Netflix: O Que Tiver Que Ser (Crítica) - Revista Algomais - a revista de Pernambuco
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Wanderley Andrade

Netflix: O Que Tiver Que Ser (Crítica)

A base sólida de uma relação é a comunicação. Quando o único som que persiste é o do silêncio, o fim pode ser inevitável. Caso não aconteça, serão dois estranhos dividindo o mesmo teto. Essa é a base da trama de "O Que Tiver Que Ser", produção sueca lançada na Netflix.

O longa foi escrito, dirigido e protagonizado por Josephine Bornebusch. A atriz sueca encarna Stella, uma mulher que enfrenta um casamento desgastado pela rotina e recente caso extraconjugal do companheiro, Gustav.

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A história muda de rumo quando o casal parte em uma viagem com o filho mais novo Manne (Olle Jacobssone) e filha adolescente Anna (Sigrid Johnson), que participará de um concurso de pole dance. O que seria um fardo, torna-se oportunidade ímpar de, quem sabe, reconciliarem e unirem outra vez a família.

A trama parte da premissa de que uma relação começa a ruir no momento em que o interesse por tudo o que o outro representa se esvai. Quando a convivência teima em resistir ainda que suportada como um mero e amargo ato burocrático.

Josephine está muito bem no papel de Stella, mulher marcada pela traição do marido e por carregar sozinha a responsabilidade de cuidar dos filhos e da casa. O ator norueguês Pål Sverre Valheim Hagen interpreta Gustav, terapeuta que vive a ironia de aconselhar casais em crise enquanto ele mesmo passa por uma muito pior no próprio casamento.

"O Que Tiver Que Ser" não procura por culpados, nem pinta uma crise conjugal da monocromia rasa do preto ou do branco. Explora os possíveis tons de cinza que descrevem bem a complexidade de uma relação. Mergulha fundo na dor, sem perder a esperança.

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