O documentário Elos da Matriarca, produzido pelo estudante do curso de Cinema da UFPE, Thor de Moraes Neukranz, foi selecionado para a 17ª edição do Festival Brésil en Mouvements, que começa hoje (1) e segue até o dia 3 de outubro no Cinéma Les Parnassiens, em Paris. A produção também foi selecionada para o First Nations Film and Video Festival, que em Chicago, nos Estados Unidos. Esse evento acontecerá entre os dias 1 a 10 de novembro. O documentário usa imagens de arquivo da família do seu diretor e foi filmado no bairro de Água Fria, nm Recife, onde ele vive.
O filme é o trabalho de conclusão do curso de Neukranz, que nesta obra mistura técnicas e estéticas audiovisuais. Elos da Matriarca retrata a avó de Neukranz, Luzinete Lupercina, ao longo de 25 anos, abarcando das animadas festas da família na década de 1990 até a dramática luta contra a pandemia de hoje. As cenas de 2020 foram filmadas com o celular do cineasta, sem o auxílio de nenhum outro equipamento audiovisual. A produção independente também não contou com apoio de recursos públicos ou privados.
Recentemente a obra foi selecionada para o 14º Encontro de Cinema Zózimo Bulbul, do Rio de Janeiro, e o 11ª Circuito Penedo de Cinema, de Maceió, em Alagoas. Também está na programação de exibições do documentário o 14º Ciné-Brésil que acontecerá na Maison internationale de Rennes.
Quem é Thor Neukranz?
Nascido em 1991 no Recife, Thor de Moraes Neukranz é filho de um imigrante alemão branco e uma brasileira preta. Os contrastes sociais e raciais sempre foram marcantes em sua vida. Viver por toda a vida em Água Fria, no subúrbio do Recife, inflamou seu olhar crítico. Após três anos estudando Engenharia Agrícola e Ambiental na UFRPE, em 2014 o recifense passou a fazer parte do Coletivo Antiproibicionista de Pernambuco, que constrói o cineclube itinerante THCine. Assim começou a engajar-se na análise de documentários para a curadoria do grupo e a fazer cursos relacionados à produção audiovisual, deixando a engenharia. Em 2016 formou-se documentarista através da oficina da escola de cinema francesa Ateliers Varan feita no Recife. No projeto realizou o documentário Dibuiar, que foi selecionado para as edições de 2017 do DOC-Cévennes e do Festival Brésil en Mouvement, mesmo ano em que o pernambucano ingressou no curso de Cinema da UFPE.