O Requerimento nº 2.101/2016, concedendo um Voto de Aplausos para a escritora Marisa Lobo, pelo livro “A Ideologia de Gênero na Educação”, gerou polêmica na Reunião Plenária desta terça (24). Os deputados Edilson Silva (PSOL) e Teresa Leitão (PT) criticaram a iniciativa, solicitada pelo deputado Pastor Cleiton Collins (PP). Após verificação de presença solicitada pelo deputado do PSOL, a proposta não pôde ser votada por falta de quórum.
“A defesa do Estado laico não permite que eu aplauda um livro que trata a defesa da isonomia de direitos humanos como ‘ideologia de gênero’”, considerou Edilson Silva. Para o psolista, ‘proibir a discussão sobre identidades de gênero nas escolas é um posicionamento medieval, que não se coaduna com os dias de hoje”. “Como vamos educar contra a violência contra mulher, por exemplo, sem discutir questões de gênero?”, questionou.
Teresa Leitão também se manifestou contra a homenagem. “O livro traz uma terminologia que não tem nada a ver com a discussão sobre identidade de gênero dos especialistas. No entanto, há uma onda para intervir nas práticas pedagógicas de todas as escolas do Brasil, por conta dessa visão distorcida”, analisou.
Em resposta às críticas, Pastor Cleiton Collins defendeu a escritora Marisa Lobo. “Ela revela ter um grande caráter e conhecimento de sua área, alertando os pais para proteger as crianças da doutrinação pela ideologia de gênero”, declarou. Para o deputado, a questão já foi superada na discussão do Plano Estadual de Educação no ano passado.
“Os professores estão proibidos de tratar desses temas que erotizam e sexualizam as crianças, e podem ser processados pelos pais se o fizerem”, observou Cleiton Collins. Segundo o deputado, há uma infiltração de grupos ideológicos no MEC, que tentam impor a ideologia de gênero na educação fundamental. “Creio que o novo ministro da Educação não deve aceitar essa interferência no direito dos pais de educarem seus filhos”, concluiu.
(Da Assembleia Legislativa de Pernambuco)