Jogo de cena (por Paulo Caldas)

*Por Paulo Caldas

“Jogo de cena” mostra-se ao leitor, a partir do prólogo, com precioso símile: “Michel aguçou os sentidos tal uma presa farejando o perigo”.

A partir de então, a autora, Andréa Nunes, braços dados com um enredo instigante e uma trama bem urdida, com a necessária astúcia, envolve elementos do cotidiano simplório dos nativos da hipotética Mangueirinhas, ao clima de misticismo dos personagens, à ânsia perene dos protagonistas, irmãos unidos pelo acaso, em busca de uma verdade ou mistério.

No aparato estético necessário, há momentos onde o sucinto se imporia com rigor, do mesmo modo que a ausência de marcações características de peças teatrais, contudo o texto se supera com o esmero no manuseio dos tempos verbais e no acervo dos detalhes certificadores.

Outra virtude aflora quando a escrita se reveste de artifícios sedutores, em trechos dos capítulos oitavo e décimo quarto, com a prevalência dos mecanismos vinculados à técnica do clímax e anticlímax.

Tal esmero reside ainda, por exemplo, quando a narrativa segue o olhar de uma câmera imaginária que obedece a autora e percorre os cenários em cada cena até o final surpreendente.

O romance de espionagem produzido pela CEPE tem a editoria de Wellington de Melo, projeto visual Germana Freire. Os exemplares podem ser adquiridos nas livrarias da CEPE e da Jaqueira.

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