Cinema e conversa

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Wanderley Andrade

Netflix: filme de super-herói coreano é a nova aposta do serviço de streaming

Em 2016, o diretor sul-coreano, Yeon Sang-ho, chamou a atenção da crítica especializada ao ter seu filme, o terror “Invasão Zumbi”, exibido no Festival de Cannes. O longa de Sang-ho agradou não apenas a crítica que compareceu ao festival francês, mas também ao grande público dos países por onde passou. Na Coreia do Sul, levou mais de 5 milhões de espectadores aos cinemas só na primeira semana de exibição. De olho em todo esse sucesso, a Netflix não perdeu tempo e produziu o novo trabalho do diretor Sul-coreano, o (quase que impronunciável) filme Psychokinesis.

Bem diferente de Invazão Zumbi, a nova empreitada de Sang-ho é um misto de clichês, comédia pastelão e efeitos especiais bem ruins. Já no início da história somos a presentados Roo-mi (Shim Eun-kyung), uma jovem que, ao lado da mãe, administra um pequeno restaurante em um centro comercial. O lugar se torna objeto de desejo de uma construtora, que tenta a todo custo despejar os comerciantes através da ação violenta de capangas. Numa dessas ações, a mãe de Roo-mi é gravemente ferida e morre no hospital. É quando entra na trama Seok-heon (Ryu Seung-ryong), pai de Roo-mi. Ele ajudará a filha e os outros comerciantes a resistirem às intimidações da construtora. Seok-heon tem o poder de levitar objetos, desde um pequeno cinzeiro a um grande veículo. Ele adquiriu esta habilidade ao beber uma água contaminada por um líquido proveniente de um meteoro que caiu na Terra. (Existe algo mais clichê que isso?).

Seok-heon exibindo sua habilidade de telecinese.

 

Todo filme de super-herói merece bons efeitos especiais, vide as últimas produções da Marvel. Psychokinesis peca sem constrangimento algum nesse quesito. Alguns efeitos são tão ruins, que perdem para muitas séries do próprio serviço de streaming, como Stranger Things e Perdidos no Espaço.
Eu poderia listar aqui diversos pontos negativos do filme, mas quero destacar só mais um: os personagens. Caricatos e unidimensionais ao extremo, não conseguem provocar no espectador o mínimo de empatia e identificação. Essa observação diz respeito, inclusive, ao protagonista.
Psychokinesis não agradará aos mais exigentes, nem aos que não curtem ver mais do mesmo nas novas produções. Pena que o novo trabalho de Yeon Sang-ho é justamente isso.

 

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