Qual é A Sua Linguagem Do Amor? - Revista Algomais - A Revista De Pernambuco
Reticências

Reticências

Manu Siqueira

Qual é a sua linguagem do amor?

Por Manu Siqueira

Segundo o escritor americano Gary Chapman, as linguagens do amor podem ser expressas de cinco formas: palavras de afirmação, tempo de qualidade, presentes, atos de serviço e toque físico. E eu só fui descobrir isso quando precisei escrever uma celebração e comecei a pesquisar sobre o assunto.

Enquanto mergulhava nesse universo, vasculhava também minhas próprias memórias em busca das linguagens do amor que mais me marcaram. Quando eu era bem criança, lembro com nitidez do meu pai chegando com chocolate nas mãos. Sempre! Ainda na rua, ele abria os braços e eu corria alegremente. Como eu gostava daquele abraço...e do chocolate, claro!

Na adolescência, minha mãe reunia meus primos e amigos em volta da mesa. Ela mesma cozinhava e servia. Eram intermináveis os almoços, regados a macarronada com milho, ervilha, ovos e um molho de tomate misturado com creme de leite que só ela sabia fazer.

187504571 amigos que se reunem na mesa de jantar com vinho e comida jovens felizes comendo celebrando ferias

Até hoje, em datas comemorativas, mesmo cansada, ela não se nega a ir para a cozinha preparar o almoço da sua pequena família. Crescendo em um ambiente assim, não seria surpresa que eu me tornasse parecida com eles, certo? Mas a verdade é que minha linguagem do amor é mais sortida.

Na próxima semana, recebo pela primeira vez, em minha casa, uma amiga muito querida. Ontem, fiz questão de comprar lençóis e toalhas novas. Quero que ela se sinta como uma rainha. Também comprei cogumelos porque sei que ela gosta. Outro dia, uma amiga baiana veio me visitar e tratei logo de comprar uns biscoitinhos sem glúten, já que ela é celíaca.

Mais tarde, vou tomar um café com uma amiga que mora em Blumenau. Já comprei chocolatinhos para os filhos dela. Mas nem sempre é sobre comprar ou presentear. Algumas semanas atrás, uma amiga perdeu a irmã. Minha linguagem do amor, naquele momento, chegou nela em forma de texto. Um texto que, tenho certeza, acalentou um pouco a sua alma.

Há também uma nova linguagem de amor que considero valiosa demais: a troca de memes. Meu filho e minha nora são craques nisso. Trocamos memes todos os dias. Mas também trocamos receitas e reflexões mais profundas. Isso conecta muito a gente.

Aliás, há alguns anos, passei um fim de semana sozinha com meu filho, já adulto, em um hotel fazenda. Estava chovendo, mas, mesmo assim, tomamos banho de piscina, comemos uma comidinha gostosa e, já no quarto, escutamos uma playlist maravilhosa enquanto conversávamos sobre as letras das canções. Sabe quem fazia isso comigo? Meu pai. E tenho certeza de que essa memória ficou cravada em nós, infinitamente.

É certo que nem sempre temos dinheiro, nem sempre conseguimos estar perto para abraçar, fazer um favor, empoderar ou passar um tempo feliz ao lado de quem amamos. Mas acho que precisamos treinar o olhar para o outro. A rotina, às vezes, passa por cima da gente e, se não estivermos atentos aos detalhes, não conseguimos gerar conexões e, pior ainda, não conseguimos criar memórias com quem amamos.

2341309 pai afaga a filha vetor

Escrever um bilhetinho à mão, fazer um jantar sem data especial, mandar uma mensagem só para saber como estão os amigos, oferecer um pão quentinho saído do forno ao vizinho, levar sua mãe à consulta médica e depois dar uma volta, ou almoçar com aquela amiga do coração são pequenos grandes gestos que tornam a nossa vida, e a do outro, muito mais feliz. Tenho certeza!

E você? Qual é a sua linguagem do amor preferida?

manu siqueira 1

*Manu Siqueira é jornalista

Deixe seu comentário

Assine nossa Newsletter

No ononno ono ononononono ononono onononononononononnon