Primeira mestranda indígena da UFPE em Caruaru defende dissertação

Da Ascom da UFPE

Hoje (12) ocorre a primeira defesa de dissertação de uma estudante indígena do Campus do Agreste (CAA), em Caruaru. A mestranda Maria Roseane Cordeiro de Oliveira vai defender o trabalho pelo Programa de Pós-graduação em Educação Contemporânea (PPGEduc), com o tema “A prática pedagógica das/nas escolas xucuru: encontros com a pedagogia decolonial na comunidade-escola”, em sessão virtual por causa da pandemia do coronavírus. Os professores da banca examinadora estarão no CAA, e ela estará na aldeia xucuru, em Pesqueira, junto a um conselho de representantes indígenas presentes. O orientador da dissertação foi o professor Saulo Feitosa, do PPGEduc.

Oliveira estudou na escola indígena na aldeia xucuru onde mora até hoje. Quando se tornou adulta, se formou em Licenciatura Intercultural Indígena, no CAA. E hoje é professora da escola indígena onde estudou quando criança. Após a faculdade, fez Especialização em História e Culturas Indígenas, também no Campus do Agreste, e agora está concluindo o mestrado em Educação Contemporânea.

Segundo o orientador Saulo Feitosa, toda a dissertação foi feita exclusivamente baseada em autores intelectuais indígenas, trabalhos de conclusão de cursos de indígenas que fizeram lato sensu e especialmente que discutem o pensamento decolonial. “O que significa que discutem exatamente a valorização do conhecimento tradicional autóctone, nativo, criticando a reprodução do conhecimento ocidental”, explica. Para tanto, ela trouxe à sua discussão autores renomados como Aníbal Quijano (Peru), Catherine Walsh (Equador) e Walter Mignolo (Argentina).

O ponto alto do trabalho de Oliveira é o que ela defende que o povo xucuru possui uma pedagogia própria de ensino, estabelecendo um diálogo entre a pedagogia tradicional e a indígena. Alinhando o saber tradicional que é repassado de geração em geração com os saberes que são produzidos fora das aldeias.

GRADUAÇÃO – O curso de Licenciatura Intercultural Indígena foi uma grande conquista do povo indígena e do CAA e formou mais de 300 professores indígenas. A Especialização em História e Culturas Indígenas, por sua vez, formou 110. A reivindicação dos professores é que ele se torne um curso permanente para que possa beneficiar ainda mais indígenas. O PPGEduc também espera estabelecer um sistema de cotas para negros e indígenas em breve, pois ainda não possui.

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