Gente & Negócios

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Rafael Dantas

“Nem só da necessidade surgem os novos empreendedores”

É possível empreender na pandemia? Criar o próprio negócio é o caminho encontrado por vários profissionais para gerar renda durante a crise econômica. Para falar sobre as oportunidades que se abrem neste período e os riscos de iniciar uma micro ou pequena empresa, entrevistamos a consultora e sócia da  TGI Andréa Carvalho.

Como enxergar as oportunidades para empreender nesse período de crise? 
Com o elevado índice de desemprego devido à crise econômica, muitos profissionais encontraram no empreendedorismo uma alternativa para garantir a sobrevivência. Mas nem só da necessidade surgem os novos empreendedores. Mesmo diante do momento difícil, muitos identificaram oportunidades na pandemia, enxergando novas formas de pensar e fazer de maneira diferente.

Muitas vezes, novos negócios surgem a partir de demandas reprimidas e pela carência de mercado, associadas à oportunidade de oferecer um produto ou serviço com mais qualidade, agilidade e diferenciais competitivos.

Quais as principais tendências que surgiram na Pandemia para novos negócios?
Com a pandemia, as empresas precisaram sair da zona de conforto e foram forçadas a implementar mudanças num ritmo notavelmente acelerado. Surgiram muitas tendências de comportamento e consumo, intensificando o aumento da cultura de mais qualidade e menos quantidade (“menos é mais”).

A transformação digital dos negócios, o modelo de trabalho home office, a intensificação das compras on line e do delivery, além da maior preocupação do consumidor com a saúde, qualidade de vida e com o meio ambiente, são algumas das principais tendências que se intensificaram na pandemia e que vieram para ficar.

Qual a dica para avaliar bem os riscos de um negócio antes de começar a investir?
Para minimizar os riscos, antes de iniciar um negócio é essencial fazer uma pesquisa de mercado e construir um bom plano de negócios, com a definição do nicho de atuação, produto ou serviço a ser oferecido, mapeamento do público-alvo, além da estratégia de vendas e formulação de um planejamento financeiro adequado para a realidade da empresa, com levantamento dos investimentos iniciais e infraestrutura necessária.

A partir desse mapeamento, definir bem o escopo do negócio e construir uma estratégia empresarial para definir um norte e futuro que se quer conquistar – “o que eu quero oferecer?” e “onde eu quero chegar?”, é o passo seguinte. Fazer uma avaliação estratégica, considerando as oportunidades, ameaças, forças e fraquezas, bem como definir o desafio estratégico e suas respectivas prioridades e metas é essencial para minimizar os riscos associados ao investimento.

Aderir a um marketplace é uma boa alternativa? Quais os prós e contras de criar um negócio a partir desse modelo?
Para quem está começando um negócio o marketplace pode ser uma boa alternativa.
É uma tendência que tem ganhado cada vez mais força no mundo digital e pode ser considerada uma alternativa mais prática e segura para quem está começando a empreender na internet, além do ganho de exposição/visibilidade (ganho de estar numa plataforma onde os clientes buscam), investimento baixo, infraestrutura pronta para a venda, sem necessidade de investir em marketing digital, pois a plataforma já faz investimento em comunicação e divulgação.

Por outro lado, existe a alta concorrência interna, a dependência e os altos custos cobrados pela plataforma (taxas administrativas). O fortalecimento da marca também pode ficar prejudicado em vender seu produto ou serviço unicamente em ambientes de marketplace, devido a infraestrutura limitada de personalização da marca e a presença de grandes players do mercado que podem ofuscar a visibilidade dos negócios menores.

Quais os melhores caminhos para obter financiamento para iniciar um empreendimento?
Existem várias modalidades de crédito no mercado e, para quem está começando, a melhor alternativa é buscar financiamento em bancos públicos, como BNDES e BNB, que tem taxas de juros mais acessíveis. Outra opção é usar a linha de crédito para comprar as máquinas e equipamentos e também o cartão BNDES, que divide as compras em até 48 meses.
É sempre válido fazer pesquisas e comparar taxas e condições de empréstimo em diferentes agentes financeiros, para encontrar a solução que melhor atenda à necessidade da empresa.
Vale considerar a importância de ter um capital de giro e, para isso, também existe a opção de financiamento para pequenas e médias empresas que precisam de recursos para pagar as despesas do dia a dia do negócio.

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