Uma vila dedicada à memória na Fundaj

Você gosta de contemplar fotografias antigas? Pois então imagine um espaço com mais de 180 mil imagens e milhares de páginas de livros e documentos digitalizados, em que é possível conhecer como eram a arquitetura das cidades pernambucanas e o costume dos seus moradores em outros tempos. E tem mais: cerca de 150 mil fonogramas (músicas e gravações) e 480 partituras de músicos locais.

Bem-vindo à Villa Digital, um espaço multiuso, no bairro de Apipucos, para promover a pesquisa, a preservação da memória do Estado e a difusão do acervo pertencente à Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj). Todo esse material está disponível num casarão histórico reformado que pertenceu ao industrial Delmiro Gouveia. Apesar de toda a riqueza desse acervo, uma parcela pequena da população tem usufruído do espaço. A maioria dos frequentadores é ainda de pesquisadores. Mas conhecer a Villa Digital é uma opção bastante agradável para visitantes que desejam dedicar um tempo para ouvir músicas pernambucanas e apreciar fotografias do Recife e de outras cidades de Pernambuco de décadas atrás.

Cristiano Borba, coordenador da Villa Digital, afirma que ainda há uma quantidade grande do acervo da Fundaj que está em processo de digitalização, que abrange documentos, fotografias, fitas, discos, entre outros materiais. “Estamos sempre ampliando. Em 2019 devemos chegar a dois milhões de páginas digitalizadas de documentos, periódicos e livros raros”, planeja Borba. “Mas mantemos também muitos outros arquivos nos formatos originais. Além disso, estamos sempre adquirindo novidades, seja por doações, aquisições ou materiais originários de outros museus”, explica.

Entre as imagens em destaque no local estão a Coleção Benício Dias, com documentos fotográficos da arquitetura e paisagens urbanas do Recife entre 1880 e 1920, de autoria de Francisco du Bocage e Constantino Barza, além das imagens feitas por Benício Dias entre 1930 a 1950. Outra relíquia é a coleção Katarina Real, que contém imagens carnavalescas e das manifestações culturais nordestinas entre as décadas de 1950 e 1990. Há ainda a Coleção Canudos, que apresenta as imagens do fotógrafo Flávio de Barros, sobre a destruição do Arraial de Canudos, em 1897. O acervo da Villa inclui também muitos postais, cordéis, rótulos de cigarro, de cachaça, entre outros.

Além de permitir o acesso do público a todo esse material por meio de computadores instalados no local, o espaço da Fundaj abriga também a exposição Acervos digitais e memórias nas nuvens…, que trata sobre a história do bairro de Apipucos, do próprio casarão e um pouco sobre Delmiro Gouveia. A Villa Digital possui ainda um site com uma parcela desses materiais que já foram digitalizados (villadigital.fundaj.gov.br).

Até o final do ano o espaço deverá receber também pequenos eventos, oficinas e debates sobre o tema da memória em associação com a tecnologia e as novas mídias.

Serviço: A Villa Digital fica na Rua Dois Irmãos, 92, Apipucos, Recife. Funciona de segunda a sexta-feira, das 9h às 17h. Telefones: (81) 3073-6599 | 3073-6529. Não é necessário agendamento de visitantes; só para grupos maiores.

*Por Rafael Dantas, repórter da Algomais (rafael@algomais.com)

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