“É preciso manter as medidas de prevenção mesmo para quem foi vacinado”

Enquanto a pandemia segue provocando estragos, a ciência, porém, não está parada. Além de realizar pesquisas que resultaram em vacinas reponsáveis pela contínua redução do contingente de doentes e de óbitos, uma outra vertente de pesquisas busca a descoberta de novos medicamentos. “Desde o surgimento da doença, milhares de ensaios clínicos têm sido desenvolvidos. Vacinas para prevenção, soros em pessoas infectadas e vários medicamentos têm sido estudados”, destaca Moacir Jucá, médico infectologista da Rede D’Or São Luiz em Pernambuco. Nesta entrevista a Cláudia Santos, o especialista, que é coordenador do Serviço de Controle de Infecção do Hospital Esperança, fala dessas pesquisas, das consequências no atraso da vacinação e de como enfrentar futuras mutações do coronavírus. Ele também alerta ser fundamental manter as medidas de prevenção, mesmo entre aqueles que já foram vacinados.

Qual a sua perspectiva sobre a evolução da Covid-19 em Pernambuco e no País?
Ainda estamos longe de resolver o problema da Covid-19. Devemos ainda enfrentar um período de grande número de casos até a estabilização. Essa expectativa é para o Brasil e também para Pernambuco.

O senhor acredita ser inevitável enfrentarmos uma terceira onda da Covid-19?
A ocorrência de uma terceira onda é possível e vai depender muito da velocidade com que a população está sendo vacinada. Quanto maior o número de pessoas vacinadas, menor a circulação do vírus e, consequentemente, a chance de termos uma terceira onda.

No momento também estamos vivendo um novo surto de arboviroses?
Temos visto neste momento um aumento no número de casos de arboviroses. Isso coincide com o período de chuvas e esses casos, muitas vezes, podem ser confundidos com a Covid-19. Apesar de habitualmente o paciente com Covid apresentar sintomas gripais, os sintomas podem ser semelhantes aos de uma arbovirose: febre, dor no corpo, dor nas articulações, dor de cabeça. A avaliação médica torna-se necessária para identificar com mais precisão se o paciente está com Covid ou não.

Na velocidade em que caminha a vacinação, o senhor acredita que possam surgir novas variantes do novo coronavírus? Será preciso “redesenhar” essas vacinas para atingir essas mutações?
A velocidade da vacinação e proteção da população serão fundamentais para reduzir a chance de novas variantes. O surgimento de mutações é um evento natural e esperado dentro do processo evolutivo dos vírus. Em relação às vacinas, para garantir eficácia contra toda as variantes, uma opção é desenvolver várias vacinas individuais, chamadas monovolantes, que atuam sobre um coronavírus específico e, a seguir, combinar várias vacinas monovalentes para obter uma única vacina polivalente, que atua sobre vários tipos de coronavírus. A outra opção é encontrar um código genético que seja suficientemente representativo dos coronavírus, a partir do qual uma vacina universal possa ser criada.

O senhor gostaria de colocar mais alguma informação que considere importante?
Mesmo com a vacinação, medidas de prevenção contra a Covid-19 seguem necessárias para oferecer proteção segura contra o vírus. As medidas de proteção funcionam para todas as variantes do vírus.

Leia a entrevista completa na edição 182.2 da Revista Algomais: assine.algomais.com

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