O Tirinete de Geraldo Freire

Lançado durante a Bienal Internacional do Livro de Pernambuco, em outubro passado, o livro O que eu disse e o que me disseram: a improvável vida de Geraldo Freire, escrito a quatro mãos pelo próprio Geraldo Freire e Eugenio Jerônimo, alcançou sucesso absoluto de público.Lançado durante a Bienal Internacional do Livro de Pernambuco, em outubro passado, o livro O que eu disse e o que me disseram: a improvável vida de Geraldo Freire, escrito a quatro mãos pelo próprio Geraldo Freire e Eugenio Jerônimo, alcançou sucesso absoluto de público.

Quem se debruça sobre a leitura encontra uma narrativa líquida, que escorre solta, qual riacho em chuvarada esquiva-se da monotonia e mantém o clima perene, agradável, mas que, no entanto, nem sempre obedece as recomendações da bula quanto as técnicas literárias. Contudo há cuidados visíveis na composição dos cenários, notadamente nos primeiros capítulos, artifício que convida o leitor a participar das cenas.  Existem nesses momentos os apelos dos chamados detalhes certificadores, quando descrevem a então moradia do biografado ainda na infância. Noutro trecho, a fidelidade ao cenário se afirma na preparação da fuga do menino Geraldo para o Recife, cena bem urdida que prende o leitor nos momentos que detalha, inclusive, os trajes do garoto.

A leitura ganha contornos dinâmicos quando aborda o cotidiano do Geraldo Freire adulto, o profissional bem-sucedido, de “tiradas” argutas nas incursões jornalísticas revestidas de coragem e mantem o ritmo nos instantes em que os refletores estão voltados para o seu trabalho, lazer e amigos. O mesmo não é possível afirmar dos capítulos que mostram “causos” e historietas de domínio público.

É certo que o volume do livro (quase 500 páginas), corresponde à importância de Geraldo Freire no universo em que gravita, todavia e não obstante uma ou outra informação repetida ou frases de consequências óbvias poderia ceder espaço à concisão e com certeza não traria prejuízo ao conteúdo da obra. O livro tem apresentação do poeta Xico Sá, “orelha” do poeta Jessier Quirino, um interessante acervo de imagens e cuidadoso projeto gráfico de Simone Freire, com edição e impressão da Companhia Editora de Pernambuco – Cepe.

Por Paulo Caldas, escritor.

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