Pesquisas científicas feitas com ressonância magnética, segundo a psicóloga Véronique Donard, da Universidade Católica de Pernambuco, mostraram que o uso intensivo de games digitais pode favorecer efeitos positivos sobre o funcionamento do cérebro. “Na França são usados em psicoterapia com autistas, na reabilitação de funções cognitivas e até em pessoas com esquizofrenia”, informa Véronique. “Pessoas com Alzheimer e idosos que usam kinect (tecnologia que permite jogar com os movimentos do corpo), também se beneficiam com exercícios de equilíbrio”, acrescenta a psicóloga
Nas sessões de psicoterapia os games também estão presentes. Para jogar, é preciso criar um avatar, um personagem de si mesmo. Psicólogos descobriram que o jogador, muitas vezes, projeta nessa realidade virtual um mundo em que ele gostaria de viver. “É um mundo que expressa sentimentos ou insatisfações”, resume Leopoldo Barbosa, psicólogo e professor da Faculdade Pernambucana de Saúde.
A boa notícia é que a Universidade Católica está desenvolvendo um jogo para ser utilizado por psicólogos na mediação terapêutica com os pacientes. Véronique, que já trabalhava com games digitais na França, participa do projeto. “A Unicap conta com um laboratório de criação de jogos digitais aplicados à psicologia. Serão usados em deficiências cognitivas e mediação de processo clínicos. O primeiro jogo digital está sendo feito”. É a tecnologia tornando mais lúdico o tratamento.