O Banco do Nordeste do Brasil (BNB) disponibilizou para Pernambuco, no ano de 2022, R$ 3,6 bilhões destinados a empréstimos através do Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE). Desses, R$ 1,4 bilhão é voltado para infraestrutura, como obras destinadas à implantação de energia renovável. O restante é destinado a praticamente todos os ramos, de comércio, indústria e serviços nos mais diversos segmentos, incluindo turismo, educação, logística, dentre outros.
Ana Luiza Ferreira, sócia da GF Capital, empresa especializada em assessoria para a captação de financiamento, em Recife, explica o porquê de muitos empresários ainda não pleitearem os recursos subsidiados junto ao banco. “O que pode dificultar é a garantia real exigida pelo banco, que na maioria das vezes é uma garantia hipotecária, como um imóvel, um terreno, com normalmente o valor de um para um. Se eu apresento um projeto solicitando cinco milhões de reais, eu preciso apresentar, ao menos, cinco milhões em garantias. Outro ponto é porque o Banco do Nordeste exige a completa legalidade e conformidade do negócio. Então você precisa não só estar legal e formal com absolutamente todas as leis, você precisa mostrar isso daí”, relata.
Por isso, é preciso planejamento e uma boa organização para realizar todas as etapas e conseguir um empréstimo para os empreendimentos. Ana Luiza explica os passos necessários para a solicitação de recursos. “Primeiramente, o empresário deve levar os documentos cadastrais, tanto se for pessoa física quanto jurídica. Depois, o banco vai exigir um projeto de análise para observar a viabilidade econômico-financeira. Se o projeto envolver obras civis, o banco vai exigir os projetos aprovados pela prefeitura, junto com uma planilha orçamentária de obras civis com lastro em cotação de obras públicas, feita por um engenheiro orçamentista”, detalha.
“O Banco vai exigir isso para fazer a crítica orçamentária de obras civis e vai exigir também a certidão vintenária do imóvel que vai ser dado em garantia. Depois de entregar esses três “pilares”: (1) projeto econômico-financeiro, (2) projeto e planilha orçamentária de obras civis, além de (3) documentação da garantia; a análise começa a andar. Quanto aos investimentos que não são obras civis, é preciso apresentar para o banco uma cotação obtida no mercado, vale inclusive comércio eletrônico, desses itens que a pessoa está buscando financiar”, destaca Ana Luiza Ferreira.
Para agilizar o processo e evitar a volta de documentos, é necessário estar regular em todos os aspectos. “O imóvel em garantia precisa ter as certidões negativas de ônus, mostrando que está tudo certo. Outra coisa: fazer as cotações em nome da empresa solicitante do financiamento de forma clara, ter certeza de que os orçamentos estão claros e estão endereçados ao pleito do financiamento, fazer essa planilha orçamentária de obras civis em um formato que seja compreensível pelos analistas”, frisa. Assim, quando entregar a solicitação ao Banco do Nordeste, os projetos tendem a ser aprovados rapidamente.
Conhecer os passos, os documentos e as exigências é muito importante para agilizar todo o processo. E contar com uma equipe especializada em assessoria de captação para financiamento não é requisito, mas pode ser a chave para conseguir trazer para a realidade os planos previstos. “Sabemos o que é importante e o que não é importante para o banco, então a gente já vai direto nos pontos importantes. O cliente fica ciente do que é preciso fazer, antes de propriamente entrar com o projeto no Banco. Além disso, já sabemos o que o banco aprova e o que o banco não aprova. Essa experiência de mais de trinta anos com projetos econômico-financeiros dá uma segurança muito grande para a gente do que é necessário para obter sucesso na aprovação do financiamento”, enfatiza.