Expectativa para retomada da economia pernambucana

Uma análise sobre a economia pernambucana, elaborada pela CEDES Consultoria e Planejamento, foi apresentada pelo economista Ecio Costa durante recente reunião do Conselho Estratégico Algomais Pernambuco Desafiado. O encontro foi mais uma etapa do Projeto Empresas & Empresários, realizado pela TGI e o INTG, com apoio técnico da CEDES e patrocínio do Governo de Pernambuco. Na sua 13ª edição, o projeto investiga como as organizações locais têm sido afetadas pela crise e como a estão superando.

A boa notícia é que o Produto Interno Bruno (PIB) do Estado apresentou no primeiro trimestre deste ano uma leve recuperação, em comparação com o mesmo período do ano passado. Na avaliação Ecio Costa, a melhora do setor agrícola foi responsável pelo respiro do desempenho econômico nos primeiros meses deste ano.

Essa performance é um verdadeiro alento já que em 2016 os indicadores não deixaram qualquer dúvida sobre o impacto da crise na economia pernambucana. O balanço apresentado por Costa, a partir de informações do IBGE/Condepe-Fidem, revela o encerramento de 48,4 mil postos de trabalho no ano passado. O Produto Interno Bruto fechou 2016 com uma retração de 4,2%, tendo desempenho negativo nos três setores que são pilares da economia pernambucana: o PIB da agropecuária reduziu 6,6%, o da indústria caiu 3,8% e nos serviços houve uma retração de 2,7%.

Em um olhar mais analítico sobre a indústria − segmento que alavancou a economia pernambucana na última década e que recebeu bilhões em investimentos − Costa mostrou os segmentos que resistiram e aqueles que sofreram de forma mais acentuada. As quedas mais drásticas foram na fabricação de equipamentos de transporte, exceto veículos automotores (-33,8%) e fabricação de produtos têxteis (- 22,3%). Com desempenho positivo em 2016, apesar de toda conjuntura negativa, destacaram-se a fabricação de máquinas, aparelhos e materiais elétricos (crescimento de 8%) e de produtos de metal (aumento de 5%).

O economista salienta a importância que merece ser dada ao setor industrial, apesar da sua participação no tecido econômico de Pernambuco ser ainda reduzida. “O peso da indústria pernambucana é pequeno na composição do PIB estadual (18,6%). Mas ela tende a aumentar a sua participação a partir dos investimentos realizados nos últimos anos. Além disso, temos que ressaltar que a produção industrial estimula o desenvolvimento de outros setores, pois não funciona isoladamente. Ela depende de serviços e da agropecuária. A indústria move a economia, puxando outros setores a reboque”, avalia.

Em contraste com o pesadelo econômico de 2016, o ano de 2017 começou com índices melhores tanto no Produto Interno Bruto como nas exportações. O PIB no primeiro trimestre cresceu em 1,4% no Estado em relação ao mesmo período do ano passado. Enquanto isso, o desempenho da economia nacional segue em decréscimo (-0,4%). A economia da Bahia e do Ceará, que são os principais players do Nordeste ao lado de Pernambuco, também seguem amargando resultados negativos, tendo decrescido respectivamente -1,1% e -1,4%.

A agropecuária, que teve crescimento de 12,3%, foi o setor que mais contribuiu com esse desempenho do Estado. Porém, tanto a indústria (6%) como os serviços (0,6%) também apresentaram desempenhos positivos no período. O segmento de “intermediação financeira, seguros, previdência complementar e serviços relacionados”, que está dentro do setor de serviços, alçou um crescimento de 13,5% no trimestre.

Ecio Costa pondera que, apesar de ter ocorrido a primeira reação positiva depois de quase dois anos, ainda é cedo para acreditar que a crise que assolou o País e os Estados está resolvida. “A depressão foi grande e os efeitos ainda reverberam sobre a economia e a vida das pessoas. Os dados levantados, porém, animam e criam expectativas positivas. E essas expectativas alimentam a esperança de que Pernambuco e o Brasil voltem ao crescimento que experimentaram na primeira década dos anos 2000”, sinaliza o especialista.

PESQUISA

Apesar do cenário negativo conjuntural, diversas empresas têm conseguido resistir à recessão e em alguns casos até crescido em meio à crise. Um dos objetivos do projeto Empresas & Empresários é identificar o que as organizações dos principais setores econômicos do Estado têm feito para superar o atual momento recessivo. O processo é realizado com a participação do Conselho Estratégico Algomais Pernambuco Desafiado. Na última etapa do projeto, as empresas que se destacaram vão receber o prêmio Quem Faz Algomais por Pernambuco.

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