguns, inclusive, confessam estar viciados nas próprias criações.

 

Divulgação: Netflix Brasil

 

Intercalando os depoimentos, são introduzidas cenas do cotidiano de uma família fictícia que passa por uma crise em função do uso excessivo das redes sociais. Se por um lado o recurso ajuda no sentido de ilustrar o assunto tratado, por outro, quebra o ritmo da narrativa.

Faltou ao longa apontar caminhos concretos e eficientes para uma possível solução do problema. Apenas frisar que é preciso excluir as redes sociais é o mesmo que limitar-se a aconselhar um dependente químico a largar o vício.

O Dilema das Redes é dirigido por Jeff Orlowski, que tem no currículo outro documentário disponível na Netflix, Em Busca dos Corais, ganhador do prêmio de melhor documentário no Festival de Sundance em 2017.

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