A Biblioteca Pública Municipal de Olinda, que fica na Avenida Liberdade, no bairro do Carmo, está passando por uma reforma que promete preservar sua história e resgatar o público formado por turistas e moradores da cidade. O trabalho de requalificação é feito por um grupo de cinco reeducandos, egressos do sistema prisional. Parceria entre a Secretaria de Justiça e Direitos Humanos (SJDH) e a Prefeitura de Olinda que visa a reinserção social dos cumpridores.
Criada através de um decreto de Dom Pedro I em 1830, quando a cidade de Olinda ainda era a capital da província de Pernambuco, o equipamento é a primeira Biblioteca Pública do estado e a 3ª do Brasil. Na reforma prevista para durar 90 dias, os apenados estão fazendo a recuperação da fachada, pintura, jardinagem, além das partes elétricas e hidráulicas.
Os ex-detentos são beneficiados por um convênio de empregabilidade viabilizado pelo Patronato Penitenciário, órgão ligado à SJDH responsável por acompanhar os cumpridores em regime aberto e livramento condicional. O Patronato também oferece apoio jurídico e psicossocial.
“Serão três meses de reforma aqui na biblioteca, mas ao final seguimos para fazer outros trabalhos em Olinda. Com essas atividades nos sentimos valorizados e seguros para tocar a vida de forma digna e honesta”, conta o reeducando Klayton Xavier, 27 anos.
Os trabalhadores cumprem jornada de oito horas diárias e ganham um salário mínimo. Os contratos são regidos pela Lei de Execuções Penais. “A contratação de mão de obra carcerária contribui para redução da criminalidade. Em Olinda, já são 136 egressos do sistema prisional contratados, que atuam na limpeza de ruas, praças e praias da cidade”, destaca o superintendente do Patronato Penitenciário, Josafá Reis.