A pernambucana Tempest, que anunciou recentemente o recebimento de um aporte de investimentos da Embraer, informou que em plena crise promovida pela pandemia conseguiu aumentar em 15% suas vendas no semestre. Referência internacional em cibersegurança, a empresa nascida do Porto Digital prevê a abertura de novos mercados para os próximos anos e um avanço também acelerado no segundo semestre de 2020.
No ano passado o faturamento da empresa foi de 120 milhões. Com o plano de expansão, a expectativa da Tempest é de alcançar um faturamento anual de R$ 500 milhões, nos próximos horizonte 4 anos. E de chegar ao patamar de R$ 1 bilhão num horizonte de 6 e 9 anos.
A chegada da Embraer, que passa a ser acionista majoritária com a recente rodada de investimentos, abre para a Tempest oportunidade em segmentos bem fechados, mas com atuação global e estratégicas. De acordo com o Cristiano Lincoln, CEO da empresa, os setores da industria aeroespacial, de infraestrutura crítica nacional e de defesa nacional são os campos recém-abertos para os serviços de cibersegurança da gigante do Porto Digital. "Uma das coisas super interessantes dessa novo investimento da Embraer é essa perspectiva de abertura de novos mercados", comemora o dirigente.
O setor da industria Aeroespacial contempla empresas de aviação, de segurança aviões, de sistema de controle de tráfego aéreo. "São máquinas super sofisticadas e cada vez mais conectadas em rede." A infraestrutura crítica nacional contempla, por exemplo, usinas geradoras de energia, como Itaipu, Furnas, Angra 1 e Angra 2. "Esse é um mercado que está tanto no governo e como na iniciativa privada. É um setor que demanda preocupações estratégicas, pois é uma infraestrutura que suporta a sociedade como todo". A defesa nacional lida com as forças armadas e controle de fronteiras, que tem uma demanda de cibersegurança pois trata de informações estratégicas nacionais.
Com 320 profissionais divididos entre Recife, São Paulo e Londres, a Tempest possui atualmente 310 clientes. Apesar de atender empresas de vários setores, 65% da receita da empresa são do setor financeiro (bancos, seguradoras e corretoras). Para dar conta do crescimento esperado para os próximos anos, a Tempest espera contratar mais 700 pessoas, formando um time com mil profissionais. Mesmo na crise, a empresa contratou em torno de 20 novos funcionários, visto que teve um aumento de demanda de serviços.