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Games para refletir sobre o que somos e o que queremos para o mundo

Geralmente, 'mêimundo' de gente gosta dos heróis, pois tem algo de especial neles, seja por seu comportamento, suas habilidades, às vezes por causa de seus trajes, capas ou ferramentas, mas gostamos deles e tentamos nos inspirar, não é mesmo meu véi? Esse ser diferente, não é um humano normal, tradicional, comum. Entretanto, esse ‘cabra da peste’ também é visto, por alguns, como um inimigo, que deve ficar distante de nós, humanos, a exemplo dos X-Men e Aloy, do game Horizon Zero Dawn. Mas quem somos realmente, o que vivemos fazendo com o planeta que dependemos para viver? Ontem, dia 22 de abril, comemorou-se os 50 anos do Dia da Terra, a Google até fez uma marca mutante jogável para celebrar a data e, também, nos reforçar sobre a importância de cuidarmos dela e dos seres que a habitam, mesmo aqueles que temos medo, a exemplo de uma abelha e, do próprio, morcego, pois eles são essenciais para a polinização da flora, seja de plantações de alimentos que consumimos, seja da floresta que dá vida, conhecimento e medicamentos para cura de doenças. Já pensou nisso caboclo?<> Antes desta pandemia vivíamos num processo de querer tudo em tempo real, consumir até dormir, conectado 360, conversando pelo celular com a pessoa presente ao lado, sem nos preocupar com os outros, com o mundo, a vida se realizava com um apertar do botão e a resposta tinha que ser automática, não dava para esperar dois segundos, senão era um apocalípse e já fica de cara feia com o outro. Estávamos, muitas vezes, como zumbis perambulando nos lugares sem parar. Pense num mundo doido! Não parávamos para pensar, para refletir, para realizar mudanças para ajudar pessoas mais pobre, melhor dizendo, ‘lascadas’ em todos os sentidos, isso sem falar na poluição do céu à água, alterando que só ‘a murrinha’ o meio ambiente, deixando Gaia, a Mãe-Terra, com os ‘cabelos em pé’. Mas nos dias de hoje, fala-se que está ‘preso em casa’, mas quem não tem casa? O pior são os ‘felas da gaita’ que incentivam o outro, ‘a mundiça’ como os ‘nobres’ pensam, para ir trabalhar, trazer a comida, o botijão de água, mantendo os de ‘sangue azul’ seguros. Essa loucura é que leva a Skynet, o agente Smith ou Hades, por exemplo, a querer dizimar o pior vírus, o Homo sapiens! Pensando nisso, comecei a lembrar de jogos que tocam em proposições que casam perfeitamente com nossos dias atuais, o distanciamento das pessoas devido a um ‘mal’ da ‘mulesta’ que ronda as ruas, o cuidado com a natureza, a evolução tecnológica a todo o custo, o olhar de que todos somos necessários e importantes, independente de renda, classe social, instrução, ou melhor, todos podemos e somos heróis, basta acreditar e aceitar a jornada do herói, pense numa profundidade da ‘gota serena’!     Devido ao contexto do vírus, vem logo na ‘cachola’ um título antigo de um game de muito sucesso, Resident Evil, da Capcom. A base da história está ligada com a produção de um agente químico pela Umbrella Corporation que transformava seres vivos em zumbis, e um incidente fez com que esses ‘monstros’ tomassem a cidade, ‘misericórdia!’ Isso obrigou a sociedade a se isolar, pois ninguém quer ser comido ou perder o cérebro por causa desses mortos vivos. Em um dos títulos da série, Code: Verônica (2000), o jogador precisava ajudar a protagonista Claire a salvar sua própria vida.     Outro exemplo é Deus Ex: Human Revolution (2011), da Square Enix, um jogo com tema cyberpunk e tem como protagonista, Adam Jensen, um oficial de segurança que sofre 'um acidente' e recebe tecnologias, é 'aprimorado' tornando-se um transumano, uma simbiose de homem e máquina. O jogador deve guiar o protagonista Jensen a tomar decisões, escolher caminhos para investigar criminosos e uma miseravi organização por trás da morte da pesquisadora Megan Reed. Sem dar spoilers, o jogo questiona a que preço queremos nos tornar melhores, mais inteligentes, rápidos, fortes, em detrimento do mundo, dos mais desamparados, pois 'a mudança nunca vem sem dor'.     Nesse contexto de isolamento e de heróis que trabalham para salvar vidas, o jogo Horizon Zero Dawn (2017) da Guerrilla Games apresenta um mundo diferente, com tribos que estão isoladas por questões ideológicas e por medo de máquinas selvagens. A personagem principal, Aloy, é vista com preconceito por essas tribos que a tentam mantê-la distante de seus territórios, veja que 'miséria'! O jogador assume o papel da heroína para fazer escolhas que a levem a entender sua origem, salvar sua vida e da humanidade contra máquinas em forma de animais e robôs, 'controladas' por Hades, uma inteligência artificial que foi ‘libertada’ por um 'fela da gaita' e planeja eliminar todos os habitantes do planeta. Aloy precisa ser corajosa e mais que humana, no sentido de pensar no outro, de ser humilde a ponto de ajudar povos que a querem o mal. Eita mundo infeliz!     Pensando na questão de que precisamos ficar dentro de casa (tu #ficaemcasa), gerenciando nossos recursos e até produzindo alimentos e soluções para outras pessoas, temos o jogo Fallout Shelter (2015) da Bethesda Game Studios, com versões para celulares, console e PC. No jogo, que se passa num mundo pós-apocalíptico, você está num abrigo nuclear e deve administrar recursos como comida, água e até medicamentos. Mas é preciso ficar atento, porque se você pensar apenas no seu umbigo, seu ‘disgramado’, pessoas morreram de fome, ficaram doentes sem remédio, e você pode ficar sem armas para enfrentar saqueadores, baratas gigantes, 'eita bexiga!'   Por fim, tem um game que foi criticado por vários ('e tome gente, visse'), porque você tinha que ficar levando uma coisa de um lugar pro outro, não tinha superpoderes, se 'lasca sozinho' num 'mundo do cão', pois todo mundo estava ‘preso’ em suas casas. Meu véi, estou falando de Death Stranding (2019), da Kojima Productions. Pense num cabra pra pensar fora da caixa quando o assunto são jogos, esse Hideo Kojima é um 'danado'. Se você acha

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Excelsior! Antes da Bienal do Rio, outras HQs já sofreram preconceito

Parafraseando Thanos, em Vingadores Ultimato, seria INEVITÁVEL não falar sobre a censura da Prefeitura do Rio de Janeiro ao HQ "Vingadores: A Cruzada das Crianças". O gestor municipal determinou que a obra fosse retirada da Bienal do Livro do Rio de Janeiro em prol do “bem estar das crianças e adolescentes da cidade”. O motivo? Um beijo entre personagens de mesmo sexo. Mas a ação teve efeito contrário: até mesmo quem não conhecia a HQ saiu em busca da obra, com um exemplar chegando a custar, na Internet, a bagatela de R$ 250,00!   Esta não foi a primeira e nem será a última ação de órgãos públicos e da sociedade civil contra os quadrinhos, seus personagens e conteúdos. O cerne da questão aqui não é apenas a cena do beijo, mas a falta de entendimento sobre uma forma de expressão artística que faz parte de nossa cultura e, como tal, também é um espelho da sociedade e de suas transformações. As belas artes também já foram alvo de censura, pois até meados do século 20 se considerava pouco ‘prudente’ ou ‘nobre’ retratar o cotidiano e o cidadão comum nas telas produzidas por renomados pintores. As vanguardas artísticas quebraram com essa premissa, instigando a inserção de elementos prosaicos e populares. O preconceito, meu véi, é algo comum e prejudica a arte, a criatividade e a sociedade. “Free your mind!" Cada período histórico trouxe junto uma série de temas considerados tabus. Os problemas existiam mas não podiam ser retratados. O que, convenhamos, não era decidido pela sociedade como um todo. Mas por alguns cabras do lado negro da força. Vou então lembrar de alguns personagens cujos criadores foram ousados e corajosos porque, por meio de suas criações, mostraram de maneira lúdica seu posicionamento. Esses seres extrapowers incluíram a representatividade de grupos sociais e minorias políticas, pense numa galera arretada!  Bora lá para o ano de 1941, quando o psicólogo William Moulton Marston ousou criar a primeira personagem feminina com poderes do Pipoco de Zion, ou melhor, Pipoco da ilha de Temiscira, a nossa extrapower Mulher-Maravilha. Coragem da gôta! Entenda que ainda hoje, em pleno século 21, estamos debatendo e lutando pelo empoderamento feminino, estás vendo só como o cara estava à frente de seu tempo?! A Amazona da DC Comics sofreu, visse? A questão era o fato dela ser muito poderosa e, claro, mulher. Acredite, meu véi, ela chegou a perder os poderes e quase desaparecer do mundo dos quadrinhos na década de 1960. No mundo dos games, a coragem foi da desenvolvedora ‘Core Design’. Em 1996 ela apresenta a personagem principal do jogo “Tomb Raider”, uma protagonista arretada e ‘virada no mói de coento’, Lara Croft. Nessa época só tínhamos os caras exibindo os músculos, empunhando os gatilhos e lançando golpes mortais contra seus inimigos. Como guerreira, Lara Croft mostrou seu valor e se tornou um sucesso. A heroína segue brilhando no cinema e nos games até hoje. Se formos pensar em representatividade dos negros nas HQ, ai que lascou! Só começou mesmo na Era de Prata dos Quadrinhos, em 1966, com a aparição do Pantera Negra, herói idealizado pelo roteirista Stan Lee e o artista Jack Kirby. Só a título de comparação, Superman foi criado em 1938 e, na sequência, vieram Batman, Flash, Lanterna Verde, Aquaman, Capitão América, todos antes do final da década de 1940. E como chegamos na Era de Prata, precisamos recordar de um episódio deplorável - pra dizer pouco - no mundo das HQ, pois a intolerância de alguns grupos culminou em centenas de revistas rasgadas ou queimadas, personagens desaparecendo, estúdios de criação encerrando suas atividades, um verdadeiro apocalipse. O mesmo tipo de preconceito que os jogos digitais ainda sofrem nos dias de hoje.  Pois bem, o psiquiatra Fredric Wertham publicou um artigo, na edição de 29 de maio de 1947 do semanário Saturday Review of Literature, acusando os quadrinhos de serem “violentos e carregados de perversões sexuais”. Além disso, ele e outros caras provocaram uma campanha para banir as HQs da face dos EUA e da Terra, literalmente, produzindo estudos com resultados e metodologias questionáveis para provar que as HQs não eram boas para as crianças e adolescentes.  Em 1954, Werthan publica o livro "Seduction of the Innocent" e sua campanha toma proporções gigantescas. O livro levantava acusações contra personagens e foi uma das primeiras obras a dizer que Batman era gay, o que resultou na criação de mais um personagem, o mordomo Alfred, para ajudar na imagem do Bruce Wayne.  Esse foi um duro golpe aos quadrinhos. Como se juntassem Thanos, Darkseid, Satan Goss e Dormammu para devastar não apenas Superman, mas outros heróis, como Mandrake, O Fantasma, e as próprias empresas: DC Comics, Marvel ou qualquer outra. A ação também teve sérias consequências no mercado de quadrinhos independentes aqui no Brasil, pense numa bagaceira!  Muitos personagens tiveram que ter a sua origem alterada para poder se manter ainda vivo, a exemplo da criação de Barry Allen como novo protagonista para o papel de Flash, da DC Comics, em 1956. O herói original era Jay Garrick, que após fumar um cigarro ficou desacordado e terminou inalando gases num laboratório, onde obteve seu poder de supervelocidade. Jay Garrick foi criado em 1940, na Era de Ouro dos Quadrinhos (1938-1958).  Então imaginem se os criativos não mantivessem sua coragem e perseverança inabaláveis, possivelmente não teríamos nossos super heróis, não teríamos o Spiderman, Homem de Ferro, Hulk, Thor, Christopher Reeve como Superman - O filme em 1978. Ou Neo de The Matrix, Vingadores Ultimato nos Cinemas, não teríamos o Coringa ganhando o Leão de Ouro em Veneza, tu imagina isso véi???? Stan Lee criou Os Mutantes, em 1963, justamente para mostrar que todos são iguais e precisamos entender, conviver e amar as diferenças e a diversidade. A partir disso, a representação de outras minorias políticas surgiu nas HQ, a exemplo do casamento dos mutantes gays Estrela Polar e Kyle Jinadu, a lésbica Lucy in the Sky, também conhecida como Karolina Dean, da HQ 'Fugitivos', o primeiro mutante

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