Pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) investigam o uso de nanocápsulas (medicamentos inseridos em pílulas microscópicas) para remover da circulação sanguínea as partículas mais nocivas do “colesterol ruim” – a lipoproteína de baixa densidade eletronegativa (LDL-, na sigla em inglês). Segundo a Agência Fapesp o produto está sendo testado em camundongos. Esse colesterol ruim pode obstruir as artérias e provocar infarto ou derrame.
O estudo é conduzido na Faculdade de Ciências Farmacêuticas (FCF-USP), no âmbito de um Projeto Temático da FAPESP, que tem Dulcineia Saes Parra Abdalla como pesquisadora principal. Resultados recentes foram publicados no European Journal of Pharmaceutics and Biopharmaceutics. “Nossa proposta é criar um sistema para remover essa LDL da circulação, de modo a impedir que essas partículas interajam com a parede das artérias e induzam uma resposta pró-inflamatória que contribua para o início e a progressão da lesão aterosclerótica”, contou Abdalla à Agência FAPESP.
De acordo com a pesquisadora, embora toda a fração das lipoproteínas de baixa densidade (LDL) tenha a fama de “colesterol ruim”, a subfração eletronegativa (LDL-) – que inclui partículas modificadas por processos químicos, como oxidação e lipólise – pode ser considerada a mais aterogênica e, portanto, a principal ameaça à saúde cardiovascular.