Relações internacionais ganha-ganha - Revista Algomais - a revista de Pernambuco
IPERID

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Instituto de Pesquisas Estratégicas em Relações Internacionais e Diplomacia

Relações internacionais ganha-ganha

Por Eduardo Carvalho, Harvard/IPERID fellow

Diplomacia, em síntese, é a arte de construir relacionamentos pacíficos, respeitosos e significativos com pessoas e  grupos. Representa um abordagem tipica da política externa dos países. Agir com diplomacia é ter respeito pelo próximo, objetivando relações ganha-ganha em diferentes contextos.

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O indivíduo que age com diplomacia é chamado de diplomata, tem a missão fundamental de representar os interesses de uma nação globalmente. É através desse profissional e/ou da missão diplomática que são fechados vários acordos  entre os países, estimulando o intercâmbio comercial, cultural,educacional, ambiental, econômico, entre outros. A missão é liderada por embaixador ou alguém que lhe represente, como um conselheiro de negócios. No contexto estadual ou regional, conta com a colaboração de cônsul.

O Centro de Educação para Diplomacia (The Center for Education Diplomacy) define um modelo para orientar a diplomacia nas suas relações, que compreende: comunicar-se construtivamente, buscar interesses convergentes, trabalhar colaborativamente, construir consenso para impactar positivamente as partes em negociação. É essencial que o diplomata seja competente em mediar conflitos, habilidade que pode lhe ser exigida continuamente. 

No contexto de um Município ou Unidade Federativa, a relação com entidades internacionais, conceitua-se como Paradiplomacia. Pode ser realizada tanto por instituições públicas ou privadas. As parcerias consideram diferentes estratégias, possibilitando conexões em diversos setores, como economia, cultura, meio ambiente, política, educação, esporte e saúde. O objetivo é estabelecer acordos, cooperações, intercâmbios e desenvolver projetos entre entidades de cada país ou países com interesses mútuos.  Assim, a Paradiplomacia pode constituir uma função  importante para o desenvolvimento de estados e municípios, considerando que o gestor local possui uma visão mais realista das necessidades  da sua comunidade do que o gestor federal. Há casos que a cidade ou município conta com organizações privadas para lhe representar, podendo essas, inclusive, serem protoganistas para viabilizar e realizar as atividades. Em Pernambuco, o IPERID- Instituto de Pesquisas Estratégicas em Relações Internacionais e Diplomacia é referência.

Como diretor de associação binacional, por mais de três décadas,  destaco alguns exemplos de parcerias realizadas, através da interação com cerca de 90 diplomatas: Desenvolvimento de alunos e professores de rede pública; promoção de  intercâmbios  educacionais, profissionais e culturais, conferências e reuniões com especialistas de ambos os países, bolsas de estudo para professores brasileiros estudarem em universidades no exterior, feiras educacionais. Também, conseguimos doações para implantação de instalações e tecnologias, como auditórios, centro de vídeo-conferência, laboratórios, galeria de artes, bibliotecas. Essas ações beneficiaram mais de 60 mil crianças, jovens e adultos, provando-se ser uma parceria ganha-ganha entre países. 

Outros exemplos de atividades de paradiplomacia são: implantação de escritórios em cidades no exterior, com o objetivo de captar investimentos, promover o comércio e divulgar o potencial turístico do local; assinatura de acordos e convênios com  atores internacionais para transferência de know-how; participação nas delegações nacionais, conferências, eventos e missões no exterior; criação de cidades-irmãs. São iniciativas realizadas por universidades, instituições privadas sem fins de lucro, órgãos de governo, entre outras organizações. Há uma demanda crescente de paises interessados nessas relações. Para viablizá-las, se faz necessário que haja cofiança mútua para que os objetivos e metas definidos na parceria sejam cumpridos. 

Em alguns países, os conceitos e práticas da diplomacia, como relações internacionais e liderança, estão sendo cada vez mais utilizados no sistema educacional, conceituando-se como diplomacia educacional. Tendo como objetivo promover mudanças transformadoras, tais como a promoção da paz e soluções sustentáveis para problemas humanos complexos.

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