Processo de tombamento da Fundaj é aberto – Revista Algomais – a revista de Pernambuco

Processo de tombamento da Fundaj é aberto

Da Fundaj

O pedido de tombamento do campus Casa Forte da Fundação Joaquim Nabuco teve o processamento deferido pela Secretaria Estadual de Cultura. A partir de agora, até que a poligonal da área de proteção do conjunto arquitetônico a ser tombado seja delimitada, nenhuma construção poderá ser erguida no entorno. A solicitação da Fundaj é pela preservação de três edificações do campus: o Solar Francisco Ribeiro Pinto Guimarães (imóvel já classificado como Imóvel Especial de Preservação IEP nº151), o Gil Maranhão e o Paulo Guerra. O mesmo pedido foi feito ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e aguarda liberação.

“No momento em que o processo foi deferido pelo secretário Gilberto Freyre Neto, toda a área solicitada de tombamento está sob proteção prévia. Essa deliberação é um passo importante para garantir a preservação do patrimônio histórico desta Casa”, ressalta o presidente da Fundaj, Antônio Campos. A deliberação da Secult foi assinada pelo gestor da pasta, Gilberto Freyre Neto. No pedido, a Fundaj solicita o tombamento do conjunto arquitetônico em nível estadual, urbanístico, paisagístico e histórico.

Em geral, os pedidos de abertura de processos de tombamento costumam ser deferidos em até seis meses. O da Fundaj levou 18 dias. A agilidade no despacho do processo resulta da documentação preparada pela instituição, enviada junto com o ofício à secretária. O processo demorou menos de um mês para ser iniciado. Em geral, o prazo é de seis meses.”O processo foi bem instruído. Foi realmente rápido de ambos os lados. A Fundaj juntou documentação que facilitou abertura e o andamento por parte da Secretaria”, comenta Antônio Campos, que aguarda a conclusão da ação em até seis meses.

Para a abertura, foram levantados dados, documentos e imagens ilustrativas, todos de pública transparência e uso coletivo. O memorial descritivo foi assinado por Frederico Almeida, coordenador-geral do Museu do Homem do Nordeste (Muhne), e Antônio Montenegro, arquiteto e servidor da Fundaj.

Complexo Cultural Gilberto Freyre
No campus em questão, será instalado o Complexo Cultural Gilberto Freyre. O Solar Francisco Ribeiro receberá a Pinacoteca, com espaço para exposições permanentes e de curta duração. Já nas edificações anexas ao casarão funcionam hoje a Galeria Mauro Mota e a Sala do Conselho Deliberativo (Condir), além de outros espaços utilizados como arquivo para o administrativo e para livros da Editora Massangana.

Onde hoje funciona o Condir, será instalado o Memorial Gilberto Freyre. Era nesse espaço que o sociólogo fundador da Fundação Joaquim Nabuco despachava. Quando o Complexo for inaugurado, contará também com a Cinemateca Pernambucana, que está instalada provisoriamente no primeiro andar do Museu do Homem do Nordeste.

Para garantir a acessibilidade, mas preservando as características do Solar Francisco Ribeiro, um elevador será montado na parte de trás do casarão. Nessa mesma área serão instalados os equipamentos de climatização que garantirão a preservação de todo o acervo. Erguido no século XIX, o casarão foi o marco zero para a criação do instituto de pesquisas que mais tarde se tornaria a Fundação Joaquim Nabuco. O anexo, onde será instalada a Cinemateca Pernambucana, também terá um elevador garantindo acessibilidade em ambos os prédios.

O Edifício Gil Maranhão, prédio de 1960 projetado pelo arquiteto Carlos Falcão Corrêa Lima, tem área total aproximada de 1200 m², é um exemplar notável do modernismo brasileiro. Conta com pavimento térreo e superior e tem a estrutura em concreto armado. A fachada tem como destaque o painel cerâmico Canavial, do artista Francisco Brennand, com um espelho d`água. Também apresenta planos extensos de esquadrias em ferro e vidro e trechos revestidos com azulejos.

O edifício está localizado mais ao fundo do terreno de modo a criar um amplo jardim voltado para a Avenida Dezessete de Agosto. Nele, estão instalados, no térreo, o Museu do Homem do Nordeste, o Cinema da Fundação/Museu e a sala de exposições Waldemar Valente. No piso superior funciona, provisoriamente, a Cinemateca Pernambucana, que será levada para o anexo do Solar Franscisco Ribeiro, dentro do Complexo Cultural Gilberto Freyre. Com a transferência, esse piso superior voltará a expor o acervo do Museu do Homem do Nordeste, que conta com uma reserva técnica de 16 mil peças.

Por sua vez, o Edifício Paulo Guerra, da década de 1980 e projetado pelo arquiteto Wandenkolk Tinoco, tem 2.400 m² de área. É composto pelo pavimento térreo e mais duas torres articuladas, cada uma com três pavimentos. Sua estrutura é em concreto armado. Está localizado imediatamente após o conjunto oitocentista do Solar Francisco Ribeiro. Tem características da arquitetura modernista brasileira. No edifício funcionam hoje a Editora Massangana, a Sala Calouste Gulbenkian, a presidência e todo setor administrativo da Fundação Joaquim Nabuco.

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