Dois nós na gravata (por Paulo Caldas)

E se os personagens de um grande autor saltassem dos livros para cobrar direitos de imagem pela participação nas obras literárias? Um homem do Paleolítico expressava o amor por uma mulher através das pinturas rupestres? Como seria para um menino viver feito menina diante da imposição de uma mãe desejosa por uma filha? Através das narrativas de “Dois nós na gravata”, a segunda reunião de contos do escritor Rômulo César Melo, o leitor poderá ser testemunha e partícipe dessas situações insólitas.

O autor é Recifense, 39 anos, formado pela Faculdade de Direito do Recife – UFPE, Procurador Federal. Poeta e contista, agora escreve o primeiro romance a ser lançado em 2016. Iniciou-se no terreno da escrita participando da Oficina de Ficção Literária de Raimundo Carrero. Teve contos incluídos nas antologias Contos de Oficina lançadas entre 2009 e 2012. Atualmente integra a Oficina Literária de Paulo Caldas.

Em “Dois nós na gravata”, Rômulo César Melo transita entre o formato tradicional dos contos machadianos e os experimentos de linguagem em narrativas que ora se encaminham pelo estilo da  crônica e do ensaio, ora permeiam a estética da poesia. “O livro foi surgindo ao longo dos anos de estudo nas Oficinas de Raimundo Carrero e de Paulo Caldas”, revela o autor. Levava os contos para seres analisados, anotava as críticas e sugestões dos mestres e colegas, e sentava para lapidar o texto, suando, reescrevendo – como diz Carrero, um trabalho de artesão. Procurei fazer com que o leitor se sentisse inserido nos universos particulares dos contos, que tratam dos costumes humanos, dialogando com a História, flertando com a psicologia, passeando por cenários distintos, o Recife, um morro do Rio de Janeiro, o frio da Rússia, a sobriedade de Londres, transferindo aos personagens minhas impressões e estranhamentos, enfim, tentei contar histórias possíveis com o auxílio da técnica aprendida nas oficinas”, completa o Rômulo.

“Dois Nós na Gravata” é um dos livros premiados no II Prêmio Pernambuco de Literatura, organizado pela Secretaria Estadual de Cultura (SECULT PE), Fundarpe e Cepe Editora, com o objetivo de publicar escritores que se lançam na ficção.

Quem é Rômulo?

Rômulo Cesar Lapenda de Melo é um nome formalmente conhecido dentre os procuradores de Justiça Federal em Pernambuco. Entre os que fazem literatura por aqui, no entanto, poucos sabem de quem se trata. Mas isto é por enquanto, asseguro.

Discreto, avesso à busca de aplausos, apegado à lida dos que amam as letras, este escritor em breve tempo vai assumir a cadeira que lhe espera no plenário dos nossos bons ficcionistas, e tem o meu aval.

E o binômio talento – determinação, aliado à visão do cotidiano, à extrema capacidade inventiva, a considerável frequência com que produz, assume ares de polinômio cujo resultado conta com a merecida cumplicidade do grupo da oficina.

Todos estes atributos nos trazem a convicção de que os frutos do escritor Rômulo Cesar de Melo são desta safra. Para conferir, basta ler os seus livros: Minimalidades (Edições Bagaço 2013), mostrando os riscos amarelecidos da goiaba quase pronta e o recente Dois nós na gravata (Vencedor do Prêmio Pernambuco de Literatura, versão 2014. Editora Cepe 2015), este já com o dorso rosado das romãs maduras.

Contato: Rômulo César Melo – (81) 9145-3632 rcbornay286@hotmail.com

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