Intenção de Consumo das Famílias registra 104,7 pontos, refletindo otimismo cauteloso em meio a desafios econômicos.
Em fevereiro, a Intenção de Consumo das Famílias (ICF) no Recife alcançou 104,7 pontos, de acordo com dados da CNC e análise local da Fecomércio-PE. Esse índice indica uma leve percepção otimista sobre o poder de compra e os hábitos de consumo das famílias, com melhorias significativas nos componentes de Emprego Atual e Renda Atual, que cresceram 1,5% e 1,8%, respectivamente. No entanto, a queda de 2,5% na Perspectiva de Consumo e um recuo de 2,9% no Momento para Duráveis revelam uma cautela crescente na intenção de adquirir produtos de maior valor.
Esse cenário econômico desafiador é caracterizado pela recuperação do emprego, mas com um otimismo contido em relação ao consumo. A estabilidade do consumo das famílias, mesmo frente a pressões econômicas internas e externas, demonstra que a confiança está diretamente relacionada ao emprego e ao acesso ao crédito. Essa situação sugere que, apesar das dificuldades, as famílias recifenses continuam priorizando itens essenciais, adotando uma postura mais criteriosa nas compras.
Bernardo Peixoto, presidente da Fecomércio-PE, observa que “o recuo na intenção de compra de bens duráveis reforça a necessidade de estratégias que atraiam o consumidor e ofereçam condições mais acessíveis de pagamento”. Ele acrescenta que a estabilidade no consumo, mesmo em tempos adversos, é um sinal positivo para o setor comercial, que deve se adaptar às novas dinâmicas do mercado.
De acordo com Rafael Lima, economista da Fecomércio-PE, “os dados do ICF mostram que, mesmo com uma queda no consumo e na intenção de adquirir bens duráveis, as famílias em Recife conseguem preservar seu poder de compra por meio do acesso ao crédito”. Essa estabilidade da renda, intimamente ligada ao emprego, é crucial para sustentar a demanda no mercado, mesmo em períodos de incerteza.