O rei do baião Luiz Gonzaga (1912—1989) celebraria 108 anos neste ano, se vivo estivesse. Pernambucano de Exu, no Sertão do São Francisco, Gonzaga registrou as histórias de sua gente, os costumes e tradições da região brasileira vítima da escassez de água e recursos, mas rica em sabedoria e valores. Para celebrar a data, a Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj) realizará o Luar do Gonzação. A festa contará com a participação do forrozeiro Alcymar Monteiro, amigo e compadre do Rei do Baião, e um bate-papo com o radialista, servidor aposentado da Fundação, Renato Phaelante, autor do título Luiz Gonzaga: baião, forró e seca (Bagaço, 2017). O evento será transmitido no canal da Instituição, no domingo (13), a partir das 19h.
“Homenagear Luiz Gonzaga é homenagear também ao Homem do Nordeste. Portanto, uma missão desta Casa, comprometida com o reconhecimento, preservação e difusão da identidade da região que é um celeiro cultural do País”, destacou o presidente da Fundaj, Antônio Campos. “Será um momento para todos os brasileiros”, celebra.
Compadre do homenageado, Alcymar Monteiro o reconhece também como padrinho. Com ele gravou o pout-pourri Cantiga de Vem-Vem/ Roendo Unha para o álbum Forroteria (RGE, 1986) — com o qual alcançou a marca de 500 mil cópias — e, mais tarde, o xote Cor de Canela (1988). “Foi aí que eu tive a certeza que estaria entrando na música brasileira pela porta da frente”, afirma o artista.
O primeiro contato com Seu Lula foi em 1985, quando abriu um show dele no Cavalo Dourado (atual Baile Perfumado). Daí em diante, além das colaborações musicais, colecionou momentos diversos, como show do cearense Belchior, o nascimento do primogênito Júnior Monteiro e aniversários do autor da Asa Branca, celebrados na própria Exu. Fatos que serão coitados com detalhes durante o evento.
“Fisicamente ele não existe mais, mas artistas e espiritualmente ele permanece sempre. Porque o artista não morre, ele permanece na sua obra”, reflete Alcymar. Para a homenagem, ele promete clássicos do cancioneiro nordestino. Pagode Russo, Vida de Viajante e A Morte do Vaqueiro não ficarão de fora. “Nós vamos fazer uma viagem para os ontens, hojes e amanhãs de Luiz Gonzaga.”
Essa, aliás, não é a primeira vez que lhe dedica uma homenagem. Em 2012, Alcymar lançou o CD e DVD Concerto para Gonzaga, quando retratou o repertório do músico no modelo sinfônico ao lado da Orquestra Criança Cidadã, do Recife. “Vai ser uma nova feitura, uma nova tradução, porque a música de Luiz Gonzaga é uma música plural. Cabe sinfônica, trio, metais, tudo. Neste trabalho vai ser uma maneira de ter uma releitura do seu trabalho mais compacto. Mais sanfonado, zabumbado, triangado da longa carreira e repertório”, assegura o cantor, que já realizou outras quatro lives. “É uma maneira de você se reinventar. Eu venho do LP, do cassete, do CD, do DVD, e agora das lives. Eu sou um artista contemporâneo”, diz, orgulhoso.
Programação
19h - Antônio Campos, presidente da Fundação Joaquim Nabuco
19h10 - Mario Helio, diretor de Memória, Educação, Cultura e Arte (Dimeca), da Fundaj
19h20 - “Luiz Gonzaga: baião, forró e seca”, por Renato Phaelante. Autor do livro lançado em 2017 sobre o Rei do Baião, fundador e coordenador da Fonoteca da Fundação Joaquim Nabuco durante 30 anos, Renato Phaelante é um recifense apaixonado pela cultura pernambucana.
20h - “Tributo a Luiz Gonzaga”, por Alcymar Monteiro. Com repertório especial, que traduz a valorização dos ritmos nordestinos, o artista fará a apresentação musical intercalada com histórias que compartilhou com seu amigo e compadre Luiz Gonzaga.
Serviço
Live: Luar do Gonzagão
Data: domingo, 13 de dezembro
Horário: 19h às 21h
Transmissão pelo canal do YouTube da Fundaj